O MID – Movimento Internacional de Dança chega à sua quinta edição e se consolida como um dos mais importantes festivais do gênero do país. De 18 de abril a 5 de maio, o festival leva a diferentes palcos de Brasília (DF) 36 coreografias nacionais e internacionais, divididas em 55 apresentações. Na Funarte Brasília – um dos seis espaços que recebem a programação – serão apresentados os espetáculos Tears (dia 20 de abril, às 19h), Jardín de Invierno (dia 23, às 15h), O Vazio é Cheio de Coisa (dia 25, às 19h) e Palco Aberto: apresentações com performances de até 10 minutos (dia 26, às 19h). Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Já as apresentações do Palco Aberto têm ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Artistas do Brasil e de outros dez países – Alemanha, Bélgica, Burkina Faso, El Salvador, Espanha, França, Itália, Lituânia, México e Moçambique – ocupam os palcos do Centro Cultural Banco do Brasil (Teatro e área externa), do Espaço Cultural Renato Russo (Sala Multiuso e Teatro Galpão), Teatro Sesc Paulo Autran (Taguatinga), Teatro Sesc Newton Rossi (Ceilândia), Teatro Sesc Paulo Gracindo (Gama), além do Teatro Plínio Marcos (Funarte).
Na programação, espetáculos de qualidade com atividades formativas (mesas de debates, oficinas e residências artísticas), de intercâmbio (rodas de negócios com a vinda de curadores nacionais e estrangeiros e encontros entre artistas de três continentes), de formação de plateia (ação com professores e estudantes da rede pública) e de mobilização com a população (batalha de breaking e aulões abertos de dança).
“O MID é o campo fértil para o intercâmbio intenso entre criadores e público, posicionando o Distrito Federal e, consequentemente, o Centro-Oeste como territórios visíveis para a dança tanto no Brasil como no exterior”, afirma Sérgio Bacelar, diretor-geral do festival.
O MID tem patrocínio do Banco do Brasil, da Embaixada da França, do Instituto Francês e do Governo de Brasília, por meio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC).
Acesse aqui a programação completa
Programação no Teatro Plínio Marcos – Complexo Cultural Funarte Brasília
Espetáculos
Tears – Moçambique/Alemanha
Edivaldo Ernesto
20 de abril, sábado, às 19h
Sinopse:
Um homem entre o medo e o espanto, incomodado por dúvidas irracionais. Nós assistimos à sua jornada através de regras que se tornaram papéis incômodos. Em tensão inquebrável entre o performer e o ouvinte, Tears reflete sobre o que você pode ou não fazer quando exige liberdade. Descarregando a raiva, implodindo em conexões claustrofóbicas, apresenta reação transformadora, explosões de energia imprevisíveis e ilustração de movimento que se alterna em sensível contraste com a música.
Duração: 55 min
Classificação indicativa: 10 anos
Jardín de Invierno – Espanha/Brasil
Cia. Cielo rasO
23 de abril, terça-feira, às 15h – Sessão exclusiva para alunos especiais de escolas públicas
(Bate-papo após a sessão)
Sinopse:
Um cenário poético e desolador, que atrai ao mesmo tempo que assusta. Esse cenário, em parceria com a música e a iluminação, nos convida a um estado íntimo e pessoal de contemplação e percepção de nós mesmos. Esse estado é o que nos conduz quase hipnoticamente a esse mundo criado, o qual interpretamos através das sensações físicas que vemos nos corpos dos intérpretes, identificando essas sensações como se fossem nossas também. Jardín de Invierno, obra que nasceu do projeto de residência artística na edição passada do MID, convida o público a se ver refletido em cena.
Duração: 60 min
Classificação indicativa: 10 anos
O Vazio é Cheio de Coisa
Cia Nós no Bambu
25 de abril, quinta-feira, às 19h
(Bate-papo após a sessão com acessibilidade em libras)
Duração: 45 min
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse:
Com direção de Edson Beserra, põe em cena o duo entre Poema Mulhemberg e um bambu, material de extensa pesquisa que entrelaça acobracia, teatro e dança.
Um corpo humano e um bambu se bastam. Do encontro minimalista entre um bambu oco e um corpo recoberto de experiências da artista, uma profusão de imagens e significados invadem o imaginário do público.
