‘Androgyne – sagração do fogo’ se apresenta em Brasília, Goiânia e Salvador

Androgyne - Sagraçãoo do fogo - foto: Silvia Machado/Alda M. Abreu

A Taanteatro Companhia estreia apresenta, de 4 a 7 de setembro, às 20h30, no Sesc Brasília o espetáculo de dança multimídia Androgyne – sagração do fogo. A coreografia aborda o tema da identidade sexual, de forma poética, a partir da figura de Joana D’Arc, personagem andrógina histórica. A proposta é superar os limites entre os gêneros e ultrapassar as fronteiras das linguagens cênicas, através da fusão entre os movimentos reais do bailarino e a “dança virtual” – em que o corpo do artista e imagens se fundem. Seria a criação de um “corpo multimídia”. A mais recente produção do grupo foi contemplada com Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013.

Além dessa premiação, Androgyne recebeu, em 2013, o prêmio APCA, na categoria Bailarina Revelação (Alda Maria Abreu), e o da Cooperativa Paulista de Dança/Denilto Gomes, na categoria Domínio de Movimento. O espetáculo será apresentado também em Goiânia (GO), de 25 a 27 de setembro, no Centro Cultural da Universidade federal de Goiás, às 21h; e depois em Salvador (BA), de 6 a 8 de novembro, no Teatro do Goethe Institut – ICBA, às 20h. Haverá palestras e debates depois do espetáculo, em uma das datas em cada cidade. Os ingressos custam R$ 20.

O espetáculo leva o público ao um encontro com Joana d’Arc face a face com o fogo, utilizado por uma “inquisição contemporânea” simbólica. Outros símbolos utilizados, como o do falo. O fogo é apresentado como elemento sagrado, sacralizando também o corpo nu sob as chamas e “seu tremor incendiário, contrariando os relatos históricos e literários”. Com recursos assim, a peça transmite uma concepção de androginia como manifestação ética. A proposta é colocar em evidência “as dimensões erótica e sagrada do corpo andrógino”, além de questionar tabus, discriminações e perseguições quanto a gênero.

A obra foi montada a partir de uma pesquisa corporal meticulosa da Taanteatro, junto a Alda Maria Abreu. Desde 2010, a artista dedicou seu estudo e criação ao aprofundamento dos processos de ensino/criação coreográfica no “teatro de tensões”. O neologismo, criado pela companhia, que originou o nome abreviado “Taanteatro”, designa uma abordagem teórica, prática e criativa (ao mesmo tempo), que se desdobra em três campos de investigação: “Análise do corpo e do acontecimento cênico”; “Treinamento e formação de atores e dançarinos” e “Criação teatro-coreográfica”. A técnica visa ao desenvolvimento das capacidades comunicativas do ator. Ela “parte do pressuposto que a qualidade e a eficácia do potencial comunicativo do performer estão ligadas à capacidade de estabelecer e operar tensões intra (paisagem interna do corpo), inter (entre corpos de qualquer natureza) e infra-corporais (campo sócio-político-cultural)”, diz o site do grupo. O sistema atua através de metodologia específica, que “possibilita a geração de procedimentos e parâmetros para a criação, encenação e análise do espetáculo”.

Depois de realizar assistência e monitoria em oficinas de introdução ao Taanteatro, Alda deu vida a seu diálogo com o taanteatro neste espetáculo, bem como aos desafios coreográficos e poéticos das temáticas corpo/cultura; corpo/identidade; e corpo/linguagem.

Androgyne – sagração do fogo subverte o significado clássico da androginia – unidade e perfeição espiritual – ao convocar a despolarização dos gêneros como manifestação ética do corpo. A constante tensão entre atualidade e atemporalidade das polêmicas sociais e dos tabus morais que a temática envolve, levou a pesquisa da encenação…”, comentam os realizadores.

Currículos

Maura Baiochi – Diretora-fundadora da Taanteatro Companhia. Encenadora e coreógrafa. Criadora da abordagem taanteatro (teatro coreográfico de tensões). Pioneira da dança Butoh no Brasil. Mestre em comunicação e semiótica pela PUC São Paulo. Autora de quatro livros, fez carreira internacional na Alemanha, Argentina, Estados Unidos, França, Inglaterra, Japão e Moçambique.

Alda Maria Abreu – Dançarina/performer, produtora cultural e arte educadora. Bacharel em Artes Cênicas pela UNICAMP e Mestre em Psicologia Clínica na PUC/SP. Integra a Taanteatro desde 2010. Premiada pelo trabalho realizado em Androgyne – sagração do fogo (vide prêmios citados acima). Integrante da Taanteatro Companhia desde 2010, é artista-orientadora no Programa Vocacional da SMC de São Paulo e professora-pesquisadora do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica da UFBA.

Androgyne – sagração do fogo

Estreia 2014

De 4 a 7 de setembro de 2014, às 20h30

Teatro SESC – Brasília
Preço: Garagem + Ingresso – R$ 20. Meia-entrada: R$ 10

No dia 6/09, após o espetáculo, está incluído o debate Pensamentos em Performance, com o artista convidado Diego Azambuja

Duração | 60 minutos
Classificação etária | 12 anos

Informações: (61) 3445 4415/4420

Próximas apresentaçôes

Goiânia (GO) – de 25 a 27 de setembro, no Centro Cultural da Universidade federal de Goiás, às 21h

Salvador (BA), de 6 a 8 de novembro, no Teatro do Goethe Institut – ICBA, às 20h

Ficha técnica
Direção Coreográfica e Supervisão Geral: Maura Baiocchi
. Concepção, Coreografia e Interpretação: Alda Maria Abreu
. Composição musical: Gustavo Lemos
. Vídeo Mapping e Iluminação: Eduardo Alves
. Instalação Cenográfica: Wolfgang Pannek. Concepção, Roteiro, Textos e Performance em Vídeo: Alda Maria Abreu
. Direção de vídeo: Gabriel Bogossian
. Fotografia e Edição : Paulo Bueno
. Supervisão de Roteiro e Performance em Vídeo: Maura Baiocchi. Arte gráfica: Hiro Okita
. Produção: Wolfgang Pannek e Alda Maria Abreu

Mais informações: http://www.taanteatro.com/

Contatos da produção: taanteatro@hotmail.com/ (011) 9 9909 5060 | (011) 9 8151 0389