Funarte realiza palestras sobre conservação de fotografia

Ilustração: Programação Visual Funarte

A Fundação Nacional de Artes – Funarte promove, nos dias 21 e 22 de novembro, o primeiro ciclo de palestras em comemoração aos 30 anos do seu Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF). O seminário é aberto ao público e gratuito e será realizado das 9h às 18h, no auditório do Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). O evento terá como temas: Fotografia DigitalPreservação e Fotografia, Periferia e Memória.

1º Ciclo de Palestras CCPF Funarte – 30 anos abordará temas que foram matérias de oficinas, promovidas com muito sucesso pelo Centro no país, nos últimos anos, ministradas por oito dos palestrantes que integram o novo seminário. Seu objetivo principal é renovar o público para o tema da preservação, aproximando especialistas em preservação e fotógrafos, além de entender o novo papel que o Centro de Conservação e Preservação Fotográfica tem desempenhado; e de provocar a reflexão sobre as atividades futuras do CCPF.

Direcionado à capacitação técnica e à disseminação de conhecimento, o Centro de Preservação e Conservação Fotográfica da Funarte é um núcleo de referência nacional em sua atividade. Hoje unidade do Centro de Programas Integrados da Funarte, o CCPF teve origem no Instituto Nacional da Fotografia (INFoto), criado a partir do Programa Nacional de Preservação e Pesquisa da Fotografia da Fundação.

A Funarte e a memória da conservação fotográfica

A abertura do Ciclo de Palestras, no dia 21, segunda-feira, às 10h, contará com a participação do presidente da Funarte, Humberto Braga; do diretor do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss de Mendonça; da diretora do Centro de Programas Integrados, Maristela Rangel; e da coordenadora do CCPF, Sandra Baruki. Serão palestrantes do seminário profissionais renomados da área da fotografia e preservação, como Pedro Karp Vasquez, João Roberto Ripper, Dante Gastaldoni, Tatiana Altberg e Marizilda Cruppe, entre outros. Pedro Karp Vasquez, um dos criadores do Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, em 1984 (que dirigiu até 1986) vai ministrar a conferência de abertura.

Esse 1º Ciclo constitui a primeira etapa de um projeto maior: o Memória da Conservação Fotográfica. Nele, a Funarte planeja promover uma série de encontros, no intuito de mapear a atuação do CCPF nas três últimas décadas – as parcerias, os projetos e os resultados – com gravação de depoimentos de servidores, dirigentes, coordenadores, alunos, colaboradores e professores. Também estão sendo programadas novas palestras e oficinas para o ano de 2017, que contemplem outras regiões do Brasil.

O 1º Ciclo de Palestras CCPF Funarte – 30 anos será  transmitido pela internet e gravado, com acesso através do endereço: http://aplicanet.com.br/ccpf30anos/). A participação é gratuita. Não há inscrição preliminar. Serão distribuídas senhas, a partir das 9h, nos dois dias de evento. A lotação é sujeita à capacidade do auditório. Serão concedidos certificados aos participantes.

Sobre os palestrantes

Pedro Karp Vasquez, escritor, fotógrafo e editor. Formado em Cinema pela Universidade Sorbonne, em Paris, onde publica seu primeiro trabalho como fotógrafo-autor: “A la Recherche de l’Eu-dourado”. Estudou fotografia de forma independente. Nos anos 1980, destacou-se como administrador cultural e incentivador da fotografia no cenário artístico brasileiro, sendo um dos responsáveis pela criação do Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, em 1982, órgão que dirigiu até 1986. Atuou como curador do Departamento de Fotografia, Vídeo e Novas Tecnologias do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM, até 1989. Lecionou fotografia na Pontifícia Universidade Católica, na Universidade Federal do Rio de Janeiro e no curso de Pós-Graduação da Universidade da Cidade. Recebeu o Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte, em 1996, e a Bolsa Vitae de Fotografia, em 1998. Pedro Vasquez destaca-se pelas pesquisas no campo da fotografia realizada no Brasil no século XIX.

Dante Gastaldoni, jornalista e cientista social, é formado pela Universidade Federal Fluminense, respectivamente em 1975 e 1980, tendo concluído seu mestrado em 2005, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFF. Como jornalista, foi repórter, redator e editor do Jornal do Brasil (1974-1983) e diretor da Editora Gama Filho (1984-2011); como professor atuou na UFF (1980/2016) e, desde 1983, leciona na UFRJ. Em 2006, assumiu a coordenação acadêmica da Escola de Fotógrafos Populares, na favela da Maré, no Rio de Janeiro, cuja produção ganhou visibilidade em inúmeras publicações e exposições de fotografia no Brasil e no exterior, fazendo jus, em 2007, ao Prêmio Faz Diferença do Jornal O Globo. Em 2012, a Escola foi financiada pelo Ministério da Justiça e integrou o curso de Comunicação Solidária oferecido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário em três favelas do Rio de Janeiro – Cantagalo, Manguinhos e Maré. Também em 2012, integrou a comissão editorial e curadoria do livro Imagens do Povo (Nau Editora, Observatório de Favelas), financiado pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro; em 2014, repetiu a experiência com o livro Nós (Observatório de Favelas, Imagens do Povo), financiado pela Lei do Incentivo à Cultura e pela Statoil. Em 2016, publicou o texto “O jogo do poder e os outros jogos”, no livro A cidade e os jogos (Fundação   Rosa Luxemburgo, 2016, Berlim). Como produtor cultural, Dante Gastaldoni e Evlen Lauer são sócios-proprietários da Engenho Arte e Cultura, microempresa que no ano passado foi convidada pela Funarte para coordenar o ciclo de oficinas Fotografia, Periferia e Memória, oferecido em oito capitais das regiões Norte e Nordeste.

