A partir do dia 24 de Julho, e até a segunda semana de dezembro, músicos de diversas regiões do país se apresentam na Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio de Janeiro, no projeto Contemporâneos na Sala Funarte. A iniciativa faz parte do Programa de Integração das Salas Funarte, que envolve uma série de projetos. Ele tem como foco principal a criação e a mediação crítica da música popular e da canção brasileira contemporânea, autoral e independente.
Na primeira ocupação, do coletivo carioca Quintavant/Audio rebel, haverá shows toda sexta-feira, até 14 de agosto, e também na quinta, dia 13, sempre às 19h30, com ingressos a R$ 20. O Quintavant reunirá os artistas Arto Lindsay, Nelson da Rabeca, Thomar Rohrer, Ava Rocha, Negro Leo, Metá Metá (Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França) e Passo Torto (Romulo Fróes, Rodrigo Campos, Marcelo Cabral e Kiko Dinucci).
No projeto Contemporâneos na Sala Funarte, em 2015, a Sidney Miller receberá seis coletivos, que ficarão responsáveis pela programação de cinco shows cada um, entre os meses de julho e dezembro. Além do Audio Rebel e do Quintavant, participam da ação os grupos: Chama, Etnohaus, Norte Comum, Leão Etíope do Meier e Banda Desenhada. Os seis coletivos, selecionados pelo Centro de Música da Funarte, apresentam perspectivas estéticas e concepções distintas sobre a criação e a crítica da música e canção brasileira popular contemporânea, que vão desde o trabalho com música percussiva, bloco de carnaval, música experimental e de improviso e música eletrônica até vertentes da canção, mais próximas da literatura e da tradição da música popular brasileira.
Este ano, o projeto é restrito a grupos do Rio de Janeiro e à sala Sidney Miller. Mas, a partir do ano que vem, ele se estenderá pelas outras salas Funarte do Brasil, com os respectivos coletivos de artistas dos outros Estados.
Segundo Bernardo Oliveira, do Coletivo Quintavant: “A programação foi fundamentada nos aspectos mais experimentais da música brasileira contemporânea. São reunidas quatro grandes expressões sonoras oriundas de diversas regiões do país. Essas sonoridades distintas testemunham o momento vigoroso pelo qual passa nossa música de invenção”.
Contemporâneos na Sala Funarte
Ocupação Audio Rebel / Quintavant
Julho/agosto de 2015
Horário: sempre às 19h30
Ingressos: R$ 20. Meia-entrada: R$ 10
Agenda – Julho e agosto
24/7 – sexta-feira – Arto Lindsay. O músico se apresenta ao lado de Luis Filipe de Lima (violão), Thiaguinho da Serrinha (percussão) e Marcos Campello (espacialização)
31/7 – sexta-feira – Tradição Improvisada com Thomas Rohrer, Nelson da Rabeca, Dona Benedita e Panda Gianfratti
7/8 – sexta-feira – Ava Rocha. Participação especial de Negro Leo
13 e 14/8 – quinta e sexta-feira – Clube da Encruza, com Metá Metá, Passo Torto, Juçara Marçal, Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Sambanzo
Leia abaixo as sinopses de todos os shows
Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, nº 16, térreo
Palácio Gustavo Capanema
Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Ingressos: R$ 20. Meia-entrada: R$ 10
Horário: sempre às 19h30
Bilheteria: (21) 2279-8087
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte/ Centro da Música
Programação completa com sinopses
24 de julho – Sexta-feira – Arto Lindsay
Cantor, guitarrista, produtor musical e compositor norte-americano radicado no Brasil, Arto Lindsay participou decisivamente em diversas expressões sonoras e artísticas dos últimos 40 anos. No final dos anos 1970, formou a Banda DNA, que frequentava a cena “underground” de Manhattan (Nova Iorque – EUA). Em 1978, a DNA foi lançada no projeto No New York, produzido por Brian Eno. No começo dos anos 80, Lindsay, com seu particular estilo de guitarra, tornou-se conhecido no circuito musical de Manhattan, como fundador da banda jazzística The Lounge Lizards e do grupo The Golden Palominos; e por produzir faixas para Laurie Anderson e David Byrne – contribuindo artisticamente com o selo norte-americano de “world music” Luaka Bop. Formou o Ambitious Lovers com o tecladista Peter Scherer. Arto tem uma trajetória marcada pela intensa e frequente colaboração com outros artistas, de diversos movimentos musicais. Ao longo dos anos, estabeleceu parcerias num espectro muito amplo, que inclui Caetano Veloso, David Byrne, Marisa Monte, Laurie Anderson, Marc Ribot, Cibo Matto, Bill Frisell, Animal Collective, Ryuichi Sakamoto, Krisma, Kip Hanrahan e Arnaldo Antunes, entre outros.
