A proposta da oficina é mixar o Contato-Improvisação, com alguns dos ensinamentos da M. M. Beziérs - fisioterapeuta francesa que mapeia e ensina sobre as conexões ósseo-musculares; e com a Ideokinesis, instrumentalizados como métodos de preparação de um corpo mais integrado e livre para explorar seus movimentos e se conscientizar deles.
O objetivo é realizar uma interface lúdica entre o que é um movimento físico para o corpo e como ele se torna poética de ocupação dos espaços. Criando a consciência de que todo corpo pode dançar e elaborando e multiplicando as possibilidades para a dança de cada um, conectada com o todo. Além de sociabilizar, experimentar a dança como arte e reflexão da atualidade e do meio em que vivemos; Captar e desenvolver as várias formas de dança despertando o corpo para uma comunicação mais expressiva.
Por isso é uma prática que também traz muitos benefícios àquele que dança, porque ajuda no processo de aterramento, de encontrar o próprio centro e levar essa conexão para a vida diária, assim também conectando ao corpo do planeta, seu centro de gravidade ao qual estamos todos ligados. Aprendendo a se beneficiar da força da gravidade para se movimentar e trazendo vivacidade dessa força através da respiração da sola dos pés. Promovendo o fortalecimento dos órgãos, músculos, ossos e de uma mente observadora atuando em favor da movimentação corporal, relacionando-se com escuta e integração com nosso “instrumento para estar no mundo", o corpo.
CONTATO-IMPROVISAÇíO e IDEOKINESIS
O Contato-Improvisação é uma dança a dois, com transferência de peso que cria gravidade entre os corpos. Se apóia na estrutura esquelética como base operacional, na coluna vertebral como eixo e no refinamento da atenção e do olhar observador para realizar as escolhas do caminho. A idéia é que um corpo dê maior fluidez ao outro, sendo um muitas vezes a base para que o vôo do outro aconteça. O observador é uma atenção específica desenvolvida por essa prática e que consegue observar ao mesmo tempo a escolha do movimento e a sua execução de fato.
O Contato Improvisação nasceu do movimento pós-modernista de Nova Iorque nos anos 60, e foi criado por Steve Paxton que é considerado um dos mitos vivos da dança. Aos 66 anos ele ainda é pleno em suas performances. Esteve no Brasil algumas vezes,
A Ideokinesis é um procedimento moderno e capaz de dar segurança à dança do contato-improvisação, que é uma dança repleta de riscos e imprevisibilidades, e que necessita de relaxamento muscular para permitir a passagem do peso e o refinamento da atenção. É uma dança cuja técnica demanda muitas fases de evolução. A Ideokinesis é um conceito que nasceu no início do século XX - significa: "Ideo: idéia; Kinesis: movimento, ou movimento imaginado" - quando Dra. Lulu Sweigard levantou a hipótese de que o treino da Ideokinesis conduziria a mudanças e melhoramentos específicos no alinhamento do esqueleto.
Em 1929, ela confirmou sua hipótese através de análise comparativa de medidas feitas em exames, ao experimentar esse sistema de ensino do movimento. Os resultados foram mudanças significativas no alinhamento postural. Isso trouxe um novo parâmetro para o olhar sobre o corpo, na medida em que seus resultados indicaram que a Ideokinesis acompanhava o modelo do sistema da coordenação neuromuscular. A 2Dra. Lulu deslocou o foco do início do movimento do corpo para a mente, o que resultou no relaxamento da tensão muscular, numa abordagem somática que coloca a mente a serviço do corpo, que por sua vez ganha alinhamento, equilíbrio e menos desgaste de energia.
Inicialmente, 3 princípios básicos são incorporados pela prática do contato-improvisação: o aterramento, um poder de decisão, escolha, e um entendimento, percepção das possibilidades do caminho e de como a escolha é feita pelo todo. No caso, o todo é a dança, criada pelos dois corpos em ação, mas livre das escolhas de seus egos, por estar conectada à uma lei maior, a lei da gravidade. O tempo todo está lidando com o aterramento do centro. Essa qualidade de conexão do próprio centro/eixo com o centro da terra multi-dimensionaliza a percepção do espaço. Relaciona o espaço interno do indivíduo com o centro do planeta, ou seja, seu chão.
