Belém sedia etapa Norte do ‘Territórios da Arte’ entre os dias 16 e 19 de agosto

A partir desta quarta-feira, 16 de agosto, o projeto Territórios da Arte chega a Belém (PA) com a missão de traçar os caminhos pela arte e pela cultura da Região Norte do país. Durante três dias consecutivos, os encontros serão realizados no Instituto de Ciências da Arte – ICA/UFPA. No sábado, dia 19, será a vez de Icoaraci receber artistas locais, encerrando o projeto com carimbó, no Espaço Cultural Coisas de Nego.

Fruto da parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação Nacional de Artes – Funarte, o Territórios da Arte pretende criar uma cartografia colaborativa a partir de narrativas que entrelaçam arte, memórias, vínculos sociais e afetivos em cada território, diferenciando-se de mapeamentos tradicionais.

Em Belém, o Territórios da Arte conta com o apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA) e é totalmente gratuito. As inscrições podem ser feitas na página do Facebook (www.facebook.com/territoriosdaarte) ou na hora. Será conferido certificado aos participantes

Para Maristela Rangel, diretora do Centro de Programas Integrados da Fundação Nacional de Artes, “a localização do projeto nos territórios fortalece os movimentos culturais locais e cria a possibilidade de diálogo com as políticas públicas que envolvem as questões culturais, possibilitando a formulação de novas políticas públicas na Funarte”.

Leonardo Guelman, superintendente do Centro de Artes da UFF e gestor do projeto, explica que “a dinâmica dos encontros regionais inclui rodas de conversas com participantes locais e a construção de um mapa colaborativo, que traduzirá a visão de todos sobre o panorama da arte e da cultura na cidade de Belém e na Região Norte do país”.

As rodas de conversas compõem-se de quatro eixos: o de “experiências colaborativas em artes” discute o papel dos artistas e coletivos na reconfiguração da cena artístico-cultural nos territórios; o de “direitos culturais” debate os direitos à cultura e da cultura; o eixo de “guardiões de memória e políticas de salvaguarda” tratada memória do ponto de vista das pessoas e também da preservação dos acervos; e, finalmente, o eixo “arte de viver e viver da arte” traduz o desafio colocado para artistas e produtores de viverem deste ofício.

Programação traz painel cultural da região

A programação do Territórios da Arte inicia-se com um trabalho de campo que permite a prospecção de artistas, fazedores de cultura, produtores culturais, pesquisadores de arte, grupos e coletivos artísticos atuantes e representativos da cultura de cada região, estabelecendo contatos e relações interinstitucionais, de forma a suprir as necessidades técnicas da realização do evento e de suas atividades.

A programação inclui uma série de seminários, conversas e demais atividades, que permitem traçar caminhos a partir de memórias, direitos culturais, construção de identidade, entre outros temas que surgem com as contribuições locais. Além de promover o diálogo, as atividades também servirão para construir um mapa que pode se tornar instrumento de política cultural, cartografia afetiva e registro, tornando as cidades escolhidas e suas interseções com as demais localidades conjuntos de conhecimento cultural e artístico do projeto.

Confira programação em Belém:

Local: Instituto de Ciências da Arte – ICA/UFPA (Avenida Presidente Vargas, s/n, Praça da República)

16 de agosto (quarta-feira)

17h – Recepção e credenciamento

17h30 – Mesa de abertura com representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) e do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará

18h – Arte de Viver, viver da arte

O desafio colocado para artistas e produtores viverem do ofício da arte. Experiências inovadoras para o incremento de ações de autogestão e de fortalecimento de vínculos territoriais. Táticas e estratégias de sustentabilidade para práticas e realizações artísticas e culturais.

