O público que circula pelo Centro do Rio aceitou o convite da Fundação Nacional de Artes – Funarte e compareceu ao Teatro Glauce Rocha, na quinta (14/09), para ouvir boa música, na hora do almoço. Foi com show da cantora Soraya Ravenle e do músico Marcelo Caldi a abertura do projeto Funarte Musical, que tem como proposta levar a diversidade da música brasileira às pessoas que transitam pelo Centro da cidade, na hora do almoço, às 12h30.
No espetáculo que durou pouco mais de uma hora, Soraya Ravenle e Marcelo Caldi foram ovacionados e muito aplaudidos pelo público, que cantou com eles algumas canções como Tristeza (Niltinho Tristeza e Haroldo Lobo), Nunca (Lupicínio Rodrigues), Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) – com arranjos de Marcelo Caldi que incluía o sucesso dos Beatles Black Birds (John Lennon e Paul McCartney) – e Divino Maravilhoso (Caetano Veloso). Marcelo Caldi se dividiu entre o teclado e o acordeom, com alguns solos instrumentais, e Soraya surpreendeu quando assumiu o teclado para uma das músicas.
Com repertório variado, a dupla de artistas trouxe para o espetáculo: Valsa para eternidade ( Nelson Sargento e Agenor de Oliveira); Desafio / Cavaleiro monge (Paulo César Pinheiro e Dori Caymmi / Fernando Pessoa, musicado por Tom Jobim); Além do Arco-íris (versão de Somewhere Over The Rainbow , de Israel Kamakawiwo’ole); Maré cheia, maré baixa (Marcelo Caldi); Entre el espanto e la ternura (Silvio Rodrigues); Minha missão (Paulo César Pinheiro e João Nogueira); Por causa de você (Dolores Duran e Tom Jobim); A noite do meu bem (Dolores Duran); Boa noite, amor (J. M. Abreu e F. Matoso), além de outras.
Ao final do show, que teve bis de Nunca (Lupicínio Rodrigues), Soraya Ravenle agradeceu à Funarte pela iniciativa e desejou que o Funarte Musical “tenha vida longa”. – “Estou honrada de abrir esse projeto, espero que ele tenha vida longa e que ele não se acabe como tantas coisas na cultura. O Rio de Janeiro está em pedaços, muita tristeza e muita coisa se desmantelando. Ver surgir, participar e abrir um projeto que está começando, eu só posso desejar que ele fique por muito tempo”, disse a cantora.
O público também fez coro. – “Olha, num país pobre de cultura, ter uma coisa de qualidade como essa é uma surpresa. Tinha que ser incentivado, boa música, bons cantores. Um projeto sensacional que tinha que ser muito mais divulgado e apoiado. Vou estar sempre que eu puder”, disse o Sr. Armínio, funcionário público aposentado, de 78 anos, que foi ao show acompanhado de outro amigo.
A nutricionista Angela Maria, que estava “na hora do almoço, entre um trabalho e outro”, também gostou da iniciativa da Funarte. – “Maravilhoso! Que tenha forças para continuar, pois na situação em que estamos, estamos precisando. Também chamei as amigas”, contou ela.
Na hora do almoço, que as pessoas possam “comer” cultura boa. (Marcos Souza)
O diretor do Centro da Música da Funarte (Cemus), Marcos Souza explicou que a proposta do projeto Funarte Musical é oferecer qualidade dentro da diversidade da música do nosso país. – “A expectativa é que a gente consiga, através da diversidade da música brasileira, atender os vários públicos que possam ver um pouquinho da música brasileira de concerto, infantil, plural, ritmo. É ocupar este teatro (o Glauce Rocha) que eu acho uma beleza para a música. Gosto da acústica, é aconchegante para a música. E na hora do almoço que as pessoas possam “comer” cultura boa. Espero que o projeto cada vez cresça mais e, que este horário, neste teatro e nesta localização e essa diversidade musical feita com muito carinho pelo Centro da Música, com curadores importantes jornalistas da área musical que ajudaram a escolher os artistas, seja muito bacana para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo”.
A coordenadora de Música Popular, Leila Dantas ressaltou o aspecto infantil do projeto, que trará música e contação de histórias para as crianças. – “A gente pensa no infantil primeiro como uma formação de plateia de música. Incentivar o público infantil, que sabemos que tem um grande apelo, e incentivar também pessoas que trabalham com música infantil. Tem muitos grupos maravilhosos. No primeiro, vai ser o Pixinguinha para crianças (Pixinguinha para crianças – histórias e sons do Menino Bom, dia 30/09, às 11h). E como Pixinguinha este ano faria 100 anos, esse vai ser o primeiro grupo infantil, sábado de manhã, que a gente vai inaugurar. E outros grupos como o Parampampam (grupo de música para crianças, formado por arte-educadores e músicos, com um trabalho que valoriza a diversidade rítmica). E lá de Minas e São Paulo que também terão o infantil. Vai ter uma contação de histórias que também envolve música, da Conceição Campos, que é sobre as histórias do Câmara Cascudo (Contos de Câmara: Livramento apresenta histórias da vida e obra de Câmara Cascudo), que é muito interessante do ponto de vista educacional e acrescenta muito para as crianças”.
Na plateia deste show de abertura do Funarte Musical também estavam o diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen), Ginaldo de Souza e a coordenadora de Comunicação, Camilla Pereira, ambos da Funarte.
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