João Roberto Ripper, começou a trabalhar como fotojornalista aos 19 anos. Passou pelos jornais Última Hora, O Estado de São Paulo (surcursal carioca), O Globo, entre outros. É fotógrafo e fundador do Programa Imagens do Povo. Começou a trabalhar na agência fotográfica F4 e, a partir da década de 1990, estabeleceu uma articulação mais estreita do trabalho documental com a atuação na área de Direitos Humanos. Junto a outros fotógrafos, fundou a agência Imagens da Terra, cobrindo temáticas sociais diversas em viagens pelo Brasil, durante cerca de 10 anos. Posteriormente, criou o Imagens Humanas, onde, atualmente, expõe seu trabalho pessoal. Em 2004, fundou o Programa Imagens do Povo, projeto realizado pelo Observatório de Favelas, na Maré, no Rio de Janeiro.

Tatiana Altberg, fotógrafa e designer com ampla experiência em projetos ligados à fotografia e educação. Em 2005, publicou o livro Si por Cuba, pela Ed. Cosac& Naify. Em 2003, criou o projeto Mão na Lata em parceria com a Oscip Rede Maré para jovens das comunidades da Maré, que, desde então, tem participado de exposições, seminários e publicações diferentes, entre elas Mão na LataBerro d”água, Ed. Nova Fronteira e Cada dia meu pensamento é diferente, Ed. NAU. Em 2008, foi contemplada com a Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Artística. Tem fotografias pertencentes à Coleção Joaquim Paiva, atualmente em regime de comodato no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM.

Ratão Diniz, fotógrafo formado pela Escola de Fotógrafos Populares / Imagens do Povo, realizada pelo Observatório de Favelas. Vem documentando, desde 2007, o projeto Revelando os Brasis, realizado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério   da Cultura e Petrobras. Em paralelo, desenvolve uma documentação fotográfica sobre o cenário do graffiti, que lhe rendeu, inclusive, uma exposição no Centro Cultural Correios, durante o Foto Rio 2009, chamada Fotograffitando. Além destes projetos, é fotógrafo oficial da Semana de Música Antiga da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e vem documentando as favelas do Rio de Janeiro com o objetivo de apresentar essas áreas a partir da ótica dos próprios moradores, perpassando essa produção fotográfica pelas características primordiais do Imagens do Povo: um olhar cúmplice, solidário e engajado. Dentre as mostras das quais participou, destacam-se: “As Muitas Faces de Jorge”, no Museu do Folclore – RJ, em 2010; ”Olhar Cúmplice – Fotografias do Parapan“, em 2007, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro; ”Esporte na favela“, no CCBB/RJ, em 2007; Mostra “Belonging: an inside story from Rio´s favelas”, exibida em 2007, na Canning House, em Londres; “Jogos visuais – Arte brasileira no PAN”, na Caixa Cultural do Rio, em julho de 2007; ”Esporte na favela“ e ”Olhar cúmplice”, ambas no Palácio do Planalto (Brasília), em março de 2008. Em 2013, recebeu Menção Honrosa, na categoria cor, no 10º Concurso Cultural Leica-Fotografe.

Marizilda Cruppe, trabalhou no Jornal O Globo, no Rio de Janeiro, até 2011, quando decidiu tornar-se independente. Em 2005, fundou com outras cinco fotógrafas de nacionalidades e países de residência diferentes o coletivo EVE Photographers, que durante cinco anos teve seu trabalho exibido e publicado em dez países. Integrou o júri do maior e mais prestigiado concurso de fotojornalismo, o World Press Photo, por duas vezes, e também foi jurada do concurso Estação Imagem Mora, em Portugal. Foi instrutora em cursos de Fotografia Documental em Angola, para a Fundação World Press Photo, e no Rio de Janeiro, para a Tufts University/Open Society Foundations e para a Stop TB Partnership. Tem fotografado para Greenpeace, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras, Oxfam e Banco Mundial. Colaborou com publicações como The New York Times, The Guardian, National Geographic France, The Global Post, Svenska Dagbladet, Expressen, Trip, TPM GQ. Seus temas de interesse estão relacionados às questões ambientais, de gênero e aos direitos humanos.

