Funarte realiza oficina de texto teatral no Maranhão

A Fundação Nacional de Artes, por meio do Programa Funarte de Capacitação Artística e Técnica em Artes Cênicas 2019, apresenta mais uma atividade, agora no Maranhão. É a oficina Introdução à Dramaturgia, da ideia à ação, do autor teatral, professor e jornalista Zen Salles. As inscrições estão abertas.

Ele comenta: “A oficina é alicerçada na clássica sentença aristotélica de que drama é ação”. Com esse foco, a oficina tem como proposta básica apresentar, de uma forma fácil, descomplicada e criativa, os conceitos básicos para a construção de uma narrativa de ficcção; por exemplo: a elaboração de um personagem, seus desejos e conflitos, os arquétipos da “jornada do herói”*, entre outros elementos indispensáveis da carpintaria dramatúrgica tanto para o texto teatral como o roteiro televisivo e cinematográfico”, diz Salles. A oficina é destinada a jovens de todas as idades, a partir dos 16 anos, com um número máximo de 35 vagas. As inscrições serão aceitas até antes do início do primeiro dia de aula, caso existam vagas.

O ministrante

Ezeniel Sales e Silva, cujo nome artístico é Zen Salles, é dramaturgo, professor e jornalista, formado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). De 2009 a 2010, foi aluno do Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council. Como resultado do curso, após o rigoroso processo seletivo – que incluiu mais de 200 textos –, sua peça Pororoca foi escolhida para montagem; e ficou em cartaz no Teatro do Sesi, em São Paulo (SP), por seis meses, com direção do premiado Sérgio Ferrara. O espetáculo também recebeu a indicação na categoria Melhor Dramaturgo de 2010 ao prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro.

Introdução à Dramaturgia, da ideia a ação

“A intensa produção de séries, tanto em canais abertos, fechados ou em serviços de transmissão (streaming), vem se mostrando a cada dia mais potente. Narrativas ficcionais não se resumem apenas aos livros, produções teatrais ou da chamada Sétima Arte. Por essa razão, o domínio da escrita dramatúrgica se faz necessária para a elaboração de produtos audiovisuais. Diferente da Literatura, a escrita dramática tem as suas especificidades, códigos, linguagens e ferramentas. É aí que entra a nossa oficina, que vai tratar dos principais elementos da dramaturgia de maneira fácil, criativa e descomplicada para quem tem interesse de se lançar nesse ofício tão apaixonante”, explica Salles.

Resumo do conteúdo

“Primeira Aula: o que é drama? – Personagem como agente do Drama. O que move uma personagem? Conflitos e desejos. Protagonista versus Antagonista. Como atividade em sala de aula, cada participante da oficina vai elaborar um personagem a partir do seu próprio universo de referências cotidianas.

Segunda Aula: quais são os sete arquétipos de personagens comuns ou funções psicológicas encontrados em todas as boas histórias? Exercício criativo em sala de aula sobre o assunto do dia.

Terceira Aula: quais são as etapas da ‘Jornada do Herói’*, indispensáveis na construção de toda a boa história? Exercícios criativos em sala de aula sobre o assunto do dia.

Quarta Aula: diferenças específicas entre o texto teatral e o roteiro cinematográfico.

Quinta Aula: a desconstrução do drama. A experiência de Zen Salles como dramaturgo e roteirista, com apresentação de textos de sua autoria, como as bem-sucedidas peças ‘Pororoca’, ‘Genet, o Poeta-Ladrão’ e o roteiro para cinema do curta ‘Um Buraco Negro na Pupila Dilatada’.”

Exemplo de atividade a ser sugerida

Cada aluno deve construir o perfil biográfico de uma personagem, a partir do seu próprio universo referencial.

O aluno deve ter presença em todos os dias da oficina, além da “intensa participação” em cada atividade.

Bibliografia

A Jornada do Escritor – Christopher Vogler
Para Trás e Para Frente – David Ball
Da Criação ao Roteiro – Doc Comparato
Manual do Roteiro – Syd Field
Roteiro de Cinema e Televisão – Flávio de Campos
A Personagem de Ficção – Antônio Candido, Anatol Rosenfeld, Décio de Almeida Prado e Paulo Emílio Salles Gomes
Três Usos da Faca – David Mamet
O Herói de Mil Faces – Joseph Campbell
O Poder do Mito – Joseph Campbell

Oficina

Introdução à Dramaturgia: da Ideia à Ação
Ministrante: Prof. Zen Salles (pseudônimo de Ezeniel Sales e Silva)

De 8 a 12 de julho de 2019, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h
Público Alvo: jovens de todas as idades, a partir dos 16 anos.
Número de participantes: mínimo de 30 e máximo de 35

Local: Teatro Arthur Azevedo
Rua do Sol, s/n – Centro – São Luís (MA)
Tel.: (98) 3218-9900

Inscrição por meio deste link

Mais informações: zensacional@gmail.com

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro de Artes Cênicas – Coordenação de Teatro

* Também chamado de “monomito” o conceito de “jornada do herói” é um princípio teórico que identifica a presença de mitos “universais” (ou seja, presentes em narrativas, mitológicas, tradicionais e literárias, de todas as culturas) de personagens heróicos, que cumprem tarefas notáveis e que, por isso, alcançam grandes conquistas. Consta quea ideia de monomito tenha sido lançada num romance de James Joyce, Finnegans Wake (1939), traduzido no Brasil como Finnicius Revém – obra conhecida por conter frutos dos estudos de mitologia comparada do escritor. Consta que o conceito seja desenvolvido por Joseph Campbell em O Herói de Mil Faces (1949), texto antropológico e de narratologia – pesquisa da estrutura e funcionamento da narrativa (estudos acadêmicos de literatura e mitologia). A “jornada do herói” é especialmente estudada pela psicologia analítica – Carl Gustav Jung (criador do conceito de “arquétipo”). Sugerimos como bibliografia sobre o tema o livro Mitologia Grega III – Junito de Souza Brandão.