No show, Arto Lindsay se apresentará ao lado de Luis Filipe de Lima (violão), e Marcos Campello (espacialização).
31 de julho – sexta-feira – Tradição Improvisada, com Thomas Rohrer, Nelson da Rabeca, Dona Benedita e Panda Gianfratti
Thomas Rohrer é um músico suíço radicado no Brasil, especializado em improviso livre, mas que acompanha artistas populares como Juçara Marçal e Marcelo Camelo, entre outros. Nelson da Rabeca é um célebre rabequeiro e luthier autodidata. Juntos, Nelson e Rohrer apresentam o show Tradição Improvisada, fruto de uma parceria de longa data. Acompanhados pela cantora Dona Benedita – parceira de Seu Nelson há mais de cinquenta anos – e o percussionista paulistano Panda Gianfratti, um dos grandes nomes do improviso livre brasileiro e mundial, o espetáculo traz um vasto e inédito repertório calcado sobre gêneros típicos do nordeste, como xote, baião e forró.
Mais sobre Thomas Rohrer e Nelson da Rabeca
Thomas Rohrer – O suíço mora no Brasil desde 1995. Além da rabeca, toca saxofone e é integrante de grupos de música brasileira tradicional (como A Barca e Ponto BR) e de conjuntos de improvisação livre, como o Coletivo Abaetetuba – do qual o percussionista Panda Gianfratti, também faz parte. Nos seus projetos, ele busca explorar ao máximo as diferentes possibilidades sonoras dos instrumentos.
Nelson da Rabeca – Alagoano de Marechal Deodoro, trabalhou no corte de cana até os 54 anos. Foi então que viu um violino na televisão e, sem a ajuda de ninguém, construiu um instrumento parecido; e ainda, de forma autodidata, aprendeu a tocá-lo. Passou a se apresentar para turistas na Praia do Francês, em Maceió, e abandonou de vez o serviço no canavial. Hoje, vive de shows e da confecção de rabecas, que vende para músicos do mundo todo. Uma curiosidade: para fazer os instrumentos, ele usa um facão de cortar cana.
7 de agosto – sexta-feira – Ava Rocha – participação especial de Negro Leo
Ava Rocha – Na sequência do lançamento de seu segundo álbum Ava Patrya Yndia Yracema, produzido por Jonas Sá, a cantora Ava Rocha fez uma sequência de apresentações antológicas no Rio de Janeiro (Audio Rebel) e em São Paulo (Serralheria). Desde já considerado um dos discos do ano pela crítica especializada, o Ava Patrya Yndia Yracema conta com uma banda formada por músicos oriundos da cena experimental carioca como Thomas Harres, Marcos Campello, Felipe Zenícola e Eduardo Manso. No show, Ava explora o repertório autoral com desenvoltura e liberdade de improviso, desfilando canções compostas por Jonas Sá, Marcelo Callado Domenico Lancelotti e por ela mesma; além de Você não vai passar, considerada um dos hits “subterrâneos” de 2015.
Negro Leo – Cantor, compositor e instrumentista maranhense, radicado no Rio, Leo é uma das revelações da nova canção brasileira e um dos compositores presentes no álbum de Ava Rocha. Influenciado pelo “free jazz” de Peter Brötzmann, pelo tropicalismo de Caetano e Macalé, e pela “nowave” de James Chance e Arto Lindsay, Negro Leo inventa canções com letras fortes e imagens delirantes do cotidiano, das relações interpessoais e da crise política mundial. É compositor do sucesso Você não vai passar.
