A Fundação Nacional de Artes realizou, nos dias 21, 22 e 23 de novembro, em Mogi das Cruzes (SP), a primeira edição da Bienal Funarte de Bandas de Música. A iniciativa contou com a parceria da Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, da Prefeitura Municipal e do Sesc. Participaram do evento cerca de 80 mestres de bandas de todas as regiões brasileiras, compositores, músicos e gestores da área.
O coordenador de Bandas de Música do Centro da Música da Funarte, Alexandre Raine, destacou que a iniciativa do Cemus foi de êxito total. “É bom dizer que estes mestres de bandas atingem diretamente mais de 800 músicos que compõem suas bandas, além do público indireto que está sempre presente nas apresentações, que podemos estimar em mais de 800 mil pessoas. Somente por promover o encontro de todos e as trocas de experiências entre eles já teria valido a iniciativa.”
A abertura da Bienal contou com as presenças do diretor do Centro da Música da Funarte e idealizador do projeto, Marcos Souza; do coordenador do Projeto Bandas, Alexandre Raine; do diretor artístico e orientador pedagógico, Marcelo Jardim; do coordenador musical, Dario Sotelo; do coordenador local e maestro da Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, Lelis Gerson; e do secretário de Cultura de Mogi das Cruzes, Mateus Sartori.
Sob a batuta dos maestros Marcelo Jardim e Dario Sotelo, e contando ainda com o apoio do maestro e consultor Sadao Shirakawa, foram realizados cinco concertos no palco do Theatro Vasques. Os repertórios, primorosos e cuidadosamente preparados, foram executados pelas seguintes bandas: Sinfônica de Mogi das Cruzes, Banda Escolar do Cempre Prof. José Limongi (Projeto Pequenos Músicos), Banda Sinfônica Jovem de Jacareí, Banda Sinfônica da Escola Municipal de Música de São Paulo e Banda Sinfônica Jovem de Mogi das Cruzes.
No mesmo palco, foi feita a entrega do Prêmio Anacleto de Medeiros para aqueles que dedicaram grande parte de suas vidas em prol da permanência e desenvolvimento das bandas de música do Brasil. Nesta primeira edição, receberam a homenagem o Maestro Duda, patrimônio vivo da música brasileira; o compositor Edmundo Villani-Côrtes; a servidora da Funarte Rosana Gonçalves Lemos; e o Mestre José Vieira Filho, autor do Manual de Reparo e Manutenção de Instrumentos de Sopro, obra fundamental para os músicos de banda.
Paralelamente, no Centro Cultural de Mogi das Cruzes, foram realizadas rodas de conversa, debates e palestras sobre temáticas relativas ao desenvolvimento das bandas do Brasil, civis e militares. Nos encontros, foram discutidos também a Educação Musical e os Planos Pedagógicos nas Escolinhas de Banda; o Papel das Bandas na Sociedade Atual; Como apoiar a produção de novas composições, arranjos e transcrições; Gestão Administrativa nas Corporações Musicais; Desenvolvimento Artístico através da Programação; Estratégias de Atuação e Atendimento para a Comunidade; o Papel das Universidades e Escolas de Música no Apoio ao Desenvolvimento da Banda de Música e Banda Sinfônica; e Políticas Públicas de Apoio às Bandas de Música, o que esperar e o que propor.
O coordenador de Bandas de Música considera que o resultado foi além das expectativas com ampla participação de todos, que foram unânimes em elogiar a iniciativa do diretor do Cemus. Ao final do encontro, formou-se uma comissão que vai encaminhar ao IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o pedido de tombamento do dobrado como bem imaterial da humanidade. Também foi criada uma rede, com todos conectados, e com o propósito de avançar nas políticas públicas que visam ao fortalecimento das bandas de música do Brasil. Em 2019, as comissões regionais definidas na Bienal vão preparar os encontros como pré-bienais em cada região, já se articulando para a II Bienal Funarte de Bandas de Música, em 2020.
(Com informações do coordenador de Bandas de Música da Funarte, Alexandre Raine)