Sempre que a experiência da Ideokinesis é vivida ela cria uma resposta no sistema neuromuscular, promovendo um alto grau de habilidade e inteligência corporal, que impede ferimentos e alcança maior liberdade de criação. 3Mabel Toddy, pesquisadora contemporânea e parceira da Dra. Lulu, afirmava que concentrar a mente num tipo de retrato corporal resultava em respostas no sistema neuromuscular que possibilitavam realizar movimentos específicos com menos esforço. Elas provaram que a Ideokinesis é um meio eficaz de produzir mudanças benéficas no alinhamento postural na medida em que a prática lida com o padrão subcortical da coordenação muscular. O movimento ocorre em resposta às idéias/imagens sobre o corpo imaginadas com precisão, integrando o corpo à mente. Steve Paxton afirma que o contato-improvisação não é uma técnica a ser adquirida, mas um processo de descoberta de um potencial ainda não utilizado.
Descrição e cronograma das atividades a serem desenvolvidas:
Através da exposição e da exploração da estrutura anatômica do corpo (sistemas ósseo, nervoso, cardiovascular, linfático, muscular, orgânico e “energético”) e dos conceitos físicos que orientam essa dança, são apresentados movimentos articulados que vão se inscrevendo no corpo. A didática deste curso propõe a utilização do esqueleto (estrutura óssea), assim como da coluna vertebral, para que se possa visualizar e obter informações táteis como volume, textura, peso, encaixes e o formato do contêiner da estrutura física humana. O ensinamentos da Madame Beziérs são utilizados na aprendizagem e desenvolvimento da movimentação e incorporados junto com a abordagem dos sistemas.
1FOLHA de S. PAULO de 29/01/2000, Caderno Acontece, Especial: pag. 4.
2 SWEIGARD, Lulu E. Human Movement Potential Its Ideokinetic Facilitation.
3 TODDY, Mabel E. The Thinking Body.
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1 esqueleto completo + 1 aparelho de som (CD) + um espaço bem amplo e limpo.
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Faixa etária, a partir de 15 anos.
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Lotação 22 pessoas, com alguma experiência em dança.
Bailarina e Jornalista
Atua como criadora-intérprete e performer em projetos autorais e também criados com outros artistas. Compõe o elenco de Super Night Shot, filme ao vivo, de autoria do Gob Squad (www.gobsquad.com). Tem trabalhado na circulação de informações e no aprimoramento dos profissionais da dança em encontros e festivais (http://encontrodecontatosp.multiply.com). Ensina sobre consciência e reestruturação corporal, Contato-Improvisação e Dança Contemporânea para profissionais da dança, teatro e interessados na arte do movimento.
Ballet Clássico (de
Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo (1992 – 1995) na UNESP – Bauru;
Contato-Improvisação, Dança Contemporânea, Dança-Teatro entre outras linguagens e vivências de
PRÊMIO: Mapa Cultural Paulista/1999, com o Documentário “O Jornaleiro que Preferiu o Rádio”.
Oficinas e workshops dentro e fora do Brasil:
Experiência em Londres, com performance no Tate Modern e workshops de Contato Improvisação e Aikido no Moving East Centre for Contemporary Dance and Martial Arts, em 2002-2003.
Fora de São Paulo dançou e pesquisou com Angel Viana e Fabrícia Martins do Rio de Janeiro; Dudude Herrmann e Wagner Schwartz de Minas Gerais; Hugo Leonardo da Bahia; Hisako Horikawa do Japão; Jordi Cortez e Olga Mesa da Espanha; Malgorzhata Hadush da Holanda; Daniela Marini e Nelson Avilez do Chile; Tal Avni de Israel; Ralf Jaroschinski da Alemanha; entre outros artistas.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:
Em 2009
Apresenta “Super Night Shot” na abertura do Feverestival, em Campinas.
Ministra oficina de Contato-Improvisação e coordena Jams Sessions, convidando o bailarino alemão Ralf Jaroschinski para esta parceria, na Semana de Popularização do Teatro em Juiz de Fora, MG e no Sesc Araçatuba, onde apresenta também a performance “Eu Rio”.
Apresenta "Eu Rio" no Sesc Ribeirão Preto, em Setembro, e na AFPESP (associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo).
Em 2008
Professora de Contato Improvisação no Centro Cultural São Paulo, oficina do segundo semestre.
Artista convidada pelo CCSP para as Jams de Dança de Junho na Sala Adoniran Barbosa.
CRIA, COORDENA e PRODUZ o ”1º Encontro Internacional de Contato Improvisação de São Paulo”, realizado de
Apresenta performance “Vivendo no Limite” e curso no Contact in Rio, de
Apresenta "Super Night Shot" na Virada Cultural Paulista 2008, no Kulturfest – Festival Itinerante de Cultura Alemã – apresentando nos estados do CE, GO, MG, MA, PA, PE, RJ, RS, SP.
