A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta o falecimento do fotógrafo, ator e empreendedor Felipe Paiva, morador do Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O jovem trabalhava em diversos projetos de arte-educação voltados para a inclusão social de moradores de comunidades. Fotografia, teatro, língua estrangeira, dança e música eram as linguagens utilizadas pelo jovem artista e empreendedor em suas ações. Felipe Paiva faleceu na última quarta-feira, dia 21 de outubro, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, ocasionada por uma pneumonia adquirida recentemente. Segundo os familiares, Felipe também lutava contra um câncer hereditário.
Felipe Paiva integrava a Oficina de Teatro da Cia. Completa Mente Solta e o Grupo de Teatro Nós do Morro. Foi um dos idealizadores e criadores do FavelArt&Foto – FAF, grupo de fotógrafos profissionais e amadores que registram seus cliques fotográficos em comunidades cariocas, durante os fins de semana. Em 2018, o jovem fez parte de um projeto chamado “Nós do Morro almoçando com arte”, da Fundação Nacional de Artes, no Teatro Glauce Rocha, localizado no Centro do Rio de Janeiro. A iniciativa visava a comemorar os 32 anos de existência da companhia teatral da qual ele integrava, com apresentações gratuitas no horário do almoço. Saiba mais sobre o espetáculo aqui.
A perda de Felipe Paiva foi muito lamentada nas redes sociais. Uma das homenagens partiu do Grupo de Teatro Nós do Morro. “É com tristeza que recebemos a notícia da partida de nosso Felipe Paiva. Fará falta seu olhar e sua força. #Vidigal em luto”, ressaltou a companhia de teatro em sua página no Facebook.
O FavelArt&Foto, por meio de depoimento do amigo Evilásio Mariano, também expressou tristeza pela morte do jovem. “A Familia FAF perde um integrante, uma câmera, um click, um olhar… Estamos profundamente tristes com essa repentina notícia! Sua alegria, seu companheirismo e cumplicidade irão nos fazer falta!”, escreveu Mariano.
Segundo o fundador do Coletivo Fotografia, Periferia e Memória e, também, colaborador do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte – CCPF, Dante Gastaldoni, ele tinha múltiplos talentos. “Felipe Paiva tinha a favela na alma. Era morador do Vidigal, mas fui conhecê-lo na Rocinha, em 2013, por ocasião de um projeto chamado Click Afetivo, do qual participei com Ripper e diversos fotógrafos formados na Maré. Foi ele, sempre sorrindo, que nos guiou pelas ladeiras da comunidade naquela ocasião e, desde então, a gente vinha se encontrando, meio ao sabor do acaso, em exposições e eventos de fotografia. Nessas ocasiões, Felipe sempre falava de seus projetos de inclusão social, envolvendo teatro, fotografia, música e dança. Com sua partida, perdemos um talento multifacetado, mas ficamos com a inspiradora memória que ele semeou entre nós”, ressalta Dante.