A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte do compositor Tito Madi, ocorrida na manhã desta quarta-feira, 26 de setembro, em Copacabana, Zona Sul do Rio. O artista tinha 89 anos e estava internado no Hospital São Lucas, havia doze dias, em decorrência de uma pneumonia e de problemas renais.
Em seu portal, na seção Brasil Memória das Artes, a Funarte relembra a participação do artista no Projeto Pixinguinha, em 1977. Acesse aqui
Natural de Pirajuí (SP), Chauki Maddi – nome de batismo do cantor – era considerado um dos maiores compositores românticos do Brasil. Filho de imigrantes árabes, cresceu em um ambiente musical, ouvindo o alaúde de seu pai e o violão e o bandolim de seus irmãos mais velhos. Com 10 anos já tocava violão e se apresentava na escola.
Tito Madi trabalhou como programador, locutor, redator e cantor na rádio de sua cidade natal, no ano de 1947. Sua primeira composição foi Eu espero você, concebida em 1949. No ano seguinte, integrou o grupo Estudantes Alegres, organizando shows musicais na cidade. Iniciou sua carreira artística em 1952, como cantor contratado da Rádio Tupi de São Paulo. Em 1954, gravou o primeiro disco, um 78, com as obras Não Diga Não e Pirajuí, ambas em parceria com George Henry. Com o disco, ganhou o prêmio Cantor Revelação daquele ano.
Em 1955, o cantor mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou em TVs, rádios e boates. No mesmo ano, fez com George Henry, a valsa Encontro no sábado gravada por Orlando Ribeiro, na Odeon. O sucesso chegou com a gravação do primeiro disco, na Continental, contendo a valsa Chove lá fora e o samba-canção Gauchinha bem querer, ambos de sua autoria, com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra. Recebeu várias homenagens por este disco: a medalha dos Diários Associados, a medalha da Revista do Rádio, entregue pelo presidente Juscelino Kubitscheck, e o Disco de Ouro do jornal O Globo, entre outros prêmios.
A carreira musical de Tito Madi foi intensa e seu repertório de obras e parcerias proporcional ao sucesso do artista. Entre os anos de 1999 e 2000, a saúde do músico esteve avariada, quando operou o coração. Com sua recuperação plena, voltou a participar de shows e espetáculos. Em 2007, apresentou, com a cantora Anna Condeixa, os shows As noites prometem Romance e Balanço na Zona Sul do Rio realizados no Vinicius Piano Bar, no bairro de Ipanema. Madi teve um acidente vascular cerebral, em 2008, e desde então se deslocava de cadeira de rodas.
Aos 81 anos, em 2011, finalizou a gravação de um novo CD que contou com arranjos de Gilson Peranzetta e participações especiais de Mauro Senise e Chiquito Braga. O disco incluiu as canções Flor de mim, com Sérgio Natureza, O que será? e Quero dizer que te amo. Mesmo debilitado, o compositor chegou a fazer shows, em 2015, para o lançamento do CD Quero Te Dizer Que Eu Amo, em parceria com o pianista Gilson Peranzzetta. Na ocasião, teve participações de artistas como Leny Andrade e Áurea Martins. O CD foi lançado na Sala Baden Powell, em Copacabana, com a casa lotada. Apresentado por Gilson Peranzetta, o cantor, em cadeira de rodas, comentou as músicas, mas não cantou nenhuma composição.
Canções, como Cansei de Ilusões, Sonho e Saudade, Carinho e Amor, Nova canção para minha terra, Por favor, ligue a vitrola, Quando a chuva não vem, Saudade querida, Vai e diz adeus, Alegrar Nossa Vida, Não Tem Solução, Olhar só por olhar, Neném, Graças a Deus você voltou, Deixa o morro cantar e Fossa, volume 3, também estão entre as obras do cantor e compositor.