“Que Horas ela volta?” representará o Brasil no Oscar 2016

O filme Que Horas ela volta?, da diretora Anna Muylaert, será o representante brasileiro no Oscar 2016. O longa foi escolhido pela Comissão Especial de Seleção do Ministério da Cultura (MinC) para concorrer a uma vaga na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pelo coordenador-geral de Articulação, Formulação e Difusão da Secretaria de Audiovisual do MinC, Lula Oliveira, representante do ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Além do filme selecionado, concorreram à indicação os seguintes longas: A História da eternidade, de Camilo Cavalcante; Alguém qualquer, de Tristan Aronovich; Campo de jogo, de Eryc Rocha; Casa grande, de Fellipe Barbosa; Entrando numa roubada, de André Moraes; Estranhos, de Paulo Alcântara; e Estrada 47, de Vicente Ferraz.

Lula Oliveira falou sobre a satisfação do MinC pela escolha. “Entendemos que o filme tem uma importância no seu valor estético, artístico, na linguagem e no tema que ele aborda, sobre uma realidade muito forte da sociedade brasileira; e por ele ter buscado estratégias de comunicação para chegar onde chegou. Estamos muito satisfeitos com a escolha, que foi muito boa e democrática”, concluiu.

O crítico de cinema Rodrigo Fonseca, membro da comissão julgadora, justificou o porquê da indicação do filme; e falou sobre como ele reflete uma nova realidade vivida no Brasil pelas classes sociais, retratada nas personagens (uma empregada doméstica, sua filha, seus patrões e o filho do casal). “Sobre a linguagem, o que este filme faz é mostrar como fica o afeto dessas classes. Nesse ponto, ele é um filme muito singular. Uma das coisas ditas nesta reunião é que esse filme consegue discutir a questão econômica e política e falar desse arranjo social sem fazer discurso, sem fazer plenária. Ele não é um panfleto. O filme fala de afeto que também levanta os tópicos sociais”, explicou.

A obra indicada passará agora pela avaliação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Estados Unidos), que selecionará nove produções estrangeiras, considerando os pré-indicados. Desse grupo, saem os cinco finalistas. O vencedor é anunciado no dia da festa do Oscar em Hollywood (EUA).

Que Horas ela volta? foi lançado no dia 27 de agosto e ganhou prêmios nos festivais de Sundance e Berlim. Além disso, teve os direitos de distribuição vendidos para mais de 20 países. O elenco traz os atores Regina Casé, Michel Joelsas, Camila Márdila, Karine Teles e Lourenço Mutarelli.

Compuseram a comissão da seleção o cenógrafo e produtor Marcos Flaksman; o crítico de cinema Rodrigo Fonseca; o diretor Daniel Rodrigues da Silva Ribeiro; o chefe da Assessoria Internacional da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Eduardo Novelli Valente; o chefe do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores, George Torquato Firmeza; e a sócia-membro da Academia Brasileira de Cinema Silvia Rebello.

Últimas indicações

Desde 1962, 45 filmes brasileiros já foram inscritos para o Oscar e apenas quatro conseguiram ser indicados: O Pagador de promessas, O Quatrilho, O Que é isso, companheiro? e Central do Brasil. Nenhum deles ganhou o prêmio. Orfeu Negro, produção conjunta de Brasil, Itália e França, dirigida pelo francês Marcel Camus, levou o Oscar, mas concorreu pela França. O Ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger, foi pré-indicado pela Academia, que o considerou um dos nove melhores entre os 63 filmes inscritos em 2008, mas não conseguiu ficar entre os cinco finalistas.

Os filmes brasileiros selecionados para concorrer à indicação nas últimas seis edições do Oscar foram: Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro (2015); O Som ao redor, de Kleber Mendonça Filho (2014); O Palhaço, de Selton Mello (2013); Tropa de elite 2: o inimigo agora é outro, de José Padilha (2012); Lula, o filho do Brasil, de Fábio Barreto (2011); e Salve geral, de Sérgio Rezende (2010).

Sobre o filme Que Horas ela Volta?

A trama mostra a pernambucana Val (Regina Casé), que se mudou para São Paulo, a fim de dar melhores condições de vida para sua filha, Jéssica. Em expediente integral como babá de Fabinho (Michel Joelsas) e doméstica, morando na casa dos patrões, Val, com muito receio, deixou a menina no interior de Pernambuco. Treze anos depois, quando o garoto vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) telefona para a mãe, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos. Só que, quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, a situação se complica.

Por Mariana Menezes
Assessoria de Comunicação/ Ministério da Cultura (MinC)
Edição: Assessoria de Comunicação/ Fundação Nacional de Artes – Funarte

Que Horas ela volta
Filme selecionado pela Comissão Especial de Seleção do Ministério da Cultura (MinC) para concorrer, como obra representante do Brasil, a uma vaga para disputar o Oscar (
Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – EUA), na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Em exibição no circuito cinematográfico comercial brasileiro

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