Cerca de 400 pessoas, entre atores, cenógrafos, diretores e técnicos teatrais, gestores culturais, acadêmicos e escritores prestigiaram ontem, terça-feira (28), a partir das 18h, no Teatro Dulcina, Rio, o lançamento do livro “Teatros do Rio – do Século XVIII ao Século XX, do cenógrafo e diretor de arte José Dias, publicado pela Fundação Nacional de Artes – Funarte. A obra é um inventário comentado das salas de espetáculos do Estado do Rio de Janeiro – um panorama inédito do desenvolvimento da arquitetura cênica e da trajetória da atividade teatral no Estado.
Em torno de 250 pessoas tiveram o livro autografado – Entre elas, o presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte, Antonio Grassi. “É importantíssimo resgatar a história, não só dos teatros em seu aspecto físico, mas também das ideias sobre sua concepção. Cada vez há menos espaços teatrais nas ruas. Eles estão fechados em shoppings, com padrões de arquitetura direcionados para o interior destes locais. Mas o teatro têm, em si, uma exuberância. As salas devem ser mais visíveis nas cidades e mais voltadas para o público. O resgate histórico neste livro permite que se criem formatos para novos teatros com essas características”, defende Grassi.
Estiveram presentes grandes nomes de teatro, como Emiliano Queiroz, Rogério Fróes, Othon Bastos, David Pinheiro, Ítala Nandi, Ivone Hoffman, Jacqueline Laurence, Aracy Cardoso, Antonio Pedro e muitos outros; além de escritores e acadêmicos – a exemplo de Ana Arruda Callado – bem como representantes de instituições de ensino de teatro, e centros culturais, como Carlos Alberto Serpa, diretor da Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa; além de diversas outras personalidades – como o advogado Técio Lins e Silva e Fernando Portela, entre outros. “Já trabalhei muito com José Dias. Ele merece esta publicação da Funarte. É um dos nossos maiores cenógrafos – dedicado, estudioso e ama o teatro. Só ele poderia criá-la”, destaca Othon Bastos. “Ela mostra a necessidade da preservação das salas de espetáculo, relíquias que precisam ser mantidas”, diz.
A diretora executiva da Funarte, Myriam Lewin; a diretora do Centro de Programas Integrados da Instituição, Ana Cláudia Souza; o gerente de edições, Oswaldo Carvalho; a coordenadora de Teatro, Heloísa Vinadé; e a coordenadora de Comunicação, Camilla Pereira; entre outros servidores da Funarte, estiveram presentes. “Dias é um grande homem de teatro. Seu livro tem o mérito de resgatar informações sobre espaços importantes – alguns não se mantiveram e foram demolidos”, lembra Antonio Gilberto. “Para preservar ao máximo os teatros urbanos, a Funarte cuida de suas salas. Foi o caso do Dulcina, restaurado em 2011. O TBC, agora da Funarte, está em obras, para ser inaugurado em 2014”, comenta o diretor do Ceacen. Hermes Frederico, um dos diretores da Casa das Artes das Laranjeiras (CAL), destaca que, para os estudantes de teatro o livro tem absoluta importância. “Eles podem conhecer os aspectos físicos das salas que marcaram época e fazer conexões com cada momento histórico”, ressalta.
O produtor cultural Rodrigo Farias Lima elogia: “uma iniciativa de Dias e da Funarte, que merece todo o nosso aplauso. O autor descreve os teatros com equilíbrio entre emoção e razão, em radiografia perfeita dos espaços cênicos do Estado do Rio de Janeiro e das pérolas arquitetônicas e culturais da capital”, diz Rodrigo – conhecido por projetos como a campanha “Vá ao Teatro”, nos anos 80. “O autor é um dos maiores cenógrafos brasileiros, com quem tive a honra de trabalhar, por muito tempo e várias vezes”, registra Ivone Hoffman. “Iniciativas como esta, da Funarte, e o projeto da UniRio, que resgatou a obra de outro mestre da cenografia, Luiz Carlos Ripper [1943 – 1996], são marcos que divulgam a atuação dos profissionais que constroem nossos palcos e teatros”, lembra Ivone. “Dias tem nele mesmo a própria existência dos teatros”, exalta David Pinheiro. “Ele de fato estudou a fundo a cenografia e conhece a história do teatro do Brasil, ligando-a à história do nosso povo. Além de tudo, Zé nunca se negou a ajudar um espetáculo de teatro”, resume o ator.
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