Luiz Baltar, fotógrafo formado pela Escola de Fotógrafos Populares em 2012. Graduado no curso de Gravura pela Escola de Belas Artes, UFRJ, em 1997. Trabalha atualmente como designer gráfico. Participa do projeto de documentação coletiva “Tem Morador” e, desde 2010, se dedica a registrar o cotidiano e as lutas pelo direito à moradia em diversas comunidades. Colabora com diversas mídias, no Brasil e no exterior, com fotos e matérias denunciando remoções de moradores atingidos pelos projetos de revitalização, especulação imobiliária e obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas. Em 2011, participou da exposição “The fighter within”, em Londres. Em 2013 integrou, com outros 22 fotógrafos, o projeto coletivo   “Folia de Imagens”, que registrou durante o carnaval as várias manifestações populares dos subúrbios da cidade do Rio de Janeiro. Participou da exposição coletiva “Na Teia da Memória” do Programa Imagens do Povo, no Centro Cultural da Justiça Federal em 2013.

Monara Barreto, fotógrafa formada pela Escola Fotógrafos Populares, em 2009. Atuou por quatro anos como indexadora  do banco de imagens do programa Imagens do Povo. Concluiu os cursos voltados para a área de Organização de acervos fotográficos, oferecido pelo Museu Histórico Nacional, e Preservação e conservação de acervos fotográficos, oferecido pelo Instituto Moreira Salles.
Formada em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela UFRJ. Desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso com o tema: Indexação de imagens: Um olhar sobre a preservação e organização das agências de fotografia, um trabalho que aborda a indexação de imagens fotográficas a partir de acervos de fotografias em bancos de imagens e de seus próprios produtores.

Marcos Issa, iniciou sua carreira como fotojornalista no Rio de Janeiro, atuando principalmente no jornal O Globo. Em 1995, ajudou a fundar a Agência Argosfoto para atender ao mercado editorial e institucional, além de ser um banco de imagens com participação de diversos fotógrafos. Ministra treinamentos e consultorias para fotógrafos e empresas sobre o “fluxo de trabalho digital” e organização de acervos.

Millard Schisler, trabalha com fotografia digital, impressão digital e preservação há mais de 15 anos. Concluiu o mestrado em artes visuais no Visual Studies Workshop, em Rochester, Nova York. Este centro foi pioneiro nas pesquisas e uso de mídias digitais. Nos últimos 11 anos, trabalhou como professor no Rochester Institute of Technology, em Rochester, Nova York. Hoje, trabalha em São Paulo como artista, editor de livros artesanais e consultor em diversos projetos na área; também foi Coordenador de Preservação na Cinemateca Brasileira.

Patrícia de Filippi, formada em arquitetura, atua em preservação fotográfica e cinematográfica, desde 1984. Especializou-se em conservação fotográfica no Arquivo Público da Cidade de Nova York, EUA, 1990/91 e em preservação cinematográfica na George Eastman House, em Rochester, EUA, em 2000/01. Foi docente no curso de Bacharelado em Fotografia na Faculdade SENAC de Comunicação e Artes, de 1999 a 2004; coordenou o laboratório de restauração da Cinemateca Brasileira/MinC por 13 anos e foi diretora adjunta da Cinemateca, de 2007 a 2013. Coordenou vários projetos de preservação e digitalização de acervos fotográficos de instituições públicas e privadas.

1º Ciclo de Palestras CCPF Funarte – 30 anos

Museu Nacional de Belas Artes
Praça Mal. Âncora, s/n – Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Telefone: (21) 3299 0324

Programação

21 de novembro, segunda-feira

9h– Recepção e credenciamento, com café da manhã

10h – Mesa de abertura – Presidente da Funarte, Humberto Braga; diretor do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss de Mendonça; diretora do Centro de Programas Integrados (Cepin), Maristela Rangel e coordenadora do CCPF, Sandra Baruki.

10h30 – Conferência de abertura
O INFoto e a criação do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica,
por Pedro Karp Vasquez.

Intervalo para almoço – 12h30 às 14h

14h – Fotografia, Periferia e Memória, por Dante Gastaldoni

15h15m – Intervalo

15h30 às 17h30m – Fotografia, Periferia e Memória
– Bem querer
, por João Roberto Ripper

– Mão na Lata – Processos colaborativos para a construção de imagens e narrativas, por Tatiana Altberg
– Debate

22 de novembro, terça-feira

9h – Recepção e credenciamento, com café da manhã

9h30 às 11h00 – Fotografia, Periferia e Memória
– Revelando os Brasis
, por Ratão Diniz
– A minha periferia, por Marizilda Cruppe

11h às 12h30 – Fotografia, Periferia e Memória
Fluxos e Contrafluxos, por Luiz Baltar
– A preservação digital do Imagens do Povo – um estudo de caso, por Monara Barreto

Intervalo para almoço – 12h30 às 14h

14h – Mesa redonda – A Fragilidade Digital: Memória ou Vaga Lembrança?

Palestrantes Marcos Issa, Millard Schisler e Patrícia de Filippi

16h40m – Intervalo

17h às 17h30m Palestra de encerramento – Sandra Baruki, Coordenadora do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte.

Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte
Apoio: Museu Histórico Nacional/Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)

*Entrada franca. Distribuição de senhas a partir das 9h, nos dias do evento.
Sujeito à lotação.

Transmissão online, no en dereço: http://aplicanet.com.br/ccpf30anos/

Mais informações para o público: ccpf30anos.funarte@gmail.com