Espetáculo “Solano – Vento forte africano” estreia no Teatro Dulcina, no Rio. Ingressos a preços populares.

Elenco e diretora da peça “Solano – Vento forte africano” - Foto: Andrea Rocha

Música, canto, dança e sapateado são algumas das atrações que o público vai encontrar no espetáculo Solano – Vento forte africano, que chega no próximo sábado, dia 7 de setembro, ao Teatro Dulcina, no Centro do Rio. A montagem reflete um pouco do lado humano, artístico e político do poeta pernambucano Francisco Solano Trindade, que faria 111 anos em 2019, caso estivesse vivo. Solano desenvolveu sua múltipla potencialidade artística com o olhar sempre voltado à realidade do negro brasileiro. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

A narrativa evidencia episódios marcantes da trajetória do artista, como o seu convívio com a atriz Ruth de Souza – amiga que o abrigava após as manifestações políticas pelos direitos dos trabalhadores; quando a música Mulher Barriguda, canção de autoria de Solano Trindade – compreendida como protesto à ditadura militar, foi gravada pelo grupo Secos e Molhados, em 1973, e durante outros acontecimentos relacionados à obra do poeta. Dada sua militância política pacífica, Solano é considerado por muitos o Gandhi da literatura popular brasileira, mesmo tocando em pontos críticos – dentre eles, a dificuldade de inserção do negro no mercado de trabalho.

Reforçando a luta do artista, elenco e equipe técnica são predominantemente formados por profissionais negros. “Solano tem profunda importância na unificação dos movimentos negros”, explica Geovana Pires, diretora do espetáculo. Nordestino como ele, o ator Val Perré foi escolhido para dar vida ao “Poeta do Povo”, que foi ainda fundador do Teatro Popular Brasileiro – companhia formada basicamente por domésticas, estudantes, comerciários e operários na década de 1950. “Tive a dimensão da importância da obra do Solano ao receber o convite para interpretá-lo e, como ator negro e nordestino, fico pleno de prazer e reconheço esta responsabilidade. Temos uma missão de levar a obra de Solano a todos, dando voz e continuidade, percebendo a mensagem de liberdade e o amor que é latente no seu trabalho”, salienta o ator.

 

Os atores Val Perré e Elisa Lucinda – Foto: Andrea Rocha

 

A diretora Geovana Pires explica a construção da dramaturgia junto com a atriz Elisa Lucinda. Segundo ela, os familiares de Solano que são os responsáveis pela continuidade da sua obra foram imprescindíveis na concepção do espetáculo documental. “A família acompanhou todo o processo e tivemos a honra de ter seu filho, Liberto Trindade, como consultor das músicas populares que Solano usava em suas peças. Contaram-nos muitas histórias que não sabíamos e as inserimos na dramaturgia. Foi um momento mágico e emblemático”, relembra Geovana.

A primeira apresentação da peça Solano – Vento forte africano aconteceu em maio deste ano, em Embu das Artes, em São Paulo. A família de Solano vive em Embu das Artes, onde há um teatro popular com o nome do poeta, além de uma escola e uma rua que o homenageiam. O artista morou na cidade entre os anos de 1961 e 1970, ao retornar da Europa. Francisco Solano Trindade nasceu em Pernambuco, em 1908, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1974.

Serviço:

Espetáculo Solano – Vento forte africano

Dias e horários: de 7 a 29 de setembro, sexta-feira a domingo, às 19h

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)

Gênero: documental
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 1h e 30 minutos

Ficha técnica:

Texto: Solano Trindade
Dramaturgia: Elisa Lucinda e Geovana Pires
Direção: Geovana Pires
Elenco: Val Perré, Valéria Monã, Elisa Lucinda, Nando Rodrigues, Damiana Inês, Regina Café e Rozan
Stand-by: Jorge Luiz

Direção musical: Beá
Preparação vocal Canto Preto: Ayiê Ti Eso e Vinicius Pereira
Consultoria musical: Liberto Solano Trindade
Direção de movimentos: Valéria Monã
Figurino: Joana Seibel
Cenário: Iléa Ferraz
Iluminação: Djalma Amaral
Assistente de direção: Nando Rodrigues
Cozinheira do Afeto: Janice Pires
Fotografia: Andrea Rocha
Programador visual: David Lima
Adereços: Iléa Ferraz, Joana Seibel e Vitor Martinez
Costureiras: Ângela Fagundes e Juçara Carvalho
Contrarregra: Eduardo Brandão

Mídias sociais: Ivam Cruz
Cenotécnicos: André Salles e Fátima de Souza
Operador de luz: Alessandro Persan
Técnico de montagem de luz: Chapinha
Assistentes de produção: Mariana Pantaleão e Pamela Alves
Assessoria de imprensa: Gisele Machado e Bruno Morais
Direção de produção: Damiana Inês
Escritório Casa Poema: Bruna Pires e Taís Espírito Santo
Coordenação geral: Geovana Pires
Realização: Casa Poema

Local: Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17
Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Telefone: (21) 2240-4879
(Próximo ao VLT e ao Metrô Cinelândia)