Obras premiadas na Funarte SP

Dois artistas brasileiros contemplados com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010 abrem, dia 28 de maio, exposições individuais nas galerias Flávio de Carvalho e Mário Schenberg do Complexo Cultural Funarte São Paulo. As instalações “Jardim”, de Érica Kaminishi, e “Caçada – Deslocamentos Gráficos”, de Fernando Vilela, foram especialmente desenvolvidas para dialogar com a arquitetura destes dois espaços e para promover o debate sobre a multiplicidade de estéticas e linguagens artísticas no século 21.

Com a proposta de estimular a diversidade de tendências e linguagens nas suas variadas modalidades de manifestação, o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010 efetuou um investimento de R$ 930 mil para a realização de 15 exposições de artes visuais, entre 2010 e 2011, nos espaços da Funarte em Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

As exposições “Jardim” e “Caçada – Deslocamentos Gráficos” permanecem até 31 de julho, respectivamente, na Galeria Flávio de Carvalho e na Galeria Mário Schenberg do Complexo Cultural Funarte São Paulo, e têm entrada franca.

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GALERIA FLÁVIO DE CARVALHO:

“Jardim”, de Érica Kaminishi, é um convite à participação

"Jardim", de Érica Kaminishi

Na instalação de Érica Kaminishi, “Jardim”, esculturas em fibra de vidro que remetem aos jardins zen japoneses (karesansul) serão também um convite à colaboração dos visitantes. Quem for à exposição, que estará aberta ao público até 31 de julho na Galeria Flávio de Carvalho do Complexo Cultural Funarte SP, receberá uma caneta hidrocor apagável para desenhar ou escrever sobre a superfície branca das esculturas e fazer da obra “um diário, a extensão de suas emoções”, como propõe a artista. “Dessa forma, a obra de arte deixa de ser algo hermético e torna-se um work in progress; um ‘jardim’ que floresce  e se transforma de acordo com a realidade local e o desejo do público”, define Érica. “A palavra do outro, muito mais que uma ausência de identidade, torna-se uma palavra ‘unânime’, vinda do desejo e da vontade de muitas vozes que se identificam e também querem se expressar”, revela.

Para Christopher Zoellner, designer e doutorando em Artes e Design Têxtil pela Tama Art University (Japão), o “Jardim” de Érica Kaminishi expressa o conceito de um “espaço territorial culturalmente construído e recriado sob essa problemática cultural entre o Japão e o Mundo, o Eu e o Outro”. E o Outro, aqui, segundo Zoellner, “é o público, o estrangeiro ao processo artístico, convidado a se manifestar por meio dessa obra”.

Sobre a artista

Érica Kaminishi vive e trabalha entre Brasil, Japão e França, é formada em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná em Curitiba e mestre em Artes Visuais pela Nihon University em Tóquio, Japão. Já realizou diversas exposições no Brasil e no Japão. Recebeu mais de dez prêmios entre os dois países, incluindo o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010 e o Prêmio Mostra de Artistas no Exterior (Fundação Bienal de São Paulo). Para 2011, exposições individuais agendadas na Galeria Flávio de Carvalho, no Complexo Cultural Funarte São Paulo e na Tokyo Opera City Cultural Foundation Art Gallery, em Tóquio Japão.

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GALERIA MÁRIO SCHENBERG:

“Caçada – Deslocamentos Gráficos”, de Fernando Vilela, tem São Paulo como protagonista

“Caçada – Deslocamentos Gráficos”, de Fernando Vilela

A instalação gráfica “Caçada – Deslocamentos Gráficos”, do paulistano Fernando Vilela, mescla as linguagens da gravura em madeira, do desenho e da fotografia. Farão parte da obra uma gravura impressa sobre os 233 metros quadrados das quatro paredes da galeria Mário Schenberg e um filme de 2 minutos – que mescla imagens estáticas com filmagens e animações – exibido no lado de fora da galeria.

“Esta obra busca estabelecer um diálogo visual dos elementos gráficos (postes de luz, de placas de ruas, sinais de trânsito, etc.) e arquitetônicos do entorno urbano do prédio da Funarte no centro da cidade de São Paulo com elementos do espaço”, antecipa o artista.

“Fernando pinça elementos da paisagem urbana selecionando aqueles que provocam maior atrito visual nos percursos pela cidade e os reordena com representações que misturam olhar fotográfico, recorte e colagem. Sua grande esperteza é notar que nem é preciso adicionar narrativas às cenas da cidade, pois, em sua mistura de ambição e descaso, São Paulo já se povoou de peças monumentais e desproporcionadas como o Elevado Costa e Silva – o Minhocão – e o emaranhado de fios elétricos suspensos (mal) amarrados e tensos entre postes. Na sua excentricidade, São Paulo já é personagem, e tanto as colagens sobrepostas em papel vegetal como as gravuras sobre fotografias de Fernando nos ajudam a percebê-lo, caso estejamos demasiado distraídos pelas contas a pagar e os horários a cumprir”, analisa o crítico Paulo Myada.

Sobre o artista

Nascido em São Paulo em 1973, Fernando Vilela é artista plástico, ilustrador, autor, possui graduação em artes plásticas pela Unicamp e mestrado em artes pela ECA-USP. Como artista plástico, desenvolve trabalhos com gravura, desenho, colagem, escultura, instalação e fotografia. É também autor e ilustrador com livros publicados em mais de sete países. Foi premiado no Brasil com três prêmios Jabuti em 2007. Neste mesmo ano, recebeu no exterior a Menção Honrosa Internacional do Bologna Ragazzi Award pelo seu livro Lampião e Lancelote (Cosac Naify, 2006).

Exposição “Jardim”
De Érica Kaminishi
Abertura: 28 de maio, às 10h
Galeria Flávio de Carvalho

Site da artista: http://www.ericakaminishi.com

Exposição “Caçada – Deslocamentos Gráficos”
De Fernando Vilela
Abertura: 28 de maio, às 10h
Galeria Mário Schenberg

Site do artista: www.fernandovilela.com.br
Blog da exposição: http://vilelafernando.blogspot.com/

Data: 28 de maio a 31 de julho de 2011.
Segunda a domingo, das 14h às 22h.

Local: Complexo Cultural Funarte São Paulo
Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos – São Paulo (SP)
Informações: (11) 3662 5177
Entrada franca.

Exposições contempladas com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010