No dia 27 de fevereiro, quinta, a Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio, recebeu a bateria Swingueira de Noel, da Escola de Samba Unidos da Vila Isabel, campeã do carnaval carioca em 2013. O show, com entrada franca, fez parte do projeto Música no Capanema. Comandada pelo mestre Wallan Amaral, com a participação do diretor de bateria Anderson Cirilo, a Swingueira de Noel empolgou o público, que cantou e dançou sambas-enredo que marcaram a trajetória da azul e branco da terra de Noel Rosa, e que ficaram na história de outras agremiações do Grupo Especial. Acompanhando a passista Kelly Amaral, o público sambou e cantou, no palco e na plateia.
O puxador Vaguinho cantou, embalado pelo seu cavaquinho e pela percussão, músicas como Kizomba, a Festa da Raça (Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila) – Vila Isabel 1988; Você Semba de Lá, Que Eu Sambo de Cá – o Canto Livre de Angola (Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Artur das Ferragens) – Vila Isabel 2012; Peguei um Ita no Norte (Demá Chagas, Arizão, Celso Trindade, Bala, Guaracy, Quinho) – Salgueiro 1993; e sucessos da MPB, como Taj Mahal (Jorge Bem), além do samba-enredo da escola em 2014, Retrato de Um Brasil Plural (Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Professor Wladimir e Artur das Ferragens). Esse samba vai levar para a Avenida o enredo “Retratos de um Brasil plural”, que vai abordar os vários ecossistemas existentes no Brasil, a diversidade cultural e as características das diferentes populações. A letra lembra que nosso país é uma “mistura de cada semente”. Os compositores fazem uma declaração ao Brasil: “Cultura se deita em teu colo/ Gigante-mestiço se fez despertar/ A brasilidade aflora no sertão/ Ser tão exuberante na raiz/ De um rosto caboclo, cafuso ou mulato/ Retratos do meu país”. Num tom de manifesto em prol do meio-ambiente, a Vila canta: “Floresta entrelaça pela salvação/ O grito da preservação”.
A bateria fez jus ao seu nome e mostrou variações rítmicas, fusões com batidas tradicionais e convenções que inovam e, ao mesmo tempo, resgatam tradições, como explica o diretor Anderson Cirilo: “Essas levadas vêm da rapaziada jovem, que integra a bateria. Em todo show se improvisa, de acordo com a interação do público. Acrescentamos batidas de olodum e afro… Depende do samba. Dessa forma, vamos inovando com novas levadas e convenções. Assim, várias convenções são ensaiadas”. O mestre Walla acrescenta que o grupo estuda o enredo e busca batidas relacionados a cada tema. “É jongo, Candomblé, songo, semba, e outros toques de tradição. As convenções se mesclam a outros ritmos populares, como o xaxado, e outras levadas nordestinas, por exemplo”.
Fundada em 1946, a Vila Isabel foi três vezes campeã do Carnaval do Rio. O primeiro título foi em 1988, com o enredo Kizomba, a festa da raça. Em 2006, veio o segundo campeonato com Soy loco por ti América – A Vila canta a latinidade. No ano passado, a ‘azul e branco’ conquistou o terceiro título de sua história com o enredo A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um.
Realizado pela Fundação Nacional de Artes, desde dezembro de 2013, o Projeto Música no Capanema leva à Sala Funarte atrações musicais nos mais variados estilos. Em março a Sala Funarte recebe Leila Pinheiro, Ed Motta, Cidade Negra e outros nomes de peso da música – sempre de quarta a sexta-feira, às 18h30 e com entrada Franca. Confira a programação de 12 a 28 de março, após o período de Carnaval, neste Portal.
Bateria Swingueira de Noel
Escola de Samba Unidos de Vila Isabel
Projeto ‘Música no Capanema’
Quarta, quinta e sexta-feira, às 18h30
Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, nº 16, térreo
Palácio Gustavo Capanema
Centro – Rio de Janeiro (RJ)
ENTRADA FRANCA
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro da Música
Mais informações
Cemus/Funarte: (21) 2279 8107
Bilheteria: (21) 2279 8087