Nesta quarta, 28 de agosto, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, deu posse a Guti Fraga como o novo presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte, na presença de diretores e funcionários da Instituição. Durante a cerimônia, realizada na Sala Funarte Sidney Miller, centro do Rio, a ministra fez o lançamento do Edital Funarte de Ocupação dos CEUs das Artes e anunciou que o Ministério da Cultura irá liberar recursos para dois importantes editais da Funarte: o Prêmio de Dança Klauss Vianna e o Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo.
Marta Suplicy disse que estava muito feliz por Guti Fraga ter aceitado o convite para presidir a Funarte, já que ele deixava “um empreendimento de sucesso para trazer esse espírito novo para a Funarte”. A Ministra destacou o papel importante da Fundação Nacional de Artes dentro do Ministério da Cultura – “no nosso ministério é o nosso braço mais importante, com seus editais que regulam, que dão reforço para a cultura brasileira” – e afirmou que colocar a arte na rua também é o papel da Funarte. “E o Guti tem a alma perfeita”, disse a ministra.
Marta Suplicy também agradeceu a Antonio Grassi por sua gestão à frente da Fundação e destacou o sucesso do Ano Brasil Portugal, programa que foi desenvolvido na administração de Grassi. “Foi graças ao empenho e à dedicação dele que tivemos aquele momento histórico tão importante em Portugal”, ressaltou.
A ministra lembrou que nos dez meses do evento, 2.140 artistas exibiram o seu talento e abriram portas na Europa, durante a programação que contabilizou um público de 6 milhões de pessoas no país luso, além dos 555 mil acessos à página eletrônica do Ano do Brasil em Portugal e das 1.500 matérias publicadas na imprensa.
Marta Suplicy avaliou que esse momento histórico veio reforçar a importância da internacionalização da cultura brasileira e da imagem do Brasil. E citou exemplos de países que trabalham muito para construir sua imagem no exterior através da cultura. “A cultura simboliza a identidade. Nós temos obrigação, como Ministério da Cultura, de levar uma imagem do Brasil mais ampla, construir uma imagem mais forte, enxergar o Brasil além do futebol, do carnaval”, afirmou.
E reiterou o apoio ao chamado ‘soft power’. “Nós somos um país novo, que nunca investiu nisso. E nós vamos investir. Não é uma coisa que vai ter resultado muito rápido, mas com persistência teremos grandes resultados. Nós temos o talento em todas as áreas e nós vamos investir em todas elas”, disse a ministra.
Ainda ressaltou o caráter de inclusão social do governo federal, postura também seguida pelo MinC, pois, como lembrou, “ as pessoas têm fome de cultura (…), de conhecer todas as artes e não têm dinheiro, não têm condições de usufruir”. Marta explicou que essa tem sido a finalidade dos editais e programas lançados pelo ministério, como o Edital de Arte Negra, o CEU das Artes e o Vale Cultura, entre outros.
Marta Suplicy detalhou o programa CEU das Artes e dos Esportes, cujo edital o MinC e a Funarte lançam nesta quinta, dia 29 de setembro. A ministra explicou que no total serão 360 CEUs, distribuídos em todas as regiões do país. Esses espaços recebem material – livros, vídeos e filmes, oriundo das instituições vinculadas, como a Funarte, a Biblioteca Nacional e a Ancine (Agência Nacional do Cinema). Ela informou que o MinC já capacitou dois mil gestores, junto aos municípios interessados no programa.
Num primeiro momento, o edital irá selecionar 80 projetos de ocupação para os Centros de Artes e de Esportes Unificados – CEUs. Em 2013, serão contemplados 27 projetos e a partir de 2014, outros 53. Cada projeto selecionado será contemplado com o valor de R$ 100 mil e o período de ocupação será de seis meses. O total investido pelo Ministério da Cultura nesta ação em 2013 é de R$ 3 milhões.
Em sua fala, o novo presidente da Funarte, Guti Fraga, agradeceu a confiança da ministra Marta Suplicy que “reflete o reconhecimento de uma batalha diária que me imponho há 43 anos: fazer arte no nosso país”. Ele acrescentou que “ estar presidente da Funarte é uma grande responsabilidade e imenso desafio de poder desenvolver um trabalho entre a continuidade e a renovação”. E garantiu que vai lutar para aperfeiçoar os resultados positivos alcançados pela Funarte nos últimos anos, em especial, o esforço da democratização do acesso ao fomento público do país inteiro.
Guti ressaltou que para esse esforço tem mantido encontros com o corpo funcional da Instituição e agentes culturais, como na 1ª Mostra Área Viva de Teatro de Rua e da Floresta entre os índios da qual participou no Acre, além de reuniões com representantes da Rede de Teatro de Rua, da Câmara Setorial de Teatro, da APTR, da Cooperativa Paulista, entre outras áreas da manifestação artística do país. O novo presidente da Funarte disse que vai abrir os espaços da Fundação para a arte e seus artistas, promovendo também formas alternativas de produção.
