De setembro a dezembro, a FUNARTE MG será palco de apresentações teatrais, oficinas, palestras, seminários e intercâmbios que integram o projeto “Galpão 3 FUNARTE”. Realizada pela Agentz Produções, via edital de ocupação da FUNARTE 2011, a proposta é ser mais um canal de contribuição para a difusão das artes cênicas e para a democratização do acesso à cultura.
A programação tem início quinta-feira, 29, às 21h (só para convidados), com a estreia do espetáculo “Cachorros não sabem blefar”, da Cia. 5 cabeças (BH). Outras três apresentações serão abertas ao público, nos dias 30/09 e 1º/10, às 21h, e no dia 2/10, às 19h. Os ingressos têm preços populares – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), e uma curiosidade: pessoas com o nome “Caio” (referência ao personagem principal da peça) não pagam. Para isso, é necessária a apresentação de documento original com foto.
Até dezembro, estão programados 15 espetáculos de grupos de Belo Horizonte e São Paulo, além de oficina de dança com o coreógrafo espanhol Cisco Aznar (6 a 9/10), do “Projeto Teatro Argentino” (8 a 11/12) e do seminário “Artes Cênicas em Foco” (15 a 18/12). As quintas-feiras serão dedicadas às visitas de crianças e adolescentes de escolas da região, que terão oportunidade de participar de diversas atividades e assistir a espetáculos. Para as oficinas e seminários, os interessados devem se inscrever, gratuitamente, pelo site www.agentz.com.br. Escolas devem agendar pelo telefone (31) 3225-7521.
Segundo Fernanda Vidigal, diretora da Agentz Produções, a iniciativa do projeto proporciona a troca de experiências entre os artistas, demais integrantes da cadeia produtiva das artes cênicas e o público. “Queremos propor momentos de debate para contrapor visões diferenciadas, encontrar pontos de conexão e incentivar movimentos coletivos que trabalhem para o fortalecimento da área”, explica.
O espetáculo
“Cachorros não sabem blefar” flerta com a linguagem do chamado “Teatro do Absurdo” e vem sendo pensado e construído pelo grupo desde outubro de 2010, quando os membros da companhia se reuniram para discutir as ideias sobre a nova montagem. Optou-se pela estética do absurdo, dando assim continuidade à pesquisa iniciada com a cena curta “5 cabeças à espera de um trem”, de 2009. A dramaturgia e a direção são assinadas pelo diretor e dramaturgo Byron O’Neill.
O tempo é um dos personagens centrais da peça, assim como no trabalho anterior da companhia. “Caio sempre olha para seu relógio que insiste em marcar o mesmo horário: 9 e 15. O problema não são as pilhas. Provavelmente está quebrado. Ou então cansou-se…”. A incomunicabilidade, a espera e a intolerância são temas abordados no espetáculo, no qual a Cia. busca uma atuação que se aproxime do naturalismo, em que o absurdo, por vezes cômico, nasce espontaneamente a partir das situações apresentadas. As referências estéticas e temáticas são obras dramatúrgicas clássicas do Teatro do Absurdo, referências visuais de filmes do grupo inglês DV8 Physical Theatre e de Luis Buñuel.
Este é o segundo trabalho da Cia. 5 Cabeças que surgiu em 2009 a partir da cena curta “5 cabeças à espera de um trem”, criada originalmente para participar do X Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte. Uma proposta simples que ganhou a simpatia do público fazendo com que fosse a mais votada de todo o Festival.
A cena participou e foi premiada em importantes festivais pelo Brasil, nas cidades de Curitiba, Araucária, Manaus e Brasília, além de ter participado em 2010, em Belo Horizonte, do Verão Arte Contemporânea (VAC), do Festival Internacional de Teatro (FIT) e do encerramento do Festival Estudantil de Teatro (FETO), como convidado. Com essa primeira experiência bem sucedida, foi natural que o grupo viesse a se formalizar como uma companhia de teatro. Em 2011, a Cia. participou do Programa Genial, do Canal Brasil, que foi ao ar no mês de Agosto.
As Cabeças
Carol Oliveira, Luisa Rosa, Mariana Câmara e Ronaldo Jannotti se formaram no Curso de Formação de Atores do CEFAR, Palácio das Artes, tendo realizado dois espetáculos juntos: “A Mim Amnésia”, com direção de Lenine Martins e “O Rinoceronte”, com direção de Rita Clemente. Saulo Salomão é formado no Teatro Universitário da UFMG.
Byron O`Neill, diretor e dramaturgo, é formado no Curso de Artes Cênicas da UFMG. Trabalha com teatro e cinema exercendo principalmente as funções de diretor, roteirista, preparador de elenco e fotógrafo. Recebeu diversos prêmios nos diferentes curtas-metragens em que trabalhou.
Serviço
Projeto Galpão 3 FUNARTE
Espetáculo: “Cachorros não sabem blefar” – Cia. 5 cabeças (BH)
Abertura para convidados: 29 de setembro, quinta-feira, às 21h
Apresentações: sexta e sábado, 30/09 e 1º/10, às 21h; domingo, 2/10, às 19h
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Pessoas com o nome “Caio” (referência ao personagem principal da peça) não pagam – necessária apresentação de documento original com foto.
Informações: (31) 3225-7521 e www.agentz.com.br
Local: FUNARTE MG – (R. Januária, 68 – Floresta)
Ficha técnica
Realização e Produção: Cia. 5 Cabeças
Direção e Dramaturgia: Byron O’Neill
Atores: Carol Oliveira, Luisa Rosa, Mariana Câmara, Saulo Salomão e Ronaldo Jannotti
Assessoria de Direção e Movimento Cênico: Mônica Ribeiro
Preparação Corporal: Mônica Ribeiro
Direção de Arte (Figurino, Cenografia e Maquiagem): Daniel Ducato
Trilha Sonora: Rafael Nelvan
Desenho de Luz: Marina Arthuzzi
Olhar de Fora: Alexandre Cioletti e Marcelo Alessio
Produção Executiva: Mariana Câmara e Ronaldo Jannotti
Designer Gráfico: Ronaldo Jannotti
Fotos Divulgação: Ronaldo Jannotti e Byron O’Neill
Imagens de vídeo divulgação: Byron O’Neill