Espetáculo “Oito Mulheres” estreia no Teatro Dulcina, no Rio

Espetáculo "Oito Mulheres" - Divulgação

De 12 de novembro a 4 de dezembro, de quarta a domingo, a montagem Oito Mulheres será encenada no Teatro Dulcina, na Cinelândia, Centro do Rio. Na comédia policial, escrita em 1959 pelo dramaturgo francês Robert Thomas, oito mulheres são surpreendidas pela morte do único homem da família, em meio a um isolamento dentro da própria mansão onde vivem e iniciam uma investigação policial para localizar o assassino. A direção artística é da russa Elena Gaissionok. A peça foi encenada pela primeira vez na França, em 1961, com o nome original Huitfemmes e adaptada duas vezes para o cinema. Os ingressos têm preços populares de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

A história se passa nos anos 1950, véspera de Natal. Oito mulheres – esposa, filhas, irmã, sogra, cunhada, governanta e camareira, são impedidas de saírem de casa devido a uma nevasca no interior da França. Após uma morte misteriosa dentro do próprio lar, a desconfiança e o medo tomam conta daquelas moradoras. Todas são suspeitas até que se prove o contrário. No elenco, as atrizes: Angela Rechia, Aurea Sepulveda, Carla Andréa, Daidrê Thomas, Letícia Machado, Lorena Sá Ribeiro, Maria Stela Modena e Regina Gutman. No Brasil, este espetáculo foi encenado pela primeira vez no Rio de Janeiro em 1962, também no Teatro Dulcina. Vale ressaltar que, na ocasião, a própria atriz Dulcina de Moraes, que dá nome ao espaço da Funarte, fez parte do elenco.

Segundo a diretora artística, Elena Gaissionok, o trabalho foi concebido sob uma perspectiva realista, respeitando a estrutura linear do texto de Robert Thomas ao mantê-la igualmente organizada em três atos, com um intervalo após o fim da primeira cena. A proposta foi evidenciar as relações que se estabelecem entre todas as personagens, no âmbito do núcleo familiar e potencializar a humanidade complexa de cada uma das oito mulheres. Robert defende que as virtudes e os defeitos andam de mãos dadas. A intenção é fazer com que o público presencie um jogo horizontal no que diz respeito ao peso das personagens na trama.

Para a produtora e atriz do espetáculo Lorena Ribeiro, apesar de toda a história girar em torno da morte de um personagem masculino, as mulheres é que são as verdadeiras protagonistas. “Thomas discute o lugar do feminino em nossa sociedade por meio de uma abordagem não óbvia da condição da mulher. Todas têm um caráter humano e natural, sem estereótipos. É uma oportunidade concedida às atrizes de vivenciar, numa narrativa sem protagonistas, a composição de oito personagens singulares, bem construídas e desempenhando papéis com importância para a construção dramática da obra”, ressalta Lorena.

Sobre a escolha dos parceiros para compor a montagem, a diretora cênica e atriz Maria Stela explica a unanimidade dos papéis femininos nessa estrutura cênica. “Não havíamos pensando inicialmente em fazer um trabalho só com mulheres, mas à medida que ele foi se desenvolvendo, nós nos questionamos a respeito da representatividade no projeto. Foi um processo espontâneo: depois que identificamos que era muito mais do que um desejo, nos comprometemos em defender uma ficha técnica feminina não somente na atuação, mas na direção, figurino, luz, arte e cenário. Todas são encantadoras e agregam muito valor à cena”, justifica Stela.

No time feminino do projeto Oito Mulheres, destaques para Carol Rossetti e Barbara Grossi que assinam a programação visual do espetáculo e dão “cara” às personagens da trama. A estilista Luiza Pannunzio veste as personagens com o requinte e a sofisticação que representavam a burguesia francesa em fins dos anos 1950, em sua maior parte, tapeçarias. A cenografia, assinada por Pati Faedo, estrutura-se em painéis articulados, compostos de módulos que podem ser separados e, futuramente, reaproveitados em novas produções. O cenário é adaptável a diferentes palcos e espaços para a realização do espetáculo.

Já a iluminação fica por conta de Elisa Tandeta, que concilia e opõe sensações de calor e de acolhimento atreladas à proposta de família aos efeitos de frio e opressão, ligadas à neve que abraça a casa. A ideia também é transportar as personagens e o público à rudez e à aspereza de uma sala de delegacia ou de tribunal, quando o conflito se instaura e prevalecem nas relações acusações e humilhações.

Serviço:

Montagem Oito Mulheres

Temporada: De 12 de novembro a 4 de dezembro
Dias e horários: De quarta a sábado, às 19h; e domingo, às 18h
Duração: 120 minutos
Classificação: 14 anos

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Local: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara, 17- Centro, Rio de Janeiro (RJ).
Lotação: 429 lugares

Ficha Técnica:
Direção Artística: Elena Gaissionok
Elenco: Angela Rechia, Aurea Sepulveda, Carla Andréa, Daidrê Thomas, Letícia Machado, Lorena Sá Ribeiro, Maria Stela Modena, Regina Gutman
Direção Cênica: Lorena Sá Ribeiro e Maria Stela Modena
Cenografia: PatiFaedo
Figurino: Luiza Pannunzio
Iluminação: Elisa Tandeta
Programação Visual: Barbara Grossi e Carol Rossetti
Produção: Lorena Sá Ribeiro e Maria Stela Modena
Assistente de Produção: Ana Nascimento
Realização: Charlotte Produções