Com ingressos a preços populares e atividades gratuitas, o Teatro Dulcina recebe o projeto Nova Dramaturgia da Melanina Acentuada – Edição Rio de Janeiro, contemplado no Edital de Ocupação do Teatro Dulcina 2015. De 12 a 21 de novembro, o público pode conferir o espetáculo Namíbia, não!, no qual Lázaro Ramos assina a direção geral. A história se passa em 2016, ano em que o governo brasileiro decreta uma medida provisória obrigando a todos de “melanina acentuada” que sejam capturados e enviados à África provocando o revés da situação vivida pelo povo africano no Brasil escravocrata. Outro destaque é a montagem Love, fruto da parceria da poetisa Elisa Lucinda, Cyria Coentro e Jackson Costa e terá única apresentação, dia 26. Trata-se de um monólogo que revela, através de poemas de diversos autores, as inúmeras situações envolvendo sentimentos e emoções vividas pelo ser humano nas suas relações amorosas.
Durante o mês de novembro, além das apresentações dos espetáculos, a programação do espaço também conta com atividades extras, como o Encontro com Dramaturgo. No dia 25 de novembro, às 19h, a poetisa, jornalista, cantora e atriz Elisa Lucinda recebe o público para uma conversa sobre a sua carreira, seus projetos e, ainda, sobre a montagem Love. A artista foi uma das contempladas com o Troféu Raça Negra 2010, na categoria Teatro. Além de ter sido premiada no cinema pelo filme A Última Estação, de Marcio Curi.
Em Namíbia, Não!, os personagens André e Antônio passam o dia trancados no apartamento, debatendo as questões sociais e econômicas da vida atual, seus anseios pessoais e as consequências de um iminente retorno à África-mãe – medida imposta pelo governo brasileiro em pleno século XXI. Segundo as autoridades, trata-se de uma reparação social aos danos causados pela União. Mas, para que o Estado não incorra no crime de invasão a domicílio, eles só podem ser capturados nas ruas. O texto é de autoria do dramaturgo baiano Aldri Anunciação e marca a estreia de Lázaro Ramos na direção de um espetáculo adulto. A montagem já foi assistida por mais de 100 mil pessoas em doze estados brasileiros e em Portugal. Em 2014, o texto foi traduzido para o alemão pelo Prof. Dr. Henry Thorau (tradutor das obras de Nelson Rodrigues e Augusto Boal) e publicado pela Editora Fischer Verlag, de Frankfurt, na Alemanha. De 12 a 20 de novembro, às 19h, e sessão extra no dia 21, às 15h – exclusiva para o público infanto-juvenil e com tradução para Libras.
No monólogo Love, é o amor quem conduz a personagem pelo labirinto das relações, tendo como suporte a poesia capaz de abrir janelas e portas. A palavra em forma de poesia falada e não declamada é o lastro de Love. Nesse sentido, o espetáculo se baseia em uma declaração de amor ao teatro na sua essência, à atriz e à palavra. Segundo a atriz Elisa Lucinda, que também assina o roteiro, a montagem pôde contribuir com os caminhos da linguagem poética que ela põe em cena: “Os poetas traduzem a alma humana, eis o advento da escrita. A poesia é a mãe do teatro, por isso usá-la como texto, como tecido para que o amor, esse velho e novo sentimento do mundo seja protagonista na cena, foi uma ideia brilhante dessa baiana danada que nos reuniu à sua volta, todos aqui servos e parceiros do seu sonho”, ressalta. O texto multifacetado de Love é fruto da parceria de Cyria Coentro e Jackson Costa juntamente com Elisa Lucinda. A montagem estreou no Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac) 2014 e, desde então, atrai um público apaixonado pelo amor em forma de poesia. Única apresentação no dia 26 de novembro, às 19h.
