A Fundação Nacional de Artes – Funarte lança no dia 29 de março, terça-feira, às 18h30, na Livraria da Vila, em Vila Madalena – São Paulo (SP), o livro Stanislávski: vida, obra e Sistema, de Aimar Labaki e Elena Vássina. A apresentação será feita por Angela Leite Lopes, tradutora e professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA – UFRJ).
A obra foi elaborada a partir da seleção e tradução do material desenvolvido por Stanislávski – nome artístico adotado pelo ator e diretor teatral russo Konstantin Serguéievitch Alekséiev. A publicação de 344 páginas inclui recortes dos cadernos de anotações, registros dos ensaios e cartas, reunidos pelo teatrólogo; além de depoimentos e memórias de atores, diretores, colegas e discípulos de Stanislávski. O texto reproduz,na medida do possível, as próprias palavras do diretor, aoabordar a gênese e o desenvolvimento do seu pensamento.Stanislávski: vida, obra e Sistema irá permitir ao leitor de língua portuguesa um primeiro contato direto com as ideias do teatrólogo russo.
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A Obra
Stanislávski: vida, obra e Sistema foi estruturado de maneira a possibilitar uma visão da formação e evolução histórica do Sistema, o conjunto de procedimentos de atuação criado pelo teatrólogo, bem como uma compreensão clara de cada um de seus estágios. A obra pretende rever o entendimento deStanislávski no Brasil, bem como atualizar atores e estudiosos brasileiros quanto aos estudos stanislavskianos, na própria Rússia e no Ocidente.
Os autores tiveram como fonte a última edição das obras completas em nove volumes de Stanislávski, em russo. Partindo de documentos originais, Aimar Labaki e Elena Vássina traçaram a história da evolução do Sistema de Stanislávski, desde seu início (1906) até a morte do diretor (1938). O objetivo é explicar e exemplificar as diversas fases do Sistema, em suas facetas teóricas e práticas, bem como identificar suas raízes externas ao teatro – ioga, psicologia e outras. O livro traz, inclusive, o último texto do estudioso sobre o Sistema, no qual enfatiza o que chama de “novo método” dos ensaios – da “abordagem à criação do papel”.
A segunda parte da publicação reúne anotações de ensaios, diários, esboços, cartas e fragmentos, material nunca antes traduzido do russo para outras línguas. São registros que contribuem para a reconstituição do pensamento deStanislávski. Segundo Ivam Cabral, que assina o prefácio da obra, desde criança, o teatrólogo costumava fazer anotações nas margens dos livros que lia. “Os hábitos adquiridos na infância foram perpetuados na maturidade e transmitidos aos seus atores. O diretor os aconselhava a adotarem procedimentos similares aos seus, criando fichamentos e anotações ao lado do texto dramatúrgico em que iriam trabalhar”, comenta.
Cabral, que é diretor da SP Escola de Teatro, destaca que a edição “preenche uma imensa lacuna na bibliografia do autor no Brasil, já que muitas de suas obras não foram vertidas diretamente do russo. A própria genealogia de seu Sistema dificulta o estabelecimento de um modelo fixo, uma vez que seus livros tiveram edições muito diferentes na Rússia e nos Estados Unidos”.
A publicação foi lançada no Rio de Janeiro, no dia 16, na Livraria da Travessa – Leblon, em cuja rede (no RJ), já podem ser adquiridos exemplares – bem como na Livraria Mário de Andrade, da Funarte, A partir do dia 29, a obra também estará disponível nas Livrarias da Vila (SP). O preço é R$ 50.
Stanislávski
Konstantin Serguéievitch Alekséiev nasceu em Moscou em janeiro de 1863. De família rica e importante, seu contato com a arte veio desde a infância: em sua casa em Moscou havia uma sala especial para as apresentações teatrais dos membros do clã Alekséiev. Na juventude, durante anos, ele dedicou seu tempo livre à experiência como ator e diretor de teatro amador, enquanto conduzia os negócios da família. Em 1885, começou a atuar com o pseudônimo Stanislávski, e, em 1898, junto com Vladímir Nemiróvitch-Dântchenko, inaugurou o Teatro de Arte de Moscou (TAM). Seus primeiros trabalhos no TAM foram como ator, na montagem de A gaivota, de Anton Tchékov e, como diretor, em 1889, Cartas em chamas, de P. Gnéditch. Durante o tempo em que integrou o TAM, Stanislávski atuou em obras de grandes autores como Tchékhov, Ibsen, Górki, Shakespeare, Maeterlinck, Gógol, Tolstói, Molière, Dostoiévski e muitos outros.
Em seu trabalho à frente do Teatro de Arte de Moscou, fundou também vários estúdios que se desenvolveram junto à companhia principal do teatro. No Primeiro Estúdio, fundado em 1912,Stanislávski passou a elaborar um projeto de pedagogia visando à renovação na formação de atores. Essa experiência como diretor e professor serviu como base para a criação de um método de ensino da arte de representar, que ele nomeou Sistema. Sua técnica – que tem como fundamento estabelecer uma intimidade entre o ator e a personagem, tornando estreita a identificação entre ambos –, influenciou o teatro do século XX, sendo adotado por encenadores e escolas de teatro em todo o mundo.
O regime comunista afastou Stanislávski do TAM. Seu Sistema era criticado pelo regime e o próprio Stálin censurou várias peças encenadas no Teatro de Arte de Moscou. O teatrólogo, então, dedicou-se a escrever os livros sobre o Sistema, até sua morte, a 7 de agosto de 1938.
Stanislávski: vida, obra e Sistema
Aimar Labaki e Elena Vássina.
Lançamento em SP: 29 de março, segunda-feira
Livraria da Vila – Vila Madalena – São Paulo
Preço: R$ 50
344 págs.
ISBN 978-85-7507-172-4
Aquisição
A partir do dia 16 de março: Livrarias da Travessa e Livraria Mário de Andrade – Funarte (Rua da Imprensa 16, Centro, Rio de Janeiro)
A partir do dia 29 de março: Livrarias da Vila (SP)
Para solicitação via internet
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