Em cartaz de 26 a 29 de setembro, quinta a domingo, no Teatro Cacilda Becker, na Zona Sul do Rio, o espetáculo Corpoesia traz para a cena, com humor e poesia, diferentes estados do ser, a partir de experiências corporais que se relacionam mutuamente. Experiências da dança, canto, palavras e gestos de seres humanos/artistas que se encontram no palco e dividem suas memórias falando pelos corpos e desvelando sensações desse corpo para a plateia. Convidado a participar da obra, o espectador é contaminado pelos diferentes sentidos e significados propostos pelo trabalho corporal, musical e cênico do grupo. As sessões, de quinta a sábado, são às 20h, e domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).
Corpoesia integra o repertório do Grupo de Pesquisa Investigações sobre o Corpo Cênico (GPICC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Desde a sua formação em 2011, o grupo procura, com a arte do corpo, intensificar a formação dos graduandos a partir de pesquisas práticas e teóricas e fundamentalmente a partir do contato direto com o público, dando vida à obra e profundidade ao processo de investigação.
A programação no Teatro Cacilda Becker inclui, ainda, a realização de oficinas nos dias 25 e 26 de setembro, quarta e quinta, das 15h às 19h. Alunos da Graduação e da Pós-graduação em Dança da UFRJ são convidados a experimentar o processo de criação do grupo. No dia 28, sábado, às 16h, acontece um roda de conversa com dois artistas, que irão compartilhar seus processos de criação e metodologias de composição com o grupo.
Sinopse – Corpoesia
O corpo em poesia lança-se no espaço. O espaço em poesia lança-se no corpo. É assim que vivemos a experiência da dança: invadindo e sendo invadidos pela poesia. Corpo nu, corpo roto, corpo torto, corpo louco e tantos outros corpos do mundo nos atravessam e se expressam em meio a gestos, palavras, ações e canções.
Propomos afetos sem restrições, propomos ideias com emoções, evocamos em cena pequenas revoluções e delicadamente estamos juntos, sem papéis nem personagens. Em cada espetáculo nos transformamos, amalgamamos, sentimos e tocamos o mundo, o mundo que observamos a partir dos olhos sensíveis do corpo. Nesse olhar, a folha que cai pode ser inspiradora e o homem chorando, um momento infinito de dor…
Queremos tocar o outro pela poesia de nossos corpos; mostrar o sensível da vida em corpos-tantos que atravessam nossos corpos-mundo e nos iluminam nos convocando a resistir, dançando e cantando.
Ficha Técnica
Espetáculo Corpoesia
Grupo de Pesquisa Investigações sobre o Corpo Cênico (GPICC/CNPq/UFRJ)
Direção geral: Maria Inês Galvão
Roteiro/Criação e Interpretação: Erivan Borges, Jessica Louzada, Maria Inês Galvão, Nayanne Cavalcante e Yuri Dias
Texto: Erivan Borges e Maria Inês Galvão
Músicas: Maria Inês Galvão e Yuri Dias
Concepção de Luz: José Geraldo Furtado
Operador de Luz: Yuri Rodrigues
Direção de ensaio: Erivan Borges
Preparação corporal: Maria Inês Galvão e Nayanne Cavalcante
Preparação vocal: Marcus Machado de Almeida e Maria Alice Motta
Maquiagem e cabelo: Jéssica Louzada
Cenário e Figurino: Yuri Dias
Consultoria sobre cenário: Cida Donato
Fotografia: David Abreu
Programação Visual: Thiago Nunes
Produção: Maria Inês Galvão
Assistente de Produção: Luís Silva
Sobre o Grupo
O Grupo de Pesquisa Investigações sobre o Corpo Cênico tem suas origens na formação da diretora Maria Inês Galvão junto à Companhia de Dança Contemporânea da UFRJ. Desde a revitalização da companhia, em 1986, a dança vem conquistando espaços cada vez mais expressivos na UFRJ. Em 1994, com a implementação do curso de Bacharelado em Dança, a diretora passou a integrar um programa interdisciplinar de produção artística que propicia aos alunos da graduação em dança a vivência de um extenso leque de conteúdos e estratégias de ensino voltados exclusivamente para a pesquisa em dança através da criação e apresentação de espetáculos coreográficos.
