O ator, produtor e diretor teatral Julio Adrião parte de um texto autoral escrito em 1986 para fazer uma reflexão sobre memória e eternidade. O resultado é a videoperformance Qual a razão de tudo isso, eu sempre penso, criada especialmente para o Bossa Criativa – Arte de Toda Gente. O vídeo estreou no último dia 2 de outubro e está disponível no site do projeto.
O texto incluiu fragmentos de Utopia, de Thomas More, de La Libertà, de Giorgio Gaber, e de O Enteado, de Juan José Saer. Julio Adrião explica que o vídeo foi editado com imagens dos ensaios e do dia da gravação oficial, que, misturadas e repetidas, revelaram em sua estética a reflexão sobre a memória, a perenidade, o improviso e a finitude, que eram originalmente os assuntos que o roteiro abordava, por meio dos textos escolhidos.
“A oportunidade criada pelo site Bossa Criativa foi uma provocação para que eu e a diretora de fotografia Thais Grechi colocássemos em prática uma antiga vontade de fazer um primeiro curta juntos, dividindo e colaborando em todas as funções”, conta.
Segundo o cineasta e amigo do ator, Angel Diez, que assistiu a uma das primeiras versões editadas do trabalho, a performance “transita num tempo que parece futuro, vira passado e fica presente, por meio de uma câmera invasiva, porém amiga”.
Julio Adrião nasceu no Rio de Janeiro, em 1960, e se formou pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Em 1986, foi para a Itália, onde trabalhou por seis anos com o Teatro Potlach e em outras companhias. Mais tarde, integrou a Cia. de Público. Em 2005, com o solo narrativo A Descoberta das Américas, de Dario Fo, ganhou o Prêmio Shell/RJ de melhor ator. Na TV, participou das minisséries Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, de Gloria Perez, e Dois Irmãos, entre outras. Sua estreia no cinema foi com o filme Verônica (2009), de Maurício Farias, e desde então participou de mais de uma dúzia de filmes.
No Bossa Criativa, Julio Adrião também está à frente da oficina O Ator no Solo Narrativo, com vídeos também disponíveis no site do projeto, que foi criada a partir da experiência, prática e reflexões de mais de 15 anos sobre o processo que envolveu a criação e preparação de A Descoberta das Américas.
Bossa Criativa – Arte de Toda Gente
Parceria entre a Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – com curadoria de sua Escola de Música –, o Bossa Criativa reúne apresentações e oficinas de diversas linguagens artísticas e formas de economia criativa. O foco é a democratização da cultura, bem como a diversidade e a difusão de todas as artes, de modo inclusivo. As atividades são compostas de “pocket shows”, performances e vídeos de capacitação, exibidos no site www.bossacriativa.art.br, com participação de artistas de todo o Brasil. A agenda inclui o lançamento de um edital para novas propostas artísticas e culturais; e também um chamamento público para apresentação de trabalhos de mestrado na área das artes. A iniciativa faz parte do Programa Funarte de Toda Gente. Mais informações no site do projeto.
Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente
Videoperformance
Qual a razão de tudo isso, eu sempre penso, com Julio Adrião
Disponível no site www.bossacriativa.art.br
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Curadoria: Escola de Música da UFRJ
Mais informações sobre outras atividades no site do projeto
Informações sobre editais e outros programas da Funarte: www.funarte.gov.br