Michel Groisman e Gabriela Duvivier apresentam o projeto Máquina encontro – contemplado no Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais – na Galeria de Arte e Pesquisa (GAP), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), no Campus de Goiabeiras, em Vitória (ES). A visitação é gratuita, de 20 de setembro a 20 de outubro.
Máquina encontro é uma ocupação/intervenção do espaço, que inclui performance e vivência, realizada a partir do encontro dos artistas com o público. A mostra combina artes visuais, dança, engenharia, improvisação teatral e outras linguagens, além da Técnica Alexander. O trabalho reúne um conjunto de instrumentais, tais como maquinários, jogos, engenhocas e próteses, com propostas lúdicas, que funcionam com participação dos visitantes e tentam o inusitado. Eles serão instalados e ativados pelos artistas durante 15 dias de residência.
Atuação em vários países
O trabalho, realizado em criação contínua e com múltiplas linguagens artísticas – por isso chamado por Michel e Gabriela de “processual híbrido”–, é desenvolvido por eles há mais de 15 anos. A singularidade e a inovação da proposta foram reconhecidas, em prestigiadas exposições, galerias e centros de arte em onze países, como a Tate Modern (Londres, Inglaterra – 2012), a LIG Art Hall (Seul, Coréia do Sul – 2012), o MoMA (Nova York, EUA – 2014), a Bienal Charlesroi (dança) – Bruxelas, Bélgica –, em 2011, a 29ª Bienal de São Paulo (SP – 2010), o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Madri, Espanha – 2008), O Museo de Arte Contemporáneo – MAC (Santiago, Chile – 2006), o Festival Temps d’Images (Paris, França – 2012); o festival In Transit (Berlim, Alemanha – 2001 e 2006); o Museo Del Barrio (Nova York, EUA – 2004); a II Bienal de Lima (Peru – 2000) e o La Bâtie-Festival de Genève (Genebra, Suíça – 2002), entre outros.
Sobre as obras e a programação
A residência reúne diferentes trabalhos da dupla, todos em torno das ideias de arte relacional e comunicação não-verbal: Risco, um experimento sobre as possíveis ameaças que envolvem “o encontro” (projeto contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014); a Máquina de desenhar, um objeto grande e desajeitado, mas através do qual o público cria pinturas coletivas; Sirva-se, uma “vivência” com jogos, na qual um visitante passa água um para o outro; e Polvo, um jogo de cartas que promove o contato inusitado com o outro.
A Máquina de desenhar fica montada de 20 de setembro a 4 de outubro. Os artistas recebem o público para sessões com o dispositivo, para a criação de obras. À medida em que forem produzidas, elas vão compor uma mostra na própria galeria e, ao final da residência, serão distribuídas aos visitantes. A programação inclui também sessões de vivência nas obras Sirva-se, Risco e Polvo. Veja o roteiro completo abaixo.
As atividades são abertas a todas as pessoas, tanto as interessadas em arte de inovação como as leigas. “Isso mostra que a arte contemporânea pode ser lúdica, experimental, sensorial e acessível a todos”, comentam os artistas. Para participar com grupos, é preciso agendar, através da galeria (veja abaixo).
Programação
21/09 (quarta) – das 10h às 11h, Máquina de desenhar
22/09 (quinta), das 10 h às 12 h, Sirva-se. Das 16h às 17h – Máquina de desenhar
23/09 (sexta), das 10 h às 11 h – Máquina de desenhar
26/09 (segunda), das 17 h às 19 h – Risco. Das 19h às 20h – Máquina de desenhar
27/09 (terça), das 17 h às 18 h – Máquina de desenhar
28/09 (quarta), das 17 h às 19 h – Sirva-se. Das 19h às 20h – Máquina de desenhar
29/09 (quinta), das 10 h às 11 h – Máquina de desenhar
30/09 (sexta), das 10 h às 12 h – Risco. Das 14h às 15h – Máquina de desenhar
3/10 (segunda), das 10 h às 11 h – Máquina de desenhar
4/10 (terça), das 16 h às 17 h – Máquina de desenhar – encerramento
Sobre os artistas
Artista visual de performance, Michel Groisman desenvolve a integração entre arte visual e jogos corporais. Seu processo de pesquisa foi contemplado por diferentes prêmios e programas, como o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014, a Bolsa Rioarte 2004, a Bolsa Vitae (2002) e a Bolsa Uniarte, da Faperj (2000); o Rumos Artes Visuais (1999) e o Rumos Dança (2009) – além do edital do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 12a. edição, em 2015 (juntamente com Gabriela Duvivier – . O artista tem exposto seu trabalho em museus e em festivais de vários países (veja alguns acima.