Em 1995, morando nos Estados Unidos (Nova York), aprofundou sua formação em dança na NYU, participando de companhias que se apresentaram em praças públicas e teatros da cidade de NY. Depois dessa experiência, foi fundamental realizar seus estudos de mestrado e doutorado no Brasil com enfoque nas artes cênicas, já como professora e coreógrafa dos cursos de dança da UFRJ. A partir de 1997, dirigiu e participou de muitas produções em dança e teatro como: Entre Linhas (direção e criação, 1997); O amor e seus duplos (direção, produção, criação e interpretação, 2001); Êxtase de Teresa (criação e interpretação, 2002); Jogo de Damas (direção, produção e criação, 2004); O amor e a donzela no teatro da crueldade da demanda do Santo Graal (criação e interpretação, 2010); Tijanauê (direção, criação e produção, 2014); A moça que espera (dramaturgia, produção, criação e interpretação, 2016); Ô Nô Sô (dramaturgia, produção, criação e interpretação, 2016); Plantar Flores na Autopista (criação e interpretação, 2017); Entre Nós (direção, produção, criação e interpretação, 2018).
A proposta para a performance de dança Corpoesia (2019) é trazer para a cena com humor e poesia diferentes estados do ser em experiências corporais que se relacionam mutuamente, síntese das experiências corporais e artísticas da diretora e idealizadora desse projeto. Convidado a participar da obra, o espectador é contaminado pelo sentido de coletivo proposto pelo trabalho corporal, musical e cênico do grupo. Nossos processos de composição do espetáculo se utilizam de estruturas de improvisação como base metodológica, onde a ignorância e a curiosidade voltem a se instalar, e perguntar volte a ser mais importante que responder. Pensamos o método como processo real de caminhar e não como intervenção objetiva, propondo certa geografia metodológica da errância.
Sem a certeza do material a ser produzido ou uma meta a ser alcançada a priori, seis pesquisadores-artistas (dois docentes e quatro graduandos) experimentam suas próprias percepções corporais advindas do em-curso das palavras, dos sons aleatórios e da melodia musical. Nessa etapa ainda em construção do trabalho, estamos experimentando apresentações de fragmentos da obra, dentro e fora da universidade, e obtendo o retorno do espectador como fonte necessária à continuidade da composição do trabalho. Corpoesia vem concretizar o momento atual e atuante do percurso de pessoas na arte do corpo contaminadas pela vida e pelas outras tantas formas de expressão da nossa sensibilidade.
Programação
Oficinas
Dias 25 e 26 de setembro – quarta e quinta, das 15h às 19h
Convidamos alunos da Graduação e da Pós-graduação em Dança da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ a experimentar com o corpo o nosso processo de criação para que todos possam, participando dessa pesquisa, produzir nesses dias um trabalho que será apresentado na quinta-feira, dia 26 de setembro, às 20h, no Teatro Cacilda Becker.
Espetáculo Corpoesia
De 26 a 29 de setembro – quinta a sábado, às 20h; e domingo, às 19h
O espetáculo Corpoesia traz para a cena a poesia do corpo, em seus diferentes estados de ser, dialogando com os acontecimentos do mundo. Corpos políticos, sensíveis, fortes, frágeis, diversos e contraditórios em si mesmos, falam dos caminhos percorridos em busca de suas identidades humanas e artísticas. Nesse sentido, a oficina tem o objetivo de possibilitar relações entre corpo, jogo, movimento, vontade, vida e mundo, potencializando o estado de presença e os afetos advindos dos atravessamentos das experiências.
Roda de Conversa
28 de setembro, às 16h
Dois artistas serão convidados para compartilharem seus processos de criação, suas metodologias de composição numa roda de conversa com o GPICC. O ponto de partida da conversa será a questão da poesia em seus trabalhos e a relação com o sujeito na decadência social contemporânea. Corpo-identidade, corpo-político, corpo-sensível serão pontos que nortearão a conversa.
Ingressos: R$10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)
Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Catete – Rio de Janeiro (RJ)
(Próximo ao Metrô Largo do Machado)
Telefone: (21) 2265 9933