Com texto do dramaturgo Josep Maria Miró e a direção de Rodrigo Portella, o espetáculo Nerium Park estreia no Teatro Dulcina, no Centro do Rio, no sábado, dia 3 de novembro. O texto é uma narrativa bem atual sobre um casal de classe média em busca de uma vida idealizada, em meio a um “sistema falido”. Os protagonistas são interpretados pelo ator Rafael Baronesi e pela atriz Pri Helena, da Cia. Cortejo. A montagem fica em cartaz até o dia 2 de dezembro, com apresentações de sexta-feira a domingo, sempre às 19h. Ingressos a R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).
Em cena, Miguel e Malu são um casal de classe média à procura de qualidade de vida e da possibilidade de construir uma família longe da loucura da cidade. A compra de um apartamento no condomínio Nerium Park, um empreendimento residencial, parece ser a tradução desse sonho. Mas o entusiasmo inicial do casal com o conforto e o espaço da nova casa, com piscina e um parque, vai desaparecendo à medida que os meses passam e ninguém mais se muda para os prédios. É como se os dois vivessem em uma cidade fantasma. A crise econômica e o desemprego afastam os possíveis compradores, então o casal se vê isolado num estilo de vida que parecia perfeito. Porém, quando uma terceira pessoa aparece no condomínio, a trama ganha um outro sentido.
Escrita em 2012, e montada em dez países, Nerium Park é um suspense que se desenvolve em 12 cenas, cada uma correspondendo a um mês do ano. O título faz referência ao Nerium Oleander, nome científico de um arbusto ornamental e tóxico, conhecido, no Brasil, como espirradeira. “Essa peça trata, entre outras coisas, da solidão dos dias atuais. Cada vez vivemos mais sozinhos. Estamos esquecendo de conviver de fato com as pessoas”, destaca Baronesi, ator e idealizador do projeto. “Tem outro tema que a peça aborda e que me interessa muito. É a seguinte pergunta: o que eu sou capaz de fazer no meu dia a dia para tornar a vida um pouco melhor para o outro?”, resume Rafael.
“O eixo central da peça gira em torno da falência do velho projeto de vida baseado na ideia do ter, na aparência, no acúmulo de bens, numa vida individualizada, privada, plastificada, higienizada, territorializada e que está mais comprometida com o futuro do que com o presente. A peça também aborda a crise do masculino diante da revolução do feminino, apresentando uma inversão de papéis que contraria o sistema patriarcal em que vivemos”, destaca Rodrigo Portella. “As novas gerações não têm mais o sonho da casa própria, não querem mais ter carros, um casal de filhos e um único emprego fixo. Elas querem viajar, conhecer pessoas, criar e empreender. A relação falida desse casal é o espelho de uma camada da sociedade ocidental, que ainda não enxerga as transformações pelas quais o mundo está passando, por isso ainda destrói o que é real (e natural) para construir pequenos e falsos paraísos”, diz o diretor.
Serviço:
Espetáculo Nerium Park
Temporada: 3 de novembro a 2 de dezembro
Dias e horário: sexta a domingo, às 19h
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 1h40
Ficha técnica:
Texto: Josep Maria Miró
Direção: Rodrigo Portella
Elenco: Rafael Baronesi e Pri Helena
Tradução: Daniel Dias da Silva
Iluminação: Paulo César Medeiros
Trilha sonora: Marcelo H.
Cenário: Julia Deccache e Rodrigo Portella
Figurino: Ticiana Passos
Programação visual: Raquel Alvarenga
Preparação corporal: Lu Brites
Assistência de produção: Ana Luiza Pradel
Assistência de direção: Mariah Valeiras
Direção de produção: Rogério Garcia
Idealização e produção: Rafael Baronesi
Realização: Dingão Produções e Usina D’Arte produções artísticas
Local: Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2240-4879
(Próximo ao VLT e ao Metrô Cinelândia)