Projeto ‘Grande Área’ leva arte para seis cidades-sede da Copa

De 11 de junho a 31 de julho

Na Funarte MG, em Belo Horizonte, uma “quermesse” reúne bandas de música e tendas que oferecem comida em forma de arte

Em São Paulo, projeções em tamanho grande serão feitas sobre a copa de árvores. Em Salvador, grafiteiros de três estados criarão obra conjunta

No Rio, um artista desenhará o contorno da antiga Praia da Lapa, enquanto outros farão performances nas ruas, com máscaras de bois, levando o público a encontros gastronômicos

Em Brasília, a mostra coletiva Entrecopas, apresenta a Retrospectiva das artes visuais brasileiras

Em Recife, na Sala Nordeste de Artes Visuais da Funarte, quatro artistas renomados apresentam trabalhos com vídeo

Essas são algumas das atividades oferecidas pelo Ministério da Cultura/Funarte, no projeto Grande Área

O Ministério da Cultura, a Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Fase 10 Ação Contemporânea realizam, de 11 de junho a 31 de julho, em seis capitais brasileiras que recebem jogos da Copa, o projeto Grande Área. A iniciativa reúne ações nas ruas e em outros espaços, envolvendo várias linguagens presentes no campo das artes visuais contemporâneas, tais como: projeções de videoarte em grande escala; exposições de grafite; intervenções; performances; e instalações, entre outras. Em julho, o projeto oferece ao público atividades em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Recife.

Os trabalhos são desenvolvidos por 13 criadores ou coletivos de artes visuais contemporâneos, de expressão nacional e internacional. Xico Chaves e Luiza Interlenghi são os curadores do projeto, cujas ações têm temas livres. A iniciativa alcança as cidades de Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e São Paulo.

As ações em cada estado

Minas Gerais

Na Funarte MG, em Belo Horizonte, começou, no dia 29 de junho, o evento de De Banda para arte, realizado pelo Centro de Experimentação e Informação de Arte (CEIA), da capital mineira. Na ação, o grupo mantém uma espécie de quermesse, inspirado nessa tradição cultural, presente nas cidades de Minas Gerais. Para os realizadores, os elementos formais da cultura das quermesses – entre eles as bandas de música – são, nesse trabalho, transmutados num grande experimento artístico.

O De Banda para arte traz à Funarte MG, nos dia 3 e 10 de julho, das 19h ás 22h, três bandas populares que realizarão um concerto conjunto, em forma de desafio. Na apresentação, uma delas vai tocar e outra responder, conduzidas por um artista, que será o mestre de cerimônias. Em torno das bandas, serão montadas cinco tendas. Em cada uma delas será apresentando a obra de um criador, que utiliza a comida elemento artístico. “Mais do que oferecidos para comer, os alimentos serão trabalhados a fim de sensibilizar o público para novas maneiras de ver a fome e o prazer da degustação”, dizem os organizadores. A ação tem como principal objetivo expressar a ideia de “alimento” em desenhos, esculturas e experiências de performance, nas quais o público sempre será convidado a tomar parte. Os trabalhos serão coordenados por Guilherme Morais, o mestre de cerimônias. Todos os artistas selecionados já têm algum trabalho que utiliza a comida como tema. São eles: Marc Davi, Agnes Farkasvolgyi, Thereza Portes/Instituto Undió e Grupo Indigestão, entre outros.

Criado para estimular a criação e a divulgação da produção artística atual, o CEIA pretende, com o De Banda para arte, aproximar as culturas popular e erudita, através de um “inusitado encontro” de artistas. O coletivo, que já realizou oito eventos internacionais, incluindo oficinas, residências e exposições, diz que o desafio das “quermesse” é “redimensionar as possibilidades artísticas dos artistas convidados”. Um dos objetivos do Centro é criar criar espaços de produção e conhecimento, destinados a artistas diversos.

São Paulo

De 4 e 8 de julho, as macroprojeções em vídeo sobre árvores, da série Symbiosis, criada pela paraense Roberta Carvalho, será na Casa das Rosas, na Av. Paulista, em São Paulo, sempre às 19h. A artista vai projetar imagens de faces de habitantes de áreas remotas na Amazônia em copas das árvores. O projeto Symbiosis vem sendo realizado desde meados de 2007 e inclui, além projeções fotográficas e videográficas em tamanho grande, sempre em copas de árvores, em espaços públicos. Dessa forma, a ação mistura intervenção urbana, fotografia, vídeo digital e instalação.

