Espaço da Fundação Nacional de Artes – Funarte, o Teatro Cacilda Becker recebe, de 7 a 10 de fevereiro, de quinta-feira a domingo, montagem que é fruto de uma pesquisa coreográfica sobre a profusão da troca de informações tecnológicas na vida atual: Distribuídos em rede, da Caio Nunes Cia. de Dança. O projeto inclui oficinas.
Duas aulas acompanham as atividades: Composição Coreográfica, com Fernando Bersot, dia 8, sexta; e Dança Contemporânea, no sábado (9), com Nayanne Cavalcante e Dandara Patroclo – sempre às 16h. As oficinas são para alunos de níveis intermediário e avançado, a partir de 14 anos de idade.
A profusão digital das redes sociais expressa pela dança
Com expressões de humor, o espetáculo traz referências à publicação e intercâmbio constante de imagens divulgadas em redes sociais. O trabalho “aborda a profusão de informações que temos sobre o outro, e questiona se conseguimos ter esta mesma visão ao contrário. O outro somos nós mesmos”, explica o diretor da companhia, Caio Nunes. Com dramaturgia e criação de movimento de Carlos Laerte, a peça também questiona o vicio do voyeurismo, presente em alguns momentos do cotidiano, que, nas redes, coloca o outro em segundo plano.
A peça busca mostrar o deslocamento das pessoas pelo universo digital virtual – segundo o diretor, um “lixão tecnológico”, mas que nos permite “observar, ser observados, cavar, tocar e experimentar o tempo todo, sem limites” e olhar os nossos próprios questionamentos, individuais ou coletivos, nesta “terra de ninguém”.
Um grande vício na artificialidade virtual?
O palco é produzido como uma grande instalação, com vários objetos por ele espalhados, criando um ambiente para cada intérprete e sendo transformado ao longo do espetáculo. O objetivo é levar o público a sensações não habituais na cena – por exemplo, a de um grande vicio em uma rede social. Fotos, figuras e vídeos figuram na peça como “prisões sociais”, que levam a as pessoas a “sensações incontroláveis” e à artificialidade. “O que é artificial, se estamos todos neste vicio virtual?”, questiona o grupo.
Na pesquisa para o projeto, Larte e o coletivo observaram sempre a “experiência do desejo humano pelo outro, mas num lugar seguro como uma cadeira ou um sofá”, comenta Caio Nunes. Ele considera que, nas redes, as pessoas fazem o que querem e de fato se expõem, sem nenhuma crítica. “Temos neste universo uma falsa sensação de liberdade”. Para a companhia, nas redes “nos colocamos em um patamar de vaidade tão presente que hoje é impossível voltar atrás”, diz o diretor, observando que as pessoas dependem dos “likes” para estar cada vez mais presentes nesse novo universo virtual. “Vivemos esta corrida e conexão por algo que ainda não sabemos o que é, como uma lacuna diária, cada vez mais viciosa”, conclui.
Espetáculo
Distribuídos em rede
Caio Nunes Cia. de Dança
7 a 10 de fevereiro de 2019
De quinta-feira a sábado, às 20h. Domingo às 19h
Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Largo do Machado, Rio de Janeiro
(21) 2265 9933
Espaço da Fundação Nacional de Artes – Funarte
Ingressos: R$ 30. Meia-entrada R$15
Classificação etária: livre
Ficha Técnica
Direção geral: Caio Nunes
Dramaturgia e criação de movimento: Carlos Laerte
Bailarinos intérpretes: Jeniffer Rodrigues, Nayanne Cavalcante, Dandara Patroclo, Thatila Paganotti, Joao Vitor, Raphael Rodrigues, Fernando BersotProdução: Katia Medeiros. Trilha sonora: Caio Nunes. Edição: Marcos Rezende. Direção de imagens: Carlos Laerte e Caio Nunes. Edição de imagens: Thiago Pita. Designer de luz: Dayse Calaça. Cenografia: Caio Nunes Cia. de Dança. Figurino: Monica Campelo e Caio Nunes Cia de Dança. Cobertura de imagens: Sou Mais Dança.
Oficinas
Participação gratuita, sujeita a lotação
A inscrição deve ser realizada no local, 40 minutos antes do início de cada atividade.
Nível em dança dos alunos: Intermediário/avançado
Faixa etária: a partir de 14 anos
Dia 8/1, às 16h
Aula de Composição Coreográfica
Fernando Bersot
Dia 9/1, às 16h
Aula de Dança Contemporânea
Nayanne Cavalcante e Dandara Patroclo
Mais informações: danca@funarte.gov.br