Banda Zarapatéu agita o Projeto ‘Música no Capanema’

Banda Zarapatéu. Sala Funarte Sidney Miller. Foto: S. Castellano - 19/02/2014

Com entrada gratuita, o público dançou e cantou junto com a Banda Zarapatéu, no dia 20 de fevereiro, quinta-feira, às 18h30, em mais um show do Projeto Música no Capanema, na Sala Funarte Sidney Miller – Centro do Rio de Janeiro. O programa, realizado pela Fundação Nacional de Artes – Funarte, através do seu Centro da Música, desta vez trouxe a mistura de elementos da cultura regional brasileira e as fortes pitadas da musicalidade urbana contemporânea da Zarapatéu. O projeto já recebeu Geraldo Azevedo, Mart’nália, Zé Ramalho, Paulinho Moska e Marcos Sacramento, entre outros talentos, de diversos gêneros musicais.

O grupo trouxe em seu repertório composições próprias e releituras de clássicos da música brasileira. Xote, maracatu, baião, coco, afoxé, samba, blues e rock são alguns dos ritmos do acervo sonoro da banda, com guitarra, baixo, voz, percussão, e bateria. O público da Sala Funarte cantou e dançou com Bilhete pra Didi (Novos Baianos); Eu também quero beijar (Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Fausto Nilo); A Bela e a Fera (Chico Buarque e Edu Lobo); Pecado Original (Tom Zé); Norte da saudade (Gilberto Gil); e Os mais doces bárbaros (Caetano Veloso), Visgo da jaca (Rildo Hora e Sérgio Cabral) fizeram parte do programa, assim como as músicas autorais Dois de fevereiro e Mais que um (Lucas Videla);  e Sarapatel (Lucas Videla e Pedro Moragas).

Lucas Videla, que, no show, fez vários solos de pandeiro, com fortes aplausos da plateia, é um dos compositores, canta e toca guitarra. Ele explica que a maioria dos componentes da banda compõe – tanto a vocalista Bruna Araújo quanto Daniel Batalha (guitarra e voz), Pedro Moragas (baixo) e o próprio Lucas.  Artur Pedrosa (bateria) e Marina Chuva (percussão e voz) completam o grupo. O clarinetista Bernardo de Carvalho fez parte da banda e, eventualmente, participa dos shows. Os integrantes, que têm, todos, em torno de 21 anos de idade, já se apresentaram ao lado de músicos como Carlos Malta e Emanuelle Araújo, e das bandas Moinho, Dona Joana e Uzoto.  Com pouco mais de um ano de existência, a Zarapatéu já mostrou a consistência de seu trabalho em diversos palcos do Rio de Janeiro. Já lançou um CD, com show no teatro Rival, em 2013, com seis músicas próprias. O show contou ainda com Luiz Brasil, Lanlan, Chico Eller, Kadu Mota e Amadeu Guadalupe.

“Não só interpretamos, como também compomos. Isso é uma característica singular da Zarapatéu. Temos abertura para vários tipos de música, o que também faz uma diferença. A gente se diverte muito e transmite isso para o público. Isso é importante. Nosso objetivo é esse, é contagiar o público, mas sendo verdadeiros”. A vocalista Bruna Borges explica que a banda teve sua formação inicial em 2009. “Crescemos juntos, nos conhecemos na escola. Estudamos música na mesma época e começamos a entender o que é música juntos”. Tudo começou com ela e Pedro Moragas que, ao unir os talentos, foram agregando os demais. A base da formação atual tem quatro anos, estruturando-se profissionalmente no final de 2012. Bruna Borges nasceu na Bahia. Mora no Rio desde 2003 e traz para a banda uma grande influência da musicalidade e dos ritmos baianos. Mas a Zarapatéu tem um toque ligado a outros estados do Nordeste, com Zabumba, triângulo, em xote, forró e outras levadas. “Encontrei a música nordestina no Rio. Isso é curioso!”, comenta Bruna. Como diferencial de proposta do grupo, a cantora destaca a música autoral. “Colocamos muito do que pensamos realmente. É espontâneo, não algo montado. Uma ideia surge no meio de um ensaio e nós a aproveitamos. Buscamos passar para o público o que a gente gosta e acredita. Estamos sempre compondo e temos muitas músicas ineditas”.

Chico Eller, cantor e percussionista, fez uma participação especial na Sala Funarte. Ele, que é filho da cantora Cassia Eller, diz:  “A banda tem as diferenças como diferenciais – a diversidade das influências e formações musicais, e da própria vida, dos integrantes. Cada um tem uma cabeça própria e única e traz elementos diferentes de fora, e fica a unidade que o público sente”. O músico, que já fez parte da banda, acrescenta que o repertório dela é bem eclético, o que considera uma grande qualidade do grupo.

Sobre o Música no Capanema

Os espetáculos do Projeto Música no Capanema, lançado pela Funarte em dezembro de 2013, são realizados sempre de quarta a sexta, às 18h30. A entrada é gratuita, com distribuição de ingressos na bilheteria, a partir das 18h. Os shows oferecem ao público o melhor da música brasileira, em diferentes estilos. Estão programadas apresentações de Hamilton de Holanda, no dia 26, quarta-feira, e da Bateria da Vila Isabel, no dia 27, quinta.

Projeto Música no Capanema

Horário: sempre às 18h30
Distribuição de ingressos a partir das 18h, na bilheteria
ENTRADA FRANCA

Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro da Música
(21) 2279 8601
cemus@funarte.gov.br

Bilheteria – tel.: (21) 2279 8087