Em 2007
Recebe Fomento da Secretaria Municipal de Cultura de SP com o Grupo de Dança Célia Gouvêa a criação do espetáculo "Massa"e apresenta "Corpo Incrustado" na Virada Cultural Paulista 2007, nas escadarias no Teatro Municipal de São Paulo.
Ensina Contato-Improvisação para estudantes da quinta à oitava séria da Escola Maximiliano de SP.
Atua na criação da versão brasileira de "Super Night Shot", um filme ao vivo e para teatro, criado pelo coletivo inglês/alemão Gob Squad. Em 2006 é apresentado em SP, no Sesc Consolação, na Copa da Cultura. E no RJ, no Teatro Nelson Rodrigues, dentro do festival Rio Cena Contemporânea. Continua em cartaz em 2007 por várias unidades do Sesc do Brasil.
Participa do curso avançado que o criador Steve Paxton ministra
Em 2006
Dança com Célia Gouveia no "Corpo Incrustado" criado para a Virada Cultural Paulista em 2006, nas escadarias do Museu do Ipiranga.
Participa do curso intensivo e avançado que o criador Steve Paxton ministra
Professora de Contato-Improvisação do Espaço 7 Para Artes do Corpo,
Escreve matérias sobre Dança na Revista Bienart, da Fundação Bienal de Arte de São Paulo.
Participa do Grupo de Estudos em Dança - Maria Antônia, na USP - coordenado por Inês Bogea.
Em 2005
Professora de Contato-Improvisação da Escola Livre de Dança de Santo André - Escola Profissionalizante de Dança - Instituição do Governo.
Professora de Dança Contemporânea do Sesc Pompéia, de
Apresenta performances de dança no Memorial da América Latina, na Fundação Japão, nos Sescs da capital e do interior de São Paulo, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Participa da Mostra Dança em Pauta, no Centro Cultural Banco do Brasil, em 2005.
Escreve matérias sobre Dança no Caderno Fim de Semana, da Gazeta Mercantil.
Convidada do Encontro de Criadores e Coreógrafos do Festival Internacional da Nova Dança.
Aluna do Instituto de Artes, da pós-graduação da UNICAMP.
Em 2004
Jurada do Mapa Cultural Paulista 2004, na categoria de Dança.
Escreveu no projeto Escrita da Dança na Oficina Oswald de Andrade, organizada por Inês Bogéa, no qual foi escrita e publicada a primeira edição dos Cadernos de Dança, 2004.
Convidada do Encontro de Criadores e Coreógrafos,
OUTRAS PUBLICAÇÕES ARTÍSTICAS
2004 “Só, na coluna” - Performance, no Espaço Toda Ópera,
2003 “Estudo de Qualidades de Movimento, II”- Performance realizada em 12 de dezembro de 2003 no Galpão do Circo. 7 minutos. Direção e concepção: Mara Guerreiro. Criadores-Intérpretes: Camila Vinhas, Mara Guerreiro, Ricardo Neves, Juliana Malaquias e Paula Conti. Produção: Galpão do Circo.
2002 “Olhar Observador x Olhar Vigilante” - Performance de dança e vídeo realizada em 13 de julho de 2002 no Estúdio Nova Dança. Direção e concepção do videomaker Ricardo Botini Salgado e da bailarina Camila Vinhas. Criadores-Intérpretes: Camila Vinhas, Kátia Rozato, Pablo Perosa e Ricardo Neves. 20 minutos. Produção: Terças de Dança.
2001 “Teia” - Performance em 21/12/2001 nas Terças de Dança do Estúdio Nova Dança, SP. Concepção: Camila Vinhas. Intérpretes-criadores e figurino: Camila Vinhas e Celso Carvalho Lima. Música ao vivo do compositor araçatubense Neílton de Paula. Produção: Terças de Dança. Curadoria: Valéria Cano Bravi.
2000 Fotografias em exposição itinerante pelo Brasil. MIS e Mapa Cultural Paulista.
1999 “O Jornaleiro que preferiu o rádio” - Vídeo-documentário premiado pelo Mapa Cultural Paulista em exibição no MIS, SP, mês novembro.
1998 “Minimais e outros hai kais” - Em 10/11/1998 no Terças de Dança. Concepção e interpretação: Camila Vinhas. Música: Neílton de Paula. Produção: Terças de Dança. Curadoria: Valéria Cano Bravi.