Com Um brinde a Dulcina!, que reúne as atrizes Bibi Ferreira, Nathália Timberg e Marília Pêra, a Fundação Nacional de Artes (Funarte) reinaugura o Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, no dia 2 de agosto, terça-feira, em cerimônia que vai contar com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e de convidados. No espetáculo criado especialmente para a ocasião, as três atrizes interpretam a própria Dulcina de Moraes, numa homenagem à grande atriz, diretora e empresária teatral. A programação de reabertura segue, até 9 de setembro, com Fernanda Montenegro e a estreia sul-americana de Uma flauta mágica, do inglês Peter Brook.
“É uma honra devolver o Teatro Dulcina ao público do Rio de Janeiro e a toda a classe teatral. Essa reinauguração é um marco para a cultura brasileira. O Dulcina já recebeu em suas coxias o brilho de grandes estrelas e a programação de reabertura mantém essa tradição. Os espaços sob administração da Funarte devem seguir essa mesma diretriz – estrelas de grandeza máxima do teatro mundial e talentos regionais dividem o mesmo palco, promovendo toda a diversidade das artes cênicas no Brasil e no mundo”, afirma Antonio Grassi, presidente da Funarte.
Totalmente remodelado, o teatro reabre para o público, a partir de 5 de agosto, com a apresentação de Bibi in concert IV, musical em que a atriz e diretora Bibi Ferreira conta histórias e interpreta canções de seus 70 anos de carreira. Em 9 de agosto é a vez da ópera franco-brasileira Fedegunda, de Karen Acioly, para o público infantojuvenil; e no dia 19, Fernanda Montenegro reestreia o monólogo Viver sem tempos mortos, uma compilação do pensamento de Simone de Beauvoir.
No final de agosto, no dia 26, a Cia. Os Fodidos Privilegiados traz para o Dulcina Uma festa privilegiada!. O espetáculo comemora os 20 anos do grupo, o último a ocupar o teatro entre os anos 1991 e 2001. Também em agosto, serão realizadas palestra e oficinas de percussão vocal e corporal, direção teatral e dramaturgia.
A programação de setembro traz de volta aos palcos da Funarte o Projeto Mambembão. No dia 2, o grupo mineiro Ponto de Partida apresenta Drummond, espetáculo que tem como base a obra do poeta Carlos Drummond de Andrade. No dia 3, o grupo encena a peça infantil Os Gnomos contam a história do gato Malhado e a andorinha Sinhá, inspirada no único texto de Jorge Amado para crianças.
Ainda em setembro, o Dulcina recebe uma atração internacional: o encenador inglês Peter Brook. Reconhecido como um dos maiores da cena contemporânea mundial, Brook escolheu o teatro para a estreia sul-americana de Uma flauta mágica, adaptação da ópera de Mozart. Depois, o espaço será ocupado por projetos selecionados por meio de editais.
Um dos mais tradicionais espaços culturais do Rio, o Teatro Dulcina fez parte da Rede de Teatros do município há uma década, voltando à administração da Funarte em 2008. Nos últimos anos, a casa se deteriorou, a ponto de algumas peças terem sido montadas em seus escombros. Com investimento de R$ 2,3 milhões, a Funarte reformou todo o espaço, devolvendo-lhe o estilo art déco do projeto original de 1935 (ano da inauguração do então Theatro Regina).
A obra, que teve início em agosto de 2010, recuperou a fachada, o foyer, as instalações prediais e de ar condicionado. As poltronas da plateia, camarins, balcões e frisas – num total de 429 lugares – foram remodeladas, assim como o palco. Novas instalações de equipamentos cênicos e de cenotécnica modernizaram o teatro, trazendo segurança para os profissionais e o público.
Reintegrado aos espaços culturais da Funarte, o Teatro Dulcina vem ainda contribuir para a revitalização da Cinelândia, importante corredor cultural carioca.
Sobre o Dulcina
Inaugurado em 5 de dezembro de 1935 como Theatro Regina, o prédio da Rua Alcindo Guanabara, 17, abrigou importantes companhias do teatro nacional como a Dulcina-Odilon, a Cia. Procópio Ferreira e Henriette Morineau. Comprado pelo casal Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo, em 1952, passa a receber outras companhias.
Em 1955, Dulcina de Moraes cria a Fundação Brasileira de Teatro que funcionou no Dulcina até 1977, sendo responsável pela formação de alguns dos mais expressivos nomes da cena nacional, como Rubens Corrêa, Claudio Corrêa e Castro, João das Neves, Irene Ravache e Sueli Franco. A nova fase testemunha a contribuição para o teatro brasileiro de outras companhias, como a Cia. Tônia-Celli-Autran e a Cia. Cacilda Becker. Esta última encena, em 1958, a obra do jovem autor paraibano Ariano Suassuna, “O Santo e a Porca”.
Depois, em 1977, o teatro é vendido pela empresária e atriz ao Ministério da Educação e Cultura, ficando sob a administração do Serviço Nacional de Teatro, quando passa a ser ocupado por companhias selecionadas por uma Comissão Julgadora. No ano seguinte, o Projeto Pixinguinha, da Funarte, juntava no palco do teatro, às sextas-feiras, consagrados e promissores nomes da MPB. Nos anos 80, passou por obras, e entre os anos 1990 até 2001, recebeu os espetáculos da Cia. Os Fodidos Privilegiados, passando para a gestão da Prefeitura do Rio.
Programação
Abertura: Um brinde a Dulcina!
2 de agosto, terça-feira, às 20h
Homenagem com Bibi Ferreira, Nathália Timberg e Marília Pêra
5, 6 e 7, 12, 13 e 14 de agosto, às 19h (sexta a domingo)
Bibi in concert IV – 70 anos de histórias e canções
9, 10, 13 e 14 de agosto, às 16h (terça, quarta, sábado e domingo)
Fedegunda – ópera franco-brasileira, de Karen Acioly
OFICINAS
10 e 11 de agosto (quarta e quinta)
Das 10h às 13h – Percussão vocal e corporal para profissionais
Das 10h às 13h – Direção teatral
Das 18h às 20h – Dramaturgia
PALESTRA
14 de agosto, às 14h (domingo)
Dramaturgia para crianças e toda a família
19, 20 e 21 de agosto, às 19h (sexta, sábado e domingo)
Viver sem tempos mortos – com Fernanda Montenegro
26, 27 e 28 de agosto, às 19h (sexta, sábado e domingo)
Uma festa privilegiada! – 20 anos da Cia. Os Fodidos Privilegiados
PROJETO MAMBEMBÃO
Grupo Ponto de Partida – MG
2, 3 e 4 de setembro, às 19h (sexta, sábado e domingo)
Drummond
3 e 4 de setembro, às 16h (sábado e domingo)
Os gnomos contam a história do gato Malhado e a andorinha Sinhá
7, 8 e 9 de setembro, às 20h (quarta, quinta e sexta)
Uma flauta mágica – espetáculo de Peter Brook
Estreia na América do Sul
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Ingressos: R$10. Meia-entrada: R$5