Termo usado na biologia, ‘simbiose’ é uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos, de espécies diferentes. Roberta explica que sua obra reúne dois entes: a imagem artística e a natureza; e que a segunda é “hospedeira” da primeira, “criando com ela um novo ser”, uma unidade. “Desta relação uma coisa outra é gerada: uma escultura de luz; uma criatura; uma árvore observadora. Fato é que essas imensas esculturas verdes e iluminadas provocam, no passante e/ou no fruidor da obra, uma espécie de susto, de medo, como aquele misto de espanto e magia”, define a artista.

Bahia

No período de 7 a 12 de julho, em Salvador, os consagrados grafiteiros do grupo Acidum, de Fortaleza (CE) e Derlon Almeida, de Recife (PE), e seus colegas locais, Samuca Santos e Tárcio Vasconcelos grafitarão o Muro do SESC Aquidabã, diariamente. Esses dois artistas baianos foram escolhidos pelos visitantes famosos, para a realização de um intercâmbio e para a criação da obra conjunta.

Rio de Janeiro

Nos dias 11 e 12 de julho, o Grande Área vai às ruas da Cidade Maravilhosa, com o artista Ronald Duarte. Ele apresentará, em quatro bairros cariocas, a performance Matadouro boiada. O trabalho reúne um grupo de artistas usando máscaras de folguedos de boi, numa identificação com arte popular brasileira. As ações incluem encontros gastronômicos, ligados a pratos típicos da culinária popular. O tema proposto ao artista foi: “A cultura popular como expressão vigorosa e crítica do pragmatismo urbano”. Leia detalhes na programação, abaixo.

Também no dia 12 de julho, sábado, a partir das 9h, o carioca Guga Ferraz fará um desenho da linha do mar, nas áreas do Rio em que a geografia foi alterada por aterros e pela urbanização. Essa é a ideia da intervenção urbana Até Onde o mar vinha. Até onde o mar ia, que o artista realizará, no bairro da Glória. Para essa ação do Grande Área, será realizado um desenho, em grande escala, feito com sal, nas bordas da extinta praia da Lapa, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. A inauguração será no calçadão em frente ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

Distrito Federal

Alexandre Rangel apresenta, no âmbito do Grande Área, a partir dos trabalhos expostos na mostra coletiva Entrecopas, o trabalho Retrospectiva das Artes Visuais Brasileiras, no Museu Nacional da República, em Brasília, de 11 de junho a 27 de julho. Trata-se de uma projeção em vídeo, que documenta as macroprojeções da exposição, já realizada na cúpula do Museu, nos dias 11 e 18 de junho. A mostra reúne obras significativas, produzidas no período de 1950 até os dias atuais, e de ações realizadas pela Funarte (Centro de Artes Visuais) nos últimos anos, tais como a Rede Nacional Funarte Artes Visuais e o Conexão Artes Visuais. Haverá uma terceira projeção na cúpula, em local ainda não definido.

Pernambuco

A Sala Nordeste de Artes Visuais da Funarte, no Bairro do Recife, na capital pernambucana, apresenta, de 17 de julho a 11 de agosto, uma exposição coletiva de vídeo, vídeo-performance e cinema-performance. A proposta da ação é provocar um “despertar crítico e reflexivo”. Para isso, lugares comuns e situações dramáticas serão utilizados por artistas visuais contemporâneos: Maria Helena Magalhães, com o trabalho Walking on march; Marcelo Coutinho, com O Lugar de todos os lugares; José Rufino, com a obra Myriorama; e Paulo Meira, apresentando Épico Culinário.

O projeto Grande Área

O objetivo principal do Grande Área é a difusão das artes visuais da atualidade, valorizando a produção de artistas residentes em vários estados brasileiros. Esses criadores desenvolvem os seus trabalhos na fronteira com outras manifestações, tais como o teatro, o cinema e a poesia. O alvo é, dessa maneira, destacar manifestações artísticas experimentais, além de ampliar o acesso do público a possibilidades artísticas instigantes, que estão na fronteira das diversas linguagens, ou são frutos da sua fusão. Para isso, as ações são realizadas prioritariamente em espaços urbanos.