Palco Aberto: apresentações com performances de até 10 minutos
26 de abril, sexta-feira, às 19h
Classificação indicativa: Livre
Adágio para Oito – Cia Contemporânea Noara Beltrami
Amanaiara – Alumeia Criações Artísticas
Cabernet – Rodrigo Cruz Cia de Dança
DiFilms Ballydance – Jalila Najla Cia de Dança do Ventre
Hábraços – PÉS – Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência
Guerreiras – Backstage Performance
Espaço de Trás – Rosa Schramm
Entre Esquivas – Raiz de Três
Fracasso Coreográfico – Coletivo Ceda-si
Os segredos do Matulão – Transições Companhia de Dança e Artes
Recortes de um corpo mambembe – Transições Companhia de Dança e Artes
Resiliência – Grupo Charadas
Vulcânicas – Larissa Hollywood
Sinopses:
Adágio para Oito
Grupo: Cia Contemporânea Noara Beltrami
Direção: Noara Beltrami
Coreografia: Fabiano Lima
Duração: 10 minutos
Adágio para oito reúne trabalhos coreográficos realizados através de experimentações que foram sendo moldadas em dois anos de pesquisas e apresentações em diversos festivais e mostras. Elementos composicionais abstratos bastante utilizados nesta proposta são as sombras e os reflexos. Abstratos porque ambos representam objetos reais, enquanto não são objetos eles estão lá, bem à frente, em torno de você, são intangíveis, mas podem ser vistos e fotografados. O reflexo, o retorno da luz, depois de atingir uma superfície, cria um espaço mais profundo e místico dentro do quadro artístico, valorizando a sensação de profundidade, podendo gerar uma visão impressionista da cena onde está inserido.
Amanaiara
Grupo: Alumeia Criações Artísticas
Direção/coreografia: Aline Melo
Duração: 5 minutos
A coreografia é parte do espetáculo Bendita Bença, da Alumeia Criações Artísticas, coletivo candango que se dedica a contribuir com pesquisas em torno de manifestações artísticas populares da cultura brasileira. Amanaiara está focado em aprofundamentos junto à ancestralidade indígena e possui como mote para a criação a experimentação com os sons e formas geométricas encontradas com o instrumento indígena “pau de chuva”. Nessa coreografia, quatro intérpretes-criadores dançam ao som de cânticos dos povos Yawanawá e se revezam em movimentos que enfatizam a tradição e o fluxo de transformações rápidas da contemporaneidade. Os movimentos dos dançarinos revelam os costumes e o trabalho criativo e coletivamente construído que desemboca na criação e memória perpetuada aprendidas com a resistência dos povos originários.
Cabernet
Grupo: Rodrigo Cruz Cia de Dança
Direção/Coreografia: Rodrigo Cruz
Duração: 11min59
Inspirado no calor e na paixão do tango argentino. É uma visão contemporânea sobre essa vigorosa dança, em que o coreógrafo Rodrigo Cruz explora as nuances do olhar, do toque e das pisadas marcadas, e propõe a desconstrução de gestos e dos passos típicos.
DiFilms Ballydance
Grupo: Jalila Najla Cia de Dança do Ventre
Direção/Coreografia: Jalila Najla
Duração: 4min17
Uma apresentação regada de muito amor, carinho e amizade entre elas. São sonhos e conquistas em conjunto. O mais belo de se ver em um grupo é isso, a união e parceria, mesmo cada uma tendo sua forma e personalidades diferentes na dança, todas são lindas do jeito que são. Jalila Najla e sua companhia de dança mostram para todas as pessoas o encanto, cultura, magia e entrega por esta arte milenar incrível chamada de Dança do Ventre.
Entre Esquivas
Grupo: Raiz de Três
Direção/Coreografia: Márcia Duarte
Duração: 10min
O imaginário contemporâneo é povoado pela consciência da incerteza de um presente em constante mutação, o que nos coloca permanentemente em risco. Entre Esquivas apresenta dois personagens que vivem uma ação que se transforma continuamente. De um sereno repouso, embalados pela respiração, se movem num fluxo sensível entre o amalgamar e o confronto de seus corpos. É nesta zona de constante mutação que eles se relacionam. Um lugar desconhecido que os conduz por um mundo imaginário onde vivem desafios.
Espaço de Trás
Grupo: Companhia Rosa Schramm
Coreografia: Rosa Schramm
Duração: 10min
Como nos orientamos no movimento? A partir da caminhada para trás, motor de desequilíbrio e de deslocamento, dançarinos exploram o espaço de trás, criando sendas, prolongando linhas em curvas e espirais. Comprometidos com essa orientação, se lançam no que não se vê, no que não se habita, no que ainda não é. Nesse percurso paisagens se vertem em outras.
