Descrição
Neste artigo, reflito sobre o legado cabralino em Augusto de Campos, Armando Freitas Filho e Eucanaã Ferraz. Para isso, recorro a entrevistas e metapoemas, nos quais se evidencia uma relação controversa entre esses poetas e o autor de A educação pela pedra. O próprio Cabral parece ter alimentado essa controvérsia ao apresentar, em relação ao poeta concreto, uma postura que oscila entre o elogio e a ironia. No caso de Freitas Filho, não obstante sua apropriação da tradição ser sempre tensa, em se tratando de Cabral, ela é formulada de modo mais embaraçoso. Por sua vez, Eucanaã Ferraz, tendo escrito uma tese de doutorado sobre Cabral, mas não se reconhecendo um poeta cabralino, talvez sinalize para uma reconfiguração, entre os contemporâneos, no trato com a tradição.