Artistas e temas

Os nomes dos artistas e das respectivas ações, são os seguintes: Alexandre Rangel – “Imagem e memória” (Brasília) ; Maria Helena Magalhães – “A experiência da passagem do tempo nas sociedades controladas por câmeras de vigilância” (Recife); José Rufino – “A memória e seus laços com o imaginário quando emergem em vivências prosaicas na experiência da cidade” (Recife); Paulo Meira – “A constituição da subjetividade a partir encontro de tradições e o mundo atual” (Recife); Marcelo Coutinho – “O enfrentamento dos conflitos individuais por meio da experiência do duplo/o irmão gêmeo” (Recife); CEIA – “O caráter performático do corpo em seus trânsitos urbanos” (Belo Horizonte); Roberta Carvalho – “A interlocução entre habitantes de áreas remotas do país e grandes centros urbanos” (São Paulo); Acidum, Derlon Almeida, Tarcio V, Samuca – “A arte pública com expressões do grafite nordestino” ( Salvador); Guga Ferraz – “O resgate da história” (Rio de Janeiro).

Projeto Grande Área

Intervenções urbanas, performances, macroprojeções e Instalações

Realização: Ministério da Cultura / Fundação Nacional de Artes – Funarte
Fase 10 Ação Contemporânea

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Programação


Belo Horizonte (MG)

3 e 10 de julho, das 19h ás 22h

De Banda para arte

Realização: Centro de Experimentação e Informação de Arte (CEIA)

Concerto conjunto de bandas populares, em forma de desafio

Tendas com obras de arte – que utilizam a comida como elemento artístico

Mestre de cerimônias: artista Guilherme Morais

Tendas e artistas

Tenda 1: Marc Davi MARC DAVI

Tenda 2: Agnes Farkasvolgyi

Tenda 3: Thereza Portes/ Instituto Undió

Tenda 4: Grupo Indigestão

Tenda 5: Desenho (vários artistas)

Local: Funarte MG
Rua Januária, Nº 68, Floresta
Belo Horizonte

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São Paulo (SP)

4 a 8 de julho, às 19h

Symbiosis

Roberta Carvalho

Macroprojeções em árvores

Inauguração: 4/07, sexta-feira

Local: Casa das Rosas

Av. Paulista, 37, Bela Vista

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Salvador (BA)

7 a 12/07/2014

Grafite

Intercâmbio entre grafiteiros de Salvador, com grafiteiros de outras capitais do Nordeste

Artistas

Grupo Acidum – Derlon Almeida – Samuca Santos – Tárcio Vasconcelos

Abertura : 07/07, às 10h

Local: Muro do SESC Aquidabã

Av. Presidente Castelo Branco, 336, Salvador

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Brasília (DF)

19 de junho a 27 de julho

Retrospectiva das Artes Visuais Brasileiras

Alexandre Rangel

Projeções de vídeos da exposição Entrecopas, no interior do Museu Nacional da República

Endereço: Conjunto Cultural da República

Esplanada dos Ministérios – Brasília (DF)

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Rio de Janeiro (RJ)

11 e 12 de julho de 2014 – sexta e sábado

Matadouro boiada

Ronald Duarte

Performance

Grupo usando máscaras de boi, identificadas com a arte popular brasileira, caminha por espaços públicos e realiza encontros gastronômicos

Agenda

11 de julho, sexta-feira, das 12h às 14h

Um, dois, feijão com arroz

Local de encontro / concentração: Monumento dos Pracinhas, às 12h

Após caminhar no entorno do Monumento, o grupo se dirigirá ao Restaurante Amarelinho, na Cinelândia, para um encontro gastronômico

12 de julho, sábado, das 14h às 15

A Urbe urge

Local de encontro / concentração: Centro de Cultura Helio Oiticica, às 14h

O grupo caminhará pela Praça Tiradentes, Saara e entorno. Em seguida, irá em direção ao Restaurante Amarelinho, na Cinelândia, para um encontro gastronômico

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12 de julho, sábado, a partir das 10h

Até Onde o Mar Vinha. Até Onde o Mar ia

Guga Ferraz

Intervenção urbana

Local: Calçadão do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB

Av. Augusto Severo, nº 8, Glória

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Recife (PE)

17 de julho a 11 de agosto

Exposição coletiva

Os artistas utilizarão vídeo como suporte

Maria Helena Magalhães. Obra: Walking on march

Marcelo Coutinho, Obra: O Lugar de Todos os Lugares

José Rufino. Obra: Myriorama

Paulo Meira. Obra: Épico Culinário

Local: Sala Nordeste de Artes Visuais

Fundação Nacional de Artes – Funarte

De segunda a sexta-feira, das 10h às 18h

Rua do Bom Jesus, 237 – Bairro do Recife

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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO GRANDE ÁREA
https://www.facebook.com/fasedez.acaocontemporanea