Funarte e MinC realizam Festival de Música Clássica Brasileira no Ano do Brasil em Portugal

Alexandre Dias

De 28 de abril a 30 de maio, a Fundação Nacional de Artes – Funarte e o Ministério da Cultura realizam o Festival de Música Clássica Brasileira, no Ano do Brasil em Portugal – 2013. Seis grupos e artistas brasileiros reconhecidos – Quinteto Villa Lobos, Quarteto Colonial, Quarteto Radamés Gnattali, Camerata Aberta, Quaternaglia Guitar Quartet e Alexandre Dias – estão na agenda de concertos. A programação alcança seis cidades portuguesas: Lisboa, Porto, Mafra, Santarém, Évora e Coimbra. O Festival está na agenda do Ano do Brasil em Portugal, realização conjunta dos governos brasileiro e português.

Alexandre Dias é a próxima atração do Festival. O pianista,pesquisador e musicólogo, é especialista na obra de Ernesto Nazareth, criador do tango brasileiro, de quem são comemorados neste ano 150 anos de nascimento.Desenvolve intensa pesquisa sobre a música brasileira do final do século XIX e início do século XX, com especial ênfase em Ernesto Nazareth. Tem resgatado e divulgado obras raras deste e de outros compositores da Belle Époque, em gravações e recitais. Em Portugal, Alexandre apresenta peças de Nazareth e de Chiquinha Gonzaga.

Confira abaixo agenda do músico no Festival de Música Clássica Brasileira no Ano do Brasil em Portugal

SANTARÉM – 19/05 – Teatro Sá da Bandeira
LISBOA – 21/05 – Auditório Vianna da Motta e 22/05 – Museu dos Azulejos
COIMBRA – 23/05 – Biblioteca Joanina
PORTO – 24/05 – Palacete Viscondes de Balsemão

Alexandre Dias Participa de diversos projetos culturais, como Nazareth (Natura Musical, 2008), para o qual revisou a totalidade da obra do compositor; Acervo Digital Chiquinha Gonzaga (Natura Musical, 2011), para o qual revisou a obra completa da autora para piano solo e para canto e piano; Ernesto Nazareth 150 Anos (IMS, 2012), site que coordena, para o qual forneceu sua coleção de mais de duas mil gravações e escreve textos sobre diversas facetas da obra do Nazareth; e Marcello Tupynambá – Pai da canção brasileira (2013), site referente aos 60 anos da morte do compositor, que fornece amplo material para pesquisa. Atualmente, Alexandre elabora edição crítica da obra completa de Ernesto Nazareth, juntamente com a musicóloga Drª Sara Cohen (UFRJ).

“A verdadeira encarnação da alma musical brasileira” assim Villa-Lobos definiu a música de Ernesto Nazareth (1863-1934). Um mestre em sua própria arte, Nazareth desenvolveu uma maneira única de compor obras altamente pianísticas utilizando a linguagem do choro, principal gênero instrumental brasileiro. Suas polcas, tangos brasileiros e valsas são apreciadas por músicos em todo o mundo por suas melodias sagazes, ritmos complexos e rica textura musical. Em 2013 celebram-se os 150 anos de Ernesto Nazareth, momento em que sua vida e obra está sendo resgatada através do site www.ernestonazareth150anos.com.br .

A compositora e maestrina carioca Chiquinha Gonzaga (1847-1935) destaca-se na história da cultura brasileira e da luta pelas liberdades no país pelo seu pioneirismo. Atuando no rico ambiente musical do Rio de Janeiro do Segundo Reinado e do início da República, no qual imperavam polcas, tangos e valsas, Chiquinha não hesitou em incorporar ao seu piano toda a diversidade musical que encontrou. Assim, terminou por produzir uma obra fundamental para a formação da música brasileira, que hoje está disponível ao grande público no Acervo Digital Chiquinha Gonzaga, (www.chiquinhagonzaga.com/acervo).

Programa das apresentações

Ernesto Nazareth

Odeon, tango brasileiro
Atlântico, tango brasileiro
Ferramenta, fado português
Furinga, tango brasileiro
Confidências, valsa
Cuéra, polca-tango
Cutuba, tango brasileiro

Chiquinha Gonzaga

Cananéa, valsa
Linda Morena, choro-tango
Carijó, tango-choro
Tupã, tango brasileiro
Atraente, polca

Ernesto Nazareth

Myosotis, tango brasileiro
Brejeiro, tango brasileiro
Nazareth, polca
Proeminente, tango brasileiro
Suculento, tango brasileiro
Apanhei-te, cavaquinho, polca

