Florianópolis sediará etapa Sul do ‘Territórios da Arte’

No próximo dia 2 de agosto, o Territórios da Arte chega a Florianópolis (SC), com a proposta de conhecer o cenário da arte e da cultura da região, pelo prisma local. Desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com a Fundação Nacional de Artes – Funarte, o projeto pretende criar uma cartografia colaborativa a partir de narrativas que entrelaçam arte, memórias, vínculos sociais e afetivos em cada território, diferenciando-se de mapeamentos tradicionais.

Em Florianópolis (SC), o Territórios da Arte conta com o apoio da Fundação Catarinense de Cultura e os encontros serão nos dias 2, 3 e 4 de agosto, das 14h às 19h30, no Centro Integrado de Cultura. O evento é totalmente gratuito e as inscrições podem ser feitas na página do Facebook (www.facebook.com/territoriosdaarte) ou na hora. Será conferido certificado aos participantes.

Leonardo Guelman, superintendente do Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense e gestor do projeto, explica que são realizadas dinâmicas que estimulam os participantes a capitanearem as discussões. “O processo leva a reflexões, trocas e discussões, com vistas a fortalecer identidades, memórias e políticas de salvaguarda, a ativar vozes e estimular protagonismos locais”, completa ele.

Para Maristela Rangel, Diretora do Centro de Programas Integrados da Fundação Nacional de Artes (Cepin), “a localização do projeto nos territórios fortalece os movimentos culturais locais, e cria a possibilidade de diálogo com as políticas públicas que envolvem as questões culturais, como a salvaguarda da memória”.

O projeto começou em maio, em Cuiabá (MT), e percorrerá outras três cidades: Belém (PA), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ), marcando presença, desta forma, em todas as regiões brasileiras.

Programação traz painel cultural da região

A programação do Territórios da Arte se inicia com um trabalho de campo que permite a prospecção de artistas, fazedores de cultura, produtores culturais, pesquisadores de arte, grupos e coletivos artísticos atuantes e representativos da cultura de cada região, estabelecendo contatos e relações interinstitucionais, de forma a suprir as necessidades técnicas da realização do evento e de suas atividades.

A programação inclui uma série de seminários, conversas e demais atividades, que permitem traçar caminhos a partir de memórias, direitos culturais, construção de identidade, entre outros temas que surgem com as contribuições locais. Além de promover o diálogo, as atividades também servirão para construir um mapa que pode se tornar instrumento de política cultural, cartografia afetiva e registro, tornando as cidades escolhidas e suas interseções com as demais localidades conjuntos de conhecimento cultural e artístico do projeto.

Confira a programação detalhada de Florianópolis (SC):

Local: Centro Integrado de Cultura – CIC
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600

Dia 2 (quarta-feira) – 14h/19h30

13h – Recepção e credenciamento

14h – Mesa de abertura com representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fundação Catarinense de Cultura.

14h30 às 16h30 – Relatos de experiências colaborativas em Artes

Relatos e depoimentos de experiências colaborativas por artistas e coletivos. Pontuação e realce de ambientes interativos de cocriação, cooperação e as possíveis abrangências/desdobramentos de ações e articulações no território.

Palestrantes: Heloísa Vinadé (Assessora da Direção do Ceacen/Funarte), Juliana Crispe (Projeto Armazém); Newton Goto (Coletivo EPA! / Circuitos Compartilhados); Thuanny Paes (Coletivo Nega) e Ana Alonso (processos colaborativos em dança).
Mediação: Pedro Gradella (UFF).
Intervenção artística: performance do Coletivo Nega Preta à Porter.

16h30 às 17h – Coffee break

17h às 19h30 – Cartografia cultural

Mapa falado colaborativo de coletivos artísticos e expressões culturais. Atividade-processo a ser realizada durante os três dias de evento. A partir das narrativas de artistas, coletivos e público presente visa à criação e produção colaborativa de uma cartografia afetiva cultural e de memórias dos territórios.
Articuladores: Luiz Mendonça (UFF) e Pedro Gradella (UFF)

Dia 3 (quinta-feira) – 14h/19h30

13h30 – Recepção

14h às 15h30 – Direitos da Cultura: arte e gênero

Abordará as relações do direito às manifestações culturais, liberdade de expressão e identidade, liberdade artística e ocupação de espaços públicos.

Palestrantes: Maristela Rangel (Diretora do Centro de Programas Integrados – Funarte), Roberta Lira (cantora, atriz e performer. Ações no Coletivo Kurima, Kurima Bantu Mudempodiro e Vozes de Zambi) e Sandro Ka (artista visual, designer gráfico, agente cultural e pesquisador).
Mediação: Gyl Giffoni (ator e pesquisador).

15h30 às 17h30 – Guardiões da memória e políticas de salvaguarda
Refletir sobre a relação entre memória, tradição e transmissão de saberes, na perspectiva tanto dos grupos tradicionais, quanto dos desafios das políticas de salvaguarda do patrimônio material e imaterial.

Palestrantes: Ana Saramago (Centro de Documentação e Pesquisa – Cedoc / Funarte), Gelci José Coelho – Peninha (museólogo. Acervo de Franklin Cascaes), Gilson Máximo de Oliveira (ator, pesquisador. Instituto Matakiterani), Nanblá Gakran (pesquisador e professor da etnia Xokleng/Laklãnõ), Marcos Moreira (pesquisador Guarani Mbyá) e Sandra Meyer (dança, memória e salvaguarda).
Mediação: Wallace de Deus (UFF)

17h30 às 18h – Coffee break

18h às 19h30 – Cartografia cultural: mapa falado colaborativo de coletivos artísticos e expressões culturais.
Articuladores: Luiz Mendonça (UFF) e Pedro Gradella (UFF)

Dia 4 – 14h/19h30

13h30 – Recepção

14h às 16h – A Ilha e os territórios: linhas que atravessam redes e rendas

Experiências e trocas no fortalecimento das redes e arranjos locais nas comunidades, visando ao incremento de ações conjuntas, na ampliação da difusão de práticas dos agentes da arte e cultura.

Palestrantes: Nado Gonçalves (pesquisador e coordenador do Arreda Boi), Chico Rocha (coordenador do Ponto de Cultura Baleeira/Instituto 3 Vermelho), Daniela Ribeiro Schneider (Associação Cultural Baiacu de Alguém/ Ponto de Cultura Pescadores de Cultura).
Mediação: Leonardo Guelman (UFF)
Intervenção artística: apresentação de Marcelo Muniz com o instrumento orocongo.

16h às 16h30 – Coffee break

16h30 às 18h – Cartografia cultural: mapa falado colaborativo de coletivos artísticos e expressões culturais.

Articuladores: Luiz Mendonça (UFF) e Pedro Gradella (UFF).

A partir das 19h – Performatização das propostas

Atividade em espaço aberto para ação coletiva e cocriativa, com os artistas e coletivos locais, tal como cortejo, intervenção artística ou performance. Participação de Valdir Agostinho que, na ocasião, vai confeccionar pandorgas (pipas gigantes).