Funarte prestigia Iphan na entrega do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

Na noite do dia 5 de dezembro, quinta-feira, o Centro Cultural Paço Imperial, no Centro Rio de Janeiro (RJ), sediou a cerimônia de premiação da 32ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. A honraria é concedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a trabalhos relacionados a ações no campo de atuação dessa entidade. O presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte, Dante Mantovani esteve presente na solenidade.

O maestro destacou a importância do patrimônio cultural nacional; e do Iphan na preservação deste; agradecendo o convite da presidente do órgão, Kátia Bogéa. Mantovani lembrou que patrimônio histórico também é arte e isso o motivou a priorizar a cerimônia em sua agenda. O presidente da Funarte acrescentou que as obras arquitetônicas são “história viva” e que a arquitetura é arte concretamente materializada. “Tenho certeza de que muitos dos projetos contemplados no Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade não têm somente valor como patrimônio artístico, material e imaterial para o Brasil, mas também serão legados para a humanidade”.

Na cerimônia, o Iphan entregou os troféus do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade/2019 ao oito projetos, representantes dos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco. Os contemplados são: Tecendo memórias, contos e cantos – Registro das histórias de tradição oral dos imigrantes italianos no Rio Grande do Sul (RS), Pinte seu Patrimônio (PE), Rolé Carioca (RJ), Feira Nacional de Negócios do Artesanato – Fenearte (PE), Milonga – repensando critérios de tombamento de terreiros (BA), Mina Du Veloso (MG), Feira de Trocas de Sementes e Mudas Tradicionais das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (SP) e Inventário Participativo dos Engenhos de Farinha do Litoral Catarinense (SC). Além deles, cinco outras iniciativas também receberam certificado de menção honrosa.

O presidente antecipou que pretende desenvolver parcerias de projetos artísticos da Funarte com o Iphan, utilizando espaços de valor histórico e arquitetônico. Ele considera que a fusão entre as linguagens artísticas contempladas pela Funarte (artes visuais, circo, música, dança e teatro) e a arquitetura contribuirá muito para a preservação da memória cultural do país. “Assim, o patrimônio será preservado e também será veículo de expressão da arte, o que elevará a autoestima do povo brasileiro”, concluiu Mantovani.

A 32ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco Andrade

O Prêmio Rodrigo Melo Franco Andrade é realizado por meio de concurso público. Segundo o Iphan, “é o maior na área de Patrimônio Cultural de todo o Brasil e teve, este ano, 323 projetos inscritos em todo o país. Deles, 99 ações passaram para a última etapa, quando os oito grandes vencedores – divididos em duas grandes categorias – foram selecionados pela Comissão Nacional de Avaliação. Cada um dos vencedores recebeu R$ 30 mil”. O Iphan acrescenta que, ao longo de todo esse ano, escolheu a Região Sul como “foco de seus trabalhos e discussões, realizando uma série de ações que destacam os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. […] Além disso, trouxe também a aproximação com o Turismo Cultural, engajando a população a conhecer e se reconhecer nesses territórios, por meio de uma abordagem sustentável e cidadã”.

Realizado pelo Edital de Concurso nº. 01/2019, o processo seletivo do prêmio contempla oito trabalhos representativos de ações no campo do Patrimônio Cultural brasileiro, divididos em duas categorias: “1- Iniciativas de excelência no campo do Patrimônio Cultural Material: ações de identificação, documentação, proteção, conservação e promoção do patrimônio cultural material” e “2 – Iniciativas de excelência no campo do Patrimônio Cultural Imaterial: ações de identificação, documentação, proteção, salvaguarda e promoção do patrimônio cultural imaterial”. Cada categoria é dividida em quatro segmentos “I – Entidades Governamentais; “II- Empresas e Fundações privadas”; “III – Outras Instituições sem fins lucrativos da sociedade civil organizada”; “Segmento IV- Pessoas Físicas e representantes de grupos ou coletivos”. É selecionada uma proposta por segmento, em cada categoria.

O Paço Imperial

Tombado pelo Iphan em 1938, o Paço Imperial é, desde que foi restaurado, nos anos 1980, um centro de exposições e eventos, e sede da Biblioteca Paulo Santos. Atuando na preservação da memória histórica, ao mesmo tempo em que incorpora inovações da cultura brasileira, é considerado pelo Iphan e por outras instituições especializadas um dos marcos da história cultural da capital fluminense.