Fracasso Coreográfico
Grupo: Coletivo Ceda-si
Direção/coreografia: Rafael Alves / Zé Reis
Duração: 10min
Um homem que perde as certezas e faz nascer um corpo dividido: corpo criança, corpo cachorro, corpo convite, corpo sedutor, corpo bola, corpo ditador, corpo pisoteado, corpo medo, corpo perigo. Uma dança na sombra, o último suspiro possível em uma democracia. A saudação de um fracasso.
Guerreiras
Grupo: Backstage Performance
Direção/coreografia: Érica Rézio
Duração: 3min
A coreografia retrata a força das mulheres e o empoderamento feminino através de uma dança forte e marcante. Feita com uma temática fantasiosa remetendo à Temiscira, terra das mulheres guerreiras, tem um cenário atemporal que retrata também as mulheres da atualidade e a força para desempenhar o seu papel cotidiano com tanta garra e firmeza. A coreografia é representada apenas por mulheres.
Hábraços
Grupo: PÉS – Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência
Direção: Rafael Tursi
Coreografia: Mari Lotti, Roges Moraes e Yuri Jorge
Duração: 7min
Qual é a potência de um abraço? Quanto de mim existe no outro e o quanto do outro eu carrego em mim? Em cena, através do encontro e do desencontro, os dançantes Roges Moraes e Mari Lotti investigam o poder do toque, do afeto e do desafeto. Hábraços é um excerto do espetáculo homônimo do grupo PÉS, de teatro-dança com pessoas com deficiência. O quarto espetáculo da companhia traz 16 dançantes, homens e mulheres, com idades entre 20 e 59 anos. Um caminhar diferente, um olhar diferente, um pensar diferente. Em tempos controversos, de alta comunicabilidade midiática e excessivo isolamento dos indivíduos, de repente, reconhecer nossa diferença pode ser exatamente nossa maior unidade, e reconhecer isso em outrem é ver que não estamos a sós. Há braços.
Os segredos do Matulão
Grupo: Transições Companhia de Dança e Artes
Direção/Coreografia: Lehandro Lira
Duração: 2min43
Celeiro das grandes artes populares do Brasil, o Nordeste traz consigo seus costumes e tradições galgados de pureza e musicalidade. Por meio desses seus significados, o Matulão tem a funcionalidade de uma trouxa improvisada utilizada para carregar objetos pessoais. Com base nisso, essa composição coreográfica vislumbra a releitura do Matulão, que é o grande esconderijo das vertentes musicais e a corporeidade. Representado por um Matulão humano, desfrute do que a cultura popular nordestina tem de tão sagrado e importante para a história da dança no Brasil e sua contemporaneidade.
Recortes de um corpo mambembe
Grupo: Transições Companhia de Dança e Artes
Direção/Coreografia: Lehandro Lira
Duração: 5min10
Através das danças populares e da criatividade, os brincantes da Transições Companhia de Dança e Artes marcam os palcos itinerantes que abrem espaço para a arte viva e com recortes que compõem essa colcha de retalhos corporais.
Resiliência
Grupo: Charadas
Direção/Coreografia: Luiz Fernando Barbosa Magalhães
Duração: 10min
A coreografia tem como tema central a Resiliência, sinônimo de resistência e força, ou seja, propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica e/ou capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. No decorrer do espetáculo, são apresentadas diversas situações vivenciadas por dançarinos, moradores de periferia, juntamente com o método do grupo de combater os estigmas, que é, sobretudo, através da arte, especificamente da dança, que faz parte da cultura Hip Hop, o Freestyle Hip Hop Dance e o Breakdance.
Vulcânicas
Grupo/Artista: Larissa Hollywood
Direção/Coreografia: Gustavo Letruta
Duração: 5min
Assim o artista define a apresentação: Sobre a dança trazer nossa identidade, sobre os caminhos que atravessam nossos corpos, nossas viadagens, nossas transmutações. Sobre o que nos veste sempre é além de roupa. De pele, de escama, de fala. Nossa dança é que fala.
Serviço
MID 2019 – Movimento Internacional da Dança
Teatro Plínio Marcos, no Complexo Cultural Funarte Brasília
Eixo Monumental – Setor de Divulgação Cultural (SDC), lote 2
(entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)
Brasília (DF)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Apresentações do Palco Aberto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Sujeito a lotação. Ingressos devem ser retirados na bilheteria. Bilheteria do Teatro abre no dia do evento, uma hora antes do espetáculo.
Acesse aqui a página do Festival