Palestrantes: Auda Piani (produtora cultural, contadora de histórias e pesquisadora), Gutti Fraga (ator, jornalista e diretor, fundador do grupo Nós do Morro), Anne Dias (Coletivo Aparelho), Wlad Lima (atriz, cenógrafa, diretora, professora e pesquisadora), Berna Reale (artista visual, realizadora de instalações e performances) e Naldinho Freire (músico-educador, compositor e pesquisador).
Mediação: Leonardo Guelman (UFF)

Dia 17 de agosto (quinta-feira)

15h – Experiências colaborativas em Artes

O papel dos coletivos na reconfiguração da cena artístico-cultural nos territórios. Horizontalidade dos processos criativos e polifonia de vozes e expressões. Convergências de linguagens, reapropriação das memórias e afirmações identitárias. Pontuação e realce de ambientes interativos de cocriação, cooperação, colaboração e articulação no território.

Palestrantes: Faeli Chaves de Moraes (escultor, grafiteiro, quadrinista e militante cultural), Ronaldo Silva (Arraial da Pavulagem), Marton Maués (Casa dos Palhaços), Nani Tavares (Rede Espaços Artísticos) e Paulo Ricardo Silva Nascimento (Casarão do Boneco).

Mediação: Elis Miranda (UFF).

17h – Ritmos do cotidiano: matrizes, reapropriações estéticas e hibridizações

Experiências estéticas da tradição viva, suas resistências e reinvenções através de novos processosde conexões, contaminações e trocas entre diferentes matrizes culturais.

Palestrantes: Pio Lobato (guitarrista e produtor), Allan Carvalho (cantor e compositor), Hugo Caetano (cantor e poeta. Cobra Venenosa), DJ Juninho Super Pop (Pop Som Aparelhagem), Paulo José Campos de Melo (superintendente da Fundação Carlos Gomes) e Eliana Bogéa (professora e pesquisadora).
Mediação: Marcos Souza (Diretor do Centro de Música da Funarte).

19h – Café com tapioca

19h15 Cartografia cultural: mapa falado colaborativo de coletivos artísticos e expressões culturais. Articuladores: Luiz Mendonça (UFF) e Pierre Crapez (UFF).

Dia 18 de agosto (sexta-feira)

15h – Guardiões da memória: acervos, coleções e tesouros vivos

Memórias, tradições e transmissão de saberes e fazeres. O ethos e o ambiente amazônico. Heranças patrimoniais e acervos ligados à experiência social compartilhada. Problematização deacervos institucionais e memória viva.

Palestrantes: João de Jesus Paes Loureiro (escritor, poeta e professor), Sâmia Batista(pesquisadora. Letras Q Flutuam), Claudia Leão (pesquisadora, fotógrafa e artista visual), Luiz Braga (fotógrafo) e Silvio Figueiredo (professor e pesquisador).

Mediação: Wallace de Deus (UFF).

17h – Direitos da Cultura

Como o Direito da Cultura se interrelaciona com as atividades artísticas? Relações entre direito e manifestações culturais ditas marginais ou periféricas, tratando de temas como direitos autorais, liberdade de expressão, liberdade artístico-cultural e ocupação de espaços públicos.

Palestrantes: Luciana Medeiros (Projeto Circular e Holofote Virtual), Alexandre Luz (InstitutoUniversidade Popular – UNIPOP), Fabiano Carneiro (coordenador de dança da Funarte) e Bruno Ferreira Passos (o brincante CuruPyra da TF – Casarão Viramundo).

Mediação: GylGiffony (ator, produtor e pesquisador).

19h – Café com tapioca

19h15 – Cartografia cultural: mapa falado colaborativo de coletivos artísticos e expressões culturais.

Articuladores: Luiz Mendonça (UFF) e Pierre Crapez (UFF).

Local: Icoaraci

Espaço Cultural Coisas de Nego (Av. Lopo de Castro, 1081)

Dia 19 de agosto (sábado)

15h – Performance com Lúcia Gomes – “Vivavivaviva os 72 anos do Fim da II Guerra Mundial”

15h30 Encontro com artistas de Icoaraci- Finalização do Mapeamento cultural / Cartografia narrativa

17h30 – Apresentação artística – grupo de Carimbó de Icoaraci