O Projeto Areal apresenta, no Casarão Nº 6, em Pelotas (RS) a exposição Arquivo Areal, que reúne registros das ações desenvolvidas pelos artistas André Severo e Maria Helena Bernardes, ao longo de 13 anos. Contemplada pela Funarte na da 6ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça (2013) A mostra, que marca a doação dos documentos ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), foi aberta no dia 9 de dezembro. A visitação pública vai até 13 de março de 2015.
Arquivo Areal é um projeto desenvolvido pela Arena – Associação de Arte e Cultura. “O Prêmio Marcantonio Vilaça, que tem como objetivo o fomento às investigações práticas e teóricas no campo das artes visuais, possibilitou a organização dos arquivos das ações realizadas durante o projeto e a compilação do conjunto de vídeos, fotografias e textos, que está sendo doado ao Museu e que agora tem sua primeira exibição pública em Pelotas”, dizem os organizadores. “A doação também garante que pesquisadores, educadores e estudantes tenham acesso a seus documentos numa instituição da maior importância para o entendimento da arte contemporânea local”, completam.
André Venzon, diretor do MACRS afirma: “O reconhecimento à contribuição do Projeto Areal ao cenário da arte contemporânea brasileira, expresso pela concessão do Prêmio Marcantonio Vilaça, contribuirá ainda para suprir uma lacuna de nossa instituição, sistematicamente orientada por uma forte política colecionista estatal que permite a incorporação de valiosas obras de arte, adquiridas ou doadas ao museu”.
O Projeto Areal, Criado no ano de 2000, por André Severo e Maria Helena Bernardes, tem como principal objetivo levar a público trabalhos de artes e humanidades; e publicações sobre o tema, dificilmente viabilizados pelas instituições. Desenvolvido a partir de discussões, durante uma série de viagens dos artistas pelo Rio Grande do Sul, o acervo absorve a imensidão de campos da paisagem do sul do estado. “A água e a areia são utilizadas como símbolos dos limites cada vez mais imprecisos da arte como disciplina, atualmente”, dizem os artistas. Uma das ideias centrais do projeto é gerar meios para que sejam feitas pesquisas intensivas sobre arte e uma proposta de veiculação do pensamento humanístico sem mediação, “resgatando a um primeiro plano a experiência direta entre artista, autor e público”.
Para Maria Helena Bernardes e André Severo, o Areal possibilita prever a experiência de produzir arte sob uma perspectiva em que museus, cidades e praias esquecidas integrem um só organismo, não fragmentário. Os artistas afirmam que a doação do acervo do projeto ao MACRS, nas condições propiciadas pelo Prêmio Marcantonio Vilaça, registra um processo de interlocução com as instituições de cultura.
André define o projeto como uma ação de arte contemporânea “deslocada, que aposta em situações transitórias capazes de desvincular a ocorrência do pensamento contemporâneo dos grandes centros urbanos e de suas instituições culturais”. Através do projeto, o artista publicou, com Maria Helena Bernardes, a série de textos Documento Areal, atualmente com nove volumes. Com ela, eles buscam contribuir para as reflexões contemporâneas sobre o diálogo em relação às fronteiras entre os processos de conhecimento que possibilitam a arte.
Sobre o Prêmio Marcantonio Vilaça
Uma realização da Funarte/Ministério da Cultura, o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça tem como o objetivo estimular a produção artística nacional e o pensamento crítico acerca da produção contemporânea, caracterizada por sua multiplicidade de linguagens. Além disso, visa à aquisição de obras destinadas ao preenchimento de lacunas pontuais em acervos de instituições museológicas, públicas e privadas, sem fins lucrativos.
Sobre os artistas
Maria Helena Bernardes
Formada em Artes Plásticas pela UFRGS, trabalha atualmente como cronista e professora. Leciona História e Teoria da Arte na Arena, associação dedicada à promoção de projetos independentes de artistas e à formação teórica em artes (Arena Cursos). Ao lado de André Severo, é coautora do Projeto Areal, por meio do qual publicou os livros: Vaga em Campo de Rejeito, História de Península e Praia Grande/Arranco, Dilúvio, A Estrada que não sabe de nada e Ensaio.
André Severo
André Severo vive e trabalha em Porto Alegre (RS). É Mestre em Poéticas Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS. Em 2007, elaborou, conjuntamente com Cláudia Vieira, Grady Gerbracht e Paula Krause, o programa de residência de investigação artística Lomba Alta, situado numa fazenda em plena atividade. Em 2008, inaugurou, conjuntamente com Marcelo Coutinho, o projeto Dois vazios, que promoveu o encontro entre o cinema e as artes plásticas; e entre as regiões Sul e Nordeste. Em 2009, participou do projeto pedagógico da 7ª Bienal do Mercosul, no qual publicou Histórias de península e praia grande/Arranco, em parceria com Maria Helena Bernardes – livro e filme. Em 2010, lançou Soma, uma “experiência audiovisual”; também em parceria com Maria Helena Bernardes, fez a curadoria da mostra Horizonte expandido, cujo foco foi propiciar maior contato do público com obras e documentos de arte. Em 2012, convidado por Luis Pérez-Oramas, foi curador associado da XXX Bienal de São Paulo. Em 2013, também com Oramas, foi co-curador da exposição Dentro/fora, que compôs a representação brasileira na 55ª Bienal de Veneza. Publicou até agora nove volumes da série Documento Areal.
Arquivo Areal
Exposição do Projeto Areal
Maria Helena Bernardes e André Severo
Local: Casarão Nº 6
Praça Coronel Osório, 6, Pelotas (RS)
Abertura: 9 de dezembro
Visitação: até 13 de março de 2015, de segunda a sexta, das 13h às 18h
Agendamento para grupos: tel. (53) 3225 8355
Realização
Secretaria de Estado da Cultura/Governo do Estado do Rio Grande do Sul Arena – Associação de Arte e Cultura
Projeto contemplado pela Funarte/MinC no Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça
Apoio: Prefeitura Municipal de Pelotas
Mais informações – Assessoria de Comunicação: arielagira@gmail.com