Nesse sentido, Guti Fraga anunciou uma de suas primeiras ações: uma série de leituras dramatizadas de textos de dramaturgia contemporânea publicados pela Funarte, com a participação de diretores e artistas, ligados aos movimentos culturais do Rio de Janeiro e de outros municípios. “A Funarte deve ser um lugar que viva a arte”, disse Fraga. E fez um convite: “Queiram se deixar levar pelo mundo da magia, da ilusão da paixão que faz o homem voar e entrar no mundo dos espíritos e conhecer a terra do nunca, do jamais (…). Porque a arte é a grande metamorfose da vida, mas para tanto, é bom que se trate bem dos artistas, pois são o espelho e a crônica de nossa época”.
Ao final da cerimônia, a ministra Marta Suplicy anunciou a liberação de recursos pelo MinC para dois importantes programas da Funarte: o Prêmio de Dança Klauss Vianna e o Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo. A notícia foi aplaudida com entusiasmo pelo presidente Guti Fraga e todos os funcionários da Funarte presentes à Sala Sidney Miller.
Compareceram à cerimônia o secretário executivo do MinC, Marcelo Pedroso; o secretário da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic), Henilton Menezes. Pela Funarte estiveram presentes a diretora executiva, Myriam Lewin; o diretor do Centro de Artes Cênicas, Antonio Gilberto; o diretor do Centro de Artes Visuais, Xico Chaves; a diretora do Centro de Programas de Artes Integradas, Ana Claudia Souza; a coordenadora de Comunicação, Camilla Pereira; o coordenador-geral de Planejamento e Administração, Paulo Grijó, além de outros diretores, coordenadores e demais funcionários da Instituição. Estiveram também na Sala Sidney Miller o responsável pelas rádios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Rio de Janeiro, Chico Teixeira; o representante da Gerência de Cultura e Arte do Sistema SESI/Firjan, Omar Diniz e o artista e crítico de arte Fernando Cocchiarale.
Sobre Guti Fraga
Jornalista, ator, diretor, Guti Fraga criou em 1986, no Vidigal, Zona Sul do Rio, o Grupo Nós do Morro, associação cultural sem fins lucrativos, do qual é o diretor artístico. O Nós do Morro é integrado por jovens interessados na experiência inovadora da arte cênica e por profissionais da área artística e técnica da Favela do Vidigal e de comunidades do entorno. Como ator, Guti Fraga atua na televisão, cinema e teatro. Entre seus trabalhos no teatro estão, Sonho de uma noite de verão, uma intromissão do Nós do Morro no mundo de Shakespeare e Burro sem rabo, ou… – ambos com a Cia de Teatro Nós do Morro; Adorável Julia, com Marília Pêra, direção de Domingos de Oliveira; Escrava Anastácia, direção de Luís Duarte; Sonho de uma Noite de Verão e Robin Hood, direção de Gaspar Filho; e Em Nome do Pai, direção de Ernesto Piccolo. No cinema, atuou nos filmes Era uma vez, de Breno Silveira; Cazuza, direção de Sandra Werneck; Diabo a quatro, de Alice Andrade; Maria, mãe de Deus, de Moacyr Góes; Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund; O Guarani, de Norma Benguell; O Primeiro Dia, de Walter Salles, além de outros.
Na televisão, Guti Fraga participou das minisséries Subúrbia e JK; dos programas Justiça – Caso Herzog e A Grande Família; e integrou o elenco das novelas De Corpo e Alma; Belíssima; América; Senhora do Destino; Explode Coração; Vila Madalena e Malhação. Também dirigiu os espetáculos teatrais Torturas de um Coração, de Ariano Suassuna; Os Dois ou o Inglês Maquinista, de Martins Pena; Biroska, de Luis Paulo Corrêa e Castro; Hoje é Dia de Rock, de José Vicente; É Proibido Brincar e Noites do Vidigal, de Luis Paulo Corrêa e Castro; Bandeira de Retalhos, de Sergio Ricardo; e Burro sem rabo, ou…; Sonho de uma noite de verão, uma intromissão do Nós do Morro no mundo de Shakespeare e Os dois cavalheiros de Verona, com a Cia. Nós do Morro. Como preparador de atores para o cinema, Guti trabalhou nas produções Cidade de Deus, de Fernando Meireles e Kátia Lund; Didi, o Cupido Trapalhão (Daniel e Patrícia Petcovic), direção de Paulo Aragão e Alexandre Boury; e Didi quer ser criança, direção de Paulo Aragão.