13 e 14 de agosto – quinta e sexta-feira – Clube da Encruza, com Metá Metá, Passo Torto, Juçara Marçal, Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Sambanzo
O show traça um panorama da nova canção paulistana contemporânea e “adjacências”. Juntos em um só concerto de longa duração, batizado de Clube da Encruza, temos: Metá Metá, Passo Torto, Juçara Marçal, Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Sambanzo. Será uma oportunidade imperdível de experimentar todas as vozes, sons, cores e formas que alimentam a química profunda desses artistas. Metá Metá apresentará canções do seu Metal Metal e do EP homônimo lançado recentemente; o Passo Torto mostrará o premiado Passo Elétrico enquanto se prepara para lançar o novo álbum com a cantora Ná Ozzeti. Como estão todos em casa, incorporam ainda o repertório de trabalhos paralelos, como o Encarnado de Juçara Marçal; Bahia Fantástica de Rodrigo Campos; Romulo Fróes e seu Barulho Feio; e o instrumental “latino-espacial” do Sambanzo de Thiago França, com Etiópia.
Sobre os artistas do Clube da Encruza
Metá Metá – Formado pelo mineiro Thiago França, o paulistano Kiko Dinucci e a carioca Juçara Marçal, o grupo retorna de sua segunda turnê europeia do ano. Meta Metá é responsável por um dos trabalhos mais originais da música brasileira contemporânea, com uma mistura arrebatadora de noise, jazz, punk rock e ritmos brasileiros. O trio lançou um EP este ano e prepara seu próximo disco.
Passo Torto – Grupo paulista formado em 2011, pelos compositores e instrumentistas Romulo Fróes, Marcelo Cabral, Kiko Dinucci e Rodrigo Campos, em 2013 o Passo Torto lançou seu segundo disco, Passo Elétrico – repleto de anotações mentais sobre a cidade de São Paulo e uma sonoridade tomada por guitarras elétricas, cavaquinho e contrabaixo acústico com pedais de efeito. O conjunto se prepara para lançar seu próximo álbum, com participação da cantora Ná Ozzeti.
Juçara Marçal – Juçara Marçal passou por grupos como A Barca e o coral Vésper. O sucesso da cantora, compositora e pesquisadora começou a partir de seu trabalho com o trio Metá Metá. Acompanhada por parceiros como Kiko Dinucci, Thomas Rohrer e Rodrigo Campos, a artista apresenta o repertório de seu primeiro álbum, Encarnado. O disco foi premiado e aclamado como um dos mais importantes da música brasileira dos últimos anos.
Rodrigo Campos – Cantor, compositor, violinista, cavaquinista, percussionista, Rodrigo Campos lançou três álbuns solos, Urbanda (2003), São Mateus não É Um Lugar assim tão longe (2009) e Bahia fantástica (2012). Tocando e compondo ao lado de projetos e músicos como Passo Torto e Vicente Barreto, Campos prepara seu quarto álbum a ser lançado em 2015.
Romulo Fróes – O cantor, compositor e produtor paulistano Romulo Fróes lançou, em 2004, seu primeiro álbum solo, Calado; e, dois anos depois, o segundo, Cão, ambos realizados sob a influência do samba de Nelson Cavaquinho. O duplo No Chão sem o Chão saiu em 2009 e, em 2011, Um Labirinto em cada pé. Barulho Feio marca um momento particularmente experimental na obra do artista. Atualmente, ele faz a coprodução do novo disco de Elza Soares e prepara um trabalho em homenagem a Nelson Cavaquinho.
Sambanzo – Projeto solo do saxofonista Thiago França (Metá Metá), o Sambanzo promove uma mistura musical, que parte do samba para a música africana e latina, num diálogo com a linhagem mais livre e elástica do jazz. Aberto ao improviso e à criação coletiva, o trabalho engloba cúmbia, “afrobeat”, “ethio-jazz”, guitarrada paraense e cantigas tradicionais da umbanda.
Mais informações para o público
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro da Música
cemus@funarte.gov.br
Coordenação de Música Popular