Para encerrar a temporada de novembro, Tributo ao Ilê Aiyê – 40 anos de história se apresenta nos dias 27, 28 e 29 de novembro, às 19h. O O espetáculo conta a história de um dos mais importantes blocos afros do Brasil, o Ilê Aiyê. A história é contada a partir da década de 70, quando o movimento Black Power despertou sua arte em quatro jovens dos bairros Curuzu e Liberdade, em Salvador (BA). O intuito era expandir a cultura africana e lutar pelos direitos dos negros. Foi então que saíram às ruas com um pequeno bloco tornando-se, mais tarde, a Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Milton Nascimento, o Rappa, Criolo, dentre outros artistas já gravaram músicas do bloco. Na peça, os atores apresentam os quadros: A Origem e o Movimento Black Power (Sex Machine,BR3); Mãe Hilda e o Bloco na Rua ( candomblé, afoxé, ijexá); O Amor no Ilê ; Panafricanismo; Deusa do Ébano (a beleza negra); e Que Bloco é Esse ?!
Serviço:
Espetáculos
Namíbia, nbão!, com a direção de Lázaro Ramos
Temporada: De 12 a 20 de novembro (quintas e sextas), às 19h / Dia 21 (sábado), às 15h – Sessão exclusiva para o público infanto-juvenil e com tradução para Libras
Duração: 1h
Classificação: 12 anos
Love, monólogo com Cyria Coentro
Única apresentação: Dia 26 de novembro, às 19h
Duração: 50 minutos
Classificação: 14 anos
Tributo ao Ilê Aiyê – 40 anos de história, com a direção de Ceiça Boaventura
Temporada: De 27 a 29 de novembro (sexta, sábado e domingo), às 19h
Duração: 50 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Encontro com Dramaturgo
Dia 25 de novembro, às 19h
Convidada: Elisa Lucinda (poetisa, jornalista, cantora e atriz)
Entrada gratuita
Local: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara, 17 – Cinelândia – Centro (RJ)
Bilheteria: (21) 2240-4879 – De quarta a domingo, das 14h às 19h
Saiba mais sobre o projeto Melanina Acentuada
Ficha técnica dos espetáculos:
Namíbia, não!
Direção geral: Lázaro Ramos
Texto: Aldri Anunciação
Elenco: Aldri Anunciação e Fernando Santana
Direção musical: Arto Lindsay, Wladimir Pinheiro e Rafael Rocha
Supervisão artística: Luiz Antônio Pilar
Produção musical: Rodrigo Coelho e Rafael Rocha
Operação de luz: Thatielly Pereira
Operação de vídeo: Rafael Galo
Operação de Som: Luciano Ciqueira
Contraregragem: Rayner Basílio
Coordenador de produção: Melanina Acentuada Produções
Produção Executiva: Tom Borges
Iluminação: Jorginho Carvalho
Cenário: Rodrigo Frota
Love
Direção: Jackson Costa
Texto: Elisa Lucinda, Cyria Coentro e Jackson Costa
Elenco: Cyria Coentro
Direção Músical: Luciano Salvador-Bahia
Cenário e Figurinos: Rino Carvalho
Iluminação: João Sanches
Preparação Vocal: Hebe Alves
Produção Executiva: Viviane Jacó
Direção de Produção: Socorro de Maria.
Tributo ao Ilê Aiyê – 40 anos de história
Concepção, produção executiva e direção geral: Ceicça Boaventura
Direção artística: Ângelo Flávio Zuhale
Coreografia: Jorge D`Santos e grupo Tributo ao Ilê Aiyê
Assistente de coreografia: Elivan Nascimento
Bailarinos: Emerson Ataíde, Osvaldo Silva, Denys Silva, Noelson Souza, Lucimar Cerqueira, Tainara Cerqueira, Luana França, Cristiane de Jesus, Roseli Paraguassú,
Participação: Maria Boaventura
Produção musical: Ângelo Flávio, Gerônimo Santana e Mário Pam
Músicos: Mário Pam, Rú Paixão, Patrício Preto, Edmilson Gato
Figurinos: J.Cunha
Deusa do Ébano veste figurino próprio, Rainha 2011 / Músicos vestem figurino do ILÊ AIYÊ
Sonoplastia e vídeo: Luis Gonçalves
Iluminação/operador: Telma Gualberto
Fotógrafo: Giva`s Santiago
Este Projeto foi contemplado pela Funarte no Edital de Ocupação do Teatro Dulcina/2015