“Egomáquina” reúne cinema, teatro e videogame em exposição interativa em SP

Egomáquina - Divulgação

O Condomínio Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo, recebe, a partir de 2 de julho, as atividades do Egomáquina – videoinstalação com múltiplas telas contendo rostos que fazem perguntas ao espectador, ao mesmo tempo em que este pode interagir com a máquina, através de teclas e sensores de movimento. Contemplado no Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, o projeto traz uma experiência diferente para cada pessoa, pois o sistema incorpora as reações para lançar novas imagens e perguntas. A exposição interativa poderá ser visitada até 14 de julho, no Conjunto Nacional, e em agosto segue para o Centro Cultural da Estação República do Metrô. A entrada é gratuita.

Cerca de 40 artistas voluntários emprestaram seus rostos para serem expostos na videoinstalação, que reúne elementos de três linguagens distintas: cinema, teatro e videogame. Todo processo de criação da obra foi baseado no texto “Os Incomodados”, de Fernando Bonassi. O enquadramento clássico que valoriza o rosto do ator e intensifica a carga emocional é derivado da arte cinematográfica. Do teatro, foi tomado não apenas o texto com o qual o público vai ser confrontado, mas também a técnica para direcionar os atores e permitir a interpelação direta do público através do contato olho no olho. O videogame é representado por sua interface e seu hardware, que exige do público não só uma atenção singular, mas permite também uma cocriação do que nas telas lhe é apresentado como consequência de suas escolhas.

Egomáquina é uma videoinstalação interativa projetada para um usuário por vez. Após a inserção de uma ficha de fliperama, a máquina produz uma espécie de jogo onde diversos rostos surgem nas telas e dirigem perguntas ríspidas ao usuário sobre sua posição frente ao mundo. No momento em que a ficha é inserida no aparelho, os diversos rostos começam a surgir e sumir rapidamente, reproduzindo incessantes perguntas em velocidade surpreendente. O som das perguntas e olhares sempre são direcionados ao espectador. A pessoa pode interagir com a máquina através da pistola e silenciar os inquisidores atirando nas telas que se apagam temporariamente.  À medida que o texto progride, a velocidade aumenta e as perguntas começam a ser proferidas por mais de um rosto ao mesmo tempo.

Segundo o idealizador do projeto, Pedro Harres, a ideia é levantar questionamentos de ordem pessoal para o universo impessoal do videogame, através da adaptação de um texto teatral. “Para o espectador/jogador não há pontuação, apenas a opção de eliminar as perguntas/rostos ou ouvir até o fim da torrente de palavras e olhares. Se ele ganha ou perde, cabe a ele mesmo julgar”. E acrescentou: “Caso o espectador se levante da cadeira antes do final do processo, um rosto profere as duas últimas perguntas do texto em volume mais alto. Agora, se ele ficar até o fim, seu próprio rosto aparece em todas as telas; se atirar todas se apagam. Após dois minutos, a máquina reinicia”, explica Pedro.

Serviço:

Egomáquina – exposição interativa que mescla cinema, teatro e videogame

Contemplado no Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais – 8ª edição

Julho: De 2 a 14, no Condomínio Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073, Cerqueira César, São Paulo. Tel: (11) 2172-2000

Agosto: De 3 a 20, no Centro Cultural da Estação República do Metrô – Rua Aurora, 964, Santa Efigênia, São Paulo. Tel: (11) 3331-2160

Entrada gratuita

Ficha Técnica:

Pedro Harres – idealizador do projeto

Otávio Donasci – construtor da estrutura física da obra

João de Ricardo – responsável pela captação dos egos em vídeo

Stan Molina e Andre Graça – apoio técnico de informática

Marcus C Tomazzetti e Pedro Harres – edição de vídeos