Gabriela Duvivier é treinadora de improvisação teatral, e professora da Técnica Alexander. Ministra aulas desse sistema há mais de 10 anos; e há dois aplica o procedimento com mulheres em gestação, durante o parto e logo depois dele. Desde 2004 desenvolve parceria com Michel Groisman, tendo participado da criação de Sirva-se, Radisfoque, Risco, e Máquina de desenhar.
Descrições e vídeos dos trabalhos
A Máquina de desenhar é uma estranha engenhoca em que até oito convidados puxam cordas; e abrem e fecham o registro das diferentes cores. A geringonça faz surgir uma pintura inesperada – fruto da interação dos diversos participantes – é composta por uma estrutura conectada a cordas, roldanas, rolamentos e eixos móveis, com garrafas de tinta e mangueiras. Mede 2m x 2m x 2m. A cada sessão, oito visitantes são desafiados a usar a traquitana, brincando de pintar com ela. Cada um tem a chance de reconhecer a potencialidade criativa sua e do outro (enquanto parceiro de criação) já que os desenhos são gerados em conjunto.
Acesse o vídeo aqui (duração: 1’40”)
Em Sirva-se, através do simples gesto de passar a água de um para o outro, os participantes deparam-se com questões como “confiança”, “cooperação”, “caos”, “conexão”, “silêncio”, “humor”, “imprevisibilidade” e “fluxo”. Gradualmente as pessoas são convidadas a adaptar os copos (que foram especialmente produzidos para isto) em diferentes partes do próprio corpo, o que permite um “mergulho” de corpo inteiro na atividade
Acesse o vídeo aqui (duração: 1’30”)
“Risco – Desafio, dança e desenho no encontro com o outro”. Assim os autores definem a obra, contemplada com o Prêmio Funarte klauss Vianna 2014; e em processo. Trata-se de um “desenhar em conjunto”, utilizando o seguinte sistema: um pincel hidrográfico é posicionado num mecanismo, acionado por vários participantes ao mesmo tempo. Se um deles puxa o dispositivo para um lado e o outro puxa noutra direção, o maquinário retira o pilot do papel, interrompendo o desenho. Na proposta, os participantes são convidados a um exercício constante de estabelecer acordos um com o outro, produzindo um desenho “gerado por uma dança sensível de comunicação não verbal”, no qual o produto final é o menos importante – comentam os artistas.
Polvo é um jogo de cartas através do qual os participantes interagem fisicamente, que diverte o público e é fácil. Nele, os jogadores formam combinações com sua cartas e depois as reproduzem as combinações com o próprio corpo. “Após um tempo jogando, você não vai mais saber quantos braços você tem, quantas pernas, o que é braço e o que é perna, pois você vai se transformar num … POLVO”
Acesse os vídeos sobre a obra, abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=KQzfs8sHpc4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=6gx13zbaE1A
Máquina encontro
Mostra de arte/intervenção interativa – vivência com o público
Projeto contemplado no edital do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais – 12ª Edição
Local: GAP – Galeria de Arte e Pesquisa
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – Campus Goiabeiras
Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras – Vitória (ES)
Agendamento para grupos
GAP – UFES Secretaria – Tel.: (27) 4009 7726
Mais informações
GAP: gapufes@gmail.com