Outros grupos que se apresentaram no Festival

O Quarteto Radamés Gnattali foi o terceiro grupo a se apresentar. Indicado para o Grammy Latino 2012, com o CD Prelúdio 21, e vencedor do Premio Rumos Itaú 2007 e reconhecido como o melhor conjunto de câmara do Brasil, pelo XIII Prêmio Carlos Gomes – após a única interpretação até o momento, na América do Sul, de toda a obra para quarteto de cordas de Heitor Villa-Lobos. Em 2013, foi indicado para o Prêmio da Música Brasileira , com o CD As Quatro Estações Cariocas. Composto por dois violinos, viola e violoncelo, desde 2006, o Quarteto desenvolve um trabalho entre a produção de câmara latino-americana e a contemporânea. Despontou como o primeiro no mundo a gravar, em DVD e Blue-Ray, os dezessete quartetos de Villa Lobos, lançado em 2012. Pelo sexto ano consecutivo, o grupo apresenta o seu projeto de concertos interativos, baseado no Guia Prático de Villa-Lobos, O Brasil de Tuhu, que já levou a mais de 15 mil espectadores o cancioneiro folclórico brasileiro. O Quarteto presenta-se regularmente nos palcos brasileiros e participa em festivais tais como o MIMO, o Festival Villa-Lobos, o Festival Internacional de Campos de Jordão e a Bienal Funarte de Música Brasileira Contemporânea. Já levou a música de concerto do Brasil à Europa, à África e às duas américas. Fazem parte do Quarteto: Carla Rincón – violino I; Andréia Carizzi – violino II; Fernando Thebaldi – viola; Hugo Pilger – violoncelo.

O Quinteto Villa Lobos foi a segunda atração do Festival. O grupo, que já passou pelas cidades do Porto, Évora e Mafra, no fim de semana, se apresentou no dia 7, na Biblioteca Joanina, em Coimbra e no dia 8, no Museu dos Azulejos, em Lisboa. Fundado em 1962, o conjunto foi laureado com o Prêmio Carlos Gomes em 2001 e 2009, como o Melhor Grupo de Câmara Brasileiro. Reunindo flauta; oboé; clarineta; trompa; e fagote, o conjunto sempre teve a preocupação de divulgar a música de câmara brasileira, sem demarcar fronteiras entre o universo erudito e o popular. Sendo um dos mais antigos conjuntos de câmaras em atividade no país, o grupo teve muitas obras a ele dedicadas e por ele encomendadas, resultando em um repertório eclético e original. Na busca de crescimento, o Quinteto vem convivendo com importantes nomes da música popular brasileira, como Egberto Gismonti, Guinga e Joyce. Tem forte diálogo com a produção de música de concerto contemporânea. Foi convidado pela Fundação Nacional de Artes – Funarte para integrar a programação de todas as edições da Bienal Brasileira de Música Contemporânea. O grupo é composto pelos músicos: Rubem Schuenck – flauta; Luis Carlos Justi – oboé; Paulo Sérgio Santos – clarineta; Philip Doyle – trompa; e Aloysio Fagerlande – fagote.

O Quarteto Colonial foi o primeiro a apresentar-se, em Coimbra, em duas audições: no dia 28 de abril, na Universidade Centro Cultural D. Dinis e, no dia 30, terça-feira, no Paço dos Condes de Basto. Depois, seguiram-se outros concertos em Évora, Mafra, Lisboa e Porto. O grupo celebra, em 2013, dez anos de carreira e foi idealizado com o objetivo de divulgar a obra “a capela” de José Maurício Nunes Garcia. Posteriormente, ampliou e diversificou seu repertório, incluindo obras de música contemporânea. Representou o Brasil, em vários eventos e festivais internacionais, e apresentou-se em mais de cem cidades brasileiras, em turnês patrocinadas pela Funarte e pelo Serviço Social do Comércio – SESC. Lançou, em 2008, o CD O Sacro e o profano – A música na corte de Dom João VI. O grupo é formado por Doriana Mendes – soprano; Carolina Faria – mezzo-soprano; Geilson Santos – tenor e Luiz Kleber Queiroz – barítono.

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Festival de Música Clássica Brasileira, no Ano do Brasil em Portugal – 2013

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte/ Centro da Música/ Coordenação de Música Erudita
Ministério da Cultura – Governo Federal
Brasil

AGENDA

Quinteto Villa Lobos

PORTO – 03/05 – Ordem dos MédicosÉVORA – 04/05 – Paço dos Condes de Basto
MAFRA – 05/05 – Palácio Nacional de Mafra
COIMBRA – 07/05 – Biblioteca Joanina
LISBOA – 08/05 – Museu dos Azulejos

Quarteto Radamés Gnattali

COIMBRA – 14/05 – Conservatório de Música
ÉVORA – 16/05 – Paço dos Condes de Basto
LISBOA – 18/05 – Auditório Vianna da Motta

Alexandre Dias

SANTARÉM – 19/05 – Teatro Sá da Bandeira
LISBOA – 21/05 – Auditorio Vianna da Motta
– 22/05 – Museu dos Azulejos
COIMBRA – 23/05 – Biblioteca Joanina
PORTO – 24/05 – Palacete Viscondes de Balsemão

Camerata Aberta – Dedicada ao repertório dos séculos XX e XXI, obteve o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes 2010 de música contemporânea pelo pioneirismo e excelência.

LISBOA – 23/05 – Museu dos Azulejos
COIMBRA – 24/05 – Teatro Academico de Gil Vicente
PORTO – 25/05 – Auditório da Faculdade de
Engenharia da Univ. do Porto
PORTO – 25/05 – Auditório da Faculdade de Engenharia da Unversidade do Porto

Quaternaglia Guitar Quartet – Aclamado como um dos mais importantes quartetos de guitarra da atualidade.

LISBOA – 25/05 – Auditório Vianna da Motta
ÉVORA – 27/05 – Paço dos Condes de Basto
COIMBRA – 28/05 – Conservatório de Música
MAFRA – 29/05 – Palácio Nacional de Mafra
PORTO – 30/05 – Casa do Infante

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Ano do Brasil em Portugal
Realização: Governo do Brasil e Governo de Portugal