Coletivo Chama apresenta grupo Graveola e o Lixo Polifônico, na série ‘Contemporâneos na Sala Funarte’

Grupo Graveola. Curadoria do Coletivo Chama segue até setembro

No dia 21 de agosto, sexta-feira, às 19h30, o Coletivo Chama realiza o primeiro espetáculo de sua ocupação no Projeto ‘Contemporâneos na Sala Funarte’, com o grupo mineiro Graveola e o Lixo Polifônico. A apresentação sucede cinco outras, que tiveram curadoria do Coletivo Áudio Rebel/Quintavant. Ele foi o primeiro grupo a atuar na série, apresentada na Sala Funarte Sidney Miller – Centro do Rio de Janeiro – sempre a preços populares. O projeto é realizado pela Fundação Nacional de Artes.

O grupo Graveola e o Lixo Polifônico já lançou cinco trabalhos: o álbum que leva o nome do grupo, em 2009; e os discos Um e meio (2010); Eu Preciso de um liquificador (2011); Dois e meio – vozes invisíveis (2014) e London Bridge (2015). O conjunto tem-se apresentado por todo o Brasil e fez turnês na Europa. Tanto seus álbuns quanto seus shows repercutiram amplamente na crítica especializada – em jornais de grande circulação, blogs e revistas virtuais – e ainda nas redes sociais. Com múltiplos recursos instrumentais, o coletivo é formado pelos músicos Bruno de Oliveira (baixo e vocais); Gabriel Bruce (bateria e vocais); José Luis Braga (guitarra, cavaco e voz) ; Luiza Brina (voz, percussão, cavaco e escaleta); Luiz Gabriel Lopes (voz e guitarra) e Ygor Rajão (trompete e escaleta).

O grupo faz parte de um novo movimento da música popular de Minas Gerais, ao lado de artistas como Kristoff Silva (que também se apresentará na curadoria do Chama, na próxima sexta-feira, dia 28 de agosto).

Na mesma ocupação, a Sala Funarte Sidney Miller receberá as seguintes apresentações: Sylvio Fraga Quinteto, no dia 27 de agosto, quinta-feira; na sexta, o show de Kristoff Silva, com Pedro Trigo Santana (contrabaixo) e Yuri Vellasco (bateria);  o de Renato Frazão, com participação de Aline Paes, no dia 17 de setembro; e, no dia seguinte, a apresentação de Thiago Thiago de Mello, com participação do poeta Thiago de Mello e da cantora Ilessi.

Sobre o Coletivo Chama

Com atuação considerada decisiva na música brasileira contemporânea, na mediação crítica e na criação, o grupo Chama conta com artistas importantes no cenário da canção nacional, como o compositor Thiago Amud – que recentemente lançou o prestigiado De ponta a ponta tudo é praia-palma… (2013) – e Pedro Sá Moraes – cantor e compositor que acaba de levar ao público o também consagrado Além do princípio do prazer (2014).

O Coletivo realizou também vários projetos, como o Escambo; e ainda festivais, mostras e seminários. Entre estas atividades destaca-se o projeto Nascente e foz, ciclo de debates que discute a relação entre a literatura e a música popular, e que já passou por Brasília, Fortaleza e Rio – e que se apresentou na Festa literária de Paraty (FLIP), recentemente. Outra realização relevante do grupo foi o Brazilian Explorative Music, que já teve cinco edições em Nova York (EUA), e o Transversais do Tempo, que reuniu shows e discussões sobre a situação da música contemporânea brasileira. Essas ações têm contado com a participação de alguns dos mais reconhecidos críticos e músicos do Brasil, como o violonista e compositor Guinga, (um dos artistas mais renomados da nossa música); e do crítico musical e professor de literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Losso Guerreiro; entre outros.

O Chama tem recebido amplo reconhecimento da crítica especializada e dos principais cadernos culturais do país e do mundo. A contribuição do grupo foi apontada pelo New York Times como um dos acontecimentos “mais relevantes” da produção de música brasileira considerada como mais criativa e contemporânea.

As atrações da curadoria, na visão do diretor do Cemus/Funarte

Para Marcos Lacerda, Diretor do Centro da Música da Fundação Nacional de Artes – setor responsável pelo projeto Contemporâneos na Sala Funarte – a apresentação desta sexta foi mais uma oportunidade para o público usufruir do que de melhor vem acontecendo na produção mais inventiva da canção popular contemporânea do país: “Teremos espetáculos que não negam, obviamente, os desafios da música de invenção mais experimental, mas que tendem a ter um cuidado delicado e uma atenção concentrada na palavra, no texto. Isso ecoa na escolha dos artistas que farão os shows – como no caso deste primeiro grupo, o Graveola e Lixo Polifônico – e na própria formação do Coletivo Chama”.

Segundo o diretor, o coletivo vem atuando decisivamente no âmbito de uma “estética da palavra”, com “domínio técnico pleno e delicadeza das formas”. Esta concepção artística relacionada à expressão verbal se realizaria plenamente, segundo Marcos, “na obra de excelência, muito acima da média, de um poeta da canção como Thiago Amud”, integrante do Coletivo Chama. Para o diretor do Cemus, o compositor tem conseguido, “desvelar – como poucos entre nós – o segredo da palavra cantada”. Marcos argumenta que Thiago “tem um quê de grandeza clássica, misturada com o domínio do informe, do inconstante, do tortuoso, de todo o avesso da forma, como se pode ver no modo como ele altera a relação do som com a palavra, de modo abrupto e rascante”. O diretor acrescenta que a “loucura e o delírio” também habitam a obra do artista e, por isso, esse criador tem conseguido, em muitos momentos, “ser mais contemporâneo que os contemporâneos”.

Marcos Lacerda também destacou o papel do cantor e integrante do Coletivo Chama Pedro Sá Moraes: “É muito culto. Fala e pensa bem. É articulado e tem a ‘coisa’ do poeta, com um quê de dispersão e encantamento com o real. É bonito e bom ouvi-lo e, sobretudo, vê-lo cantar. Ele tem, entre muitas canções, uma que é belíssima: A hora da estrela. Por tudo isso, vale muito assistir aos shows com curadoria do Coletivo Chama dentro do Contemporâneos na sala Funarte”, conclui.

Série Contemporâneos na Sala Funarte

Apresentação musical

Grupo Graveola e o Lixo Polifônico

21 de agosto de 2015, sexta-feira, às 19h30

Sala Funarte Sidney Miller
Palácio Gustavo Capanema
Rua da Imprensa, 16, térreo – Centro
Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2279 8087

Ingressos: R$ 20. Meia-entrada: R$ 10

Classificação indicativa: Livre

Curadoria: Coletivo Chama

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro da Música
cemus@funarte.gov.br