A nova montagem do Ballet de Londrina, A Sagração da Primavera, tem apresentações no Teatro Dulcina (RJ), nos dias 21, 22 e 23 de outubro, às 19h. O trabalho dá continuidade à pesquisa do coreógrafo Leonardo Ramos sobre a exploração da horizontalidade e de novos eixos de apoio e equilíbrio na locomoção dos bailarinos – característica que já ganhou status de ‘linguagem’ dentro de sua obra e da companhia.
O Ballet de Londrina propõe uma leitura contemporânea para A Sagração da Primavera, considerada a primeira obra de vanguarda, que abriu as portas da Europa para a modernidade. Com música de Igor Stravinsky e coreografia de Vaslav Nijinsky, o balé estreou em Paris, na noite de 29 de maio de 1913.
O enredo é baseado em uma antiga lenda russa, que narra a imolação de uma virgem, oferendada aos deuses da primavera em troca da fertilidade da terra. A jovem eleita dança freneticamente até a morte. As inovações, entretanto, residiam na forma de apresentar o ritual pagão ao público.
Na montagem, Leonardo Ramos optou por uma versão não orquestrada da partitura de Stravinsky. Ela é executada por quatro pianos, que fazem o papel de todos os outros instrumentos. O cataclismo sonoro que brota do timbre pianístico, porém, logo encontra complementação na percussão dos corpos em choque com o tablado ou no sopro ofegante da respiração dos bailarinos.
“Eu descobri há alguns anos que quando coloco o elenco em pé eu sou convencional. No solo eu consegui expor algo que é novidade até para mim”, afirma Ramos. Este é, talvez, o trabalho em que eu tenha tido mais oportunidade de ter cuidado com cada momento da coreografia”, reforça o diretor .
Outro atributo que se consolida na nova montagem é a utilização de uma obra inspiradora para uma criação coreográfica original. Quase cem anos após a montagem original, o Ballet de Londrina mostra a atualidade do tema da Sagração. Ao longo do século XX, os mais célebres coreógrafos encenaram versões bem particulares da obra de Stravinsky, dentre eles o francês Maurice Béjart (1959), a americana Martha Graham (1984) e a alemã Pina Bausch (1975), dona da tradução mais conhecida.
Ficha técnica:
Criação e direção: Leonardo Ramos
Música: Igor Stravinsky
Execução: Amsterdam Piano Quartet – Ellen Corver, Sepp Grotenhuis, Marja Bom, Gerard Bouwhuis
Assistente de direção: Ana Maria Aromatario
Ensaiador/assistente de coreografia: Cláudio de Souza
Produção: Danieli Pereira
Fotos: Isabela Figueiredo
Maitre convidada: Carla Reinecke (Teatro Guaíra)
Figurino: Ana Carolina Ribeiro
Iluminação/Cenografia: Felipe Chepkassoff
Técnico de palco: Roberto Rosa
Designer gráfico e Web: Luís Adriano Pilchowski
Textos (imprensa): Renato Forin Jr.
Pilates: Paula Mezzaroba
Elenco: Alessandra Menegazzo, Bruna Martins, Bruno Calisto, Carina Corte, Cláudio de Souza, Gláucia Leite, José Maria, José Ivo, Nayara Stanganelli, Marciano Boletti, Viviane Terrenta
Bolsista: Vitor Rodrigues
Realização: FUNCART – Fundação Cultura Artística de Londrina
Patrocínio: Lei de Incentivo à Cultura/ Ministério da Cultura
Prefeitura de Londrina/ Secretaria Municipal de Cultura
A Sagração da Primavera
Dias 21, 22 e 23 de outubro
De sexta a domingo, às 19h
Classificação etária: livre
Duração: 60 min
Ingressos: R$ 10 (inteira) R$ 5 (meia)
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro
(Metrô – Estação Cinelândia)
Rio de Janeiro – RJ
Informações ao público:
(21) 2240-4879