A estreia do espetáculo As Bondosas na próxima sexta-feira, dia 6 de outubro, às 19h, no Teatro Dulcina, no Rio, marca a abertura da nova programação do espaço da Funarte. Com texto de Ueliton Rocon e direção de Tom Pires, a montagem narra a história de três carpideiras – Astúcia, Angústia e Prudência. Encarregadas de velar o corpo da filha de uma família aristocrática, elas se surpreendem com o comportamento pouco ortodoxo dos parentes da falecida, morta em estranhas circunstâncias. No elenco da comédia estão Gerson Lobo, Leandro Mariz e Sidcley Batista. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).
O projeto De Olho no Nordeste – Porta Aberta, vencedor do edital realizado pela Fundação Nacional de Artes, ocupa o Teatro Dulcina por seis semanas, entre 4 de outubro e 12 de novembro deste ano. Na programação, além de espetáculos de teatro adulto e infantil, estão também oficinas, debates e palestras com a participação de especialistas e autores renomados. A Ocupação tem como tema a dramaturgia contemporânea nordestina.
Ainda em outubro, serão apresentados outros três espetáculos: Desatinos, Um Certo Lampião e o infantil Encanta. No mês de novembro, A Cumadre Fulôzinha, também voltado para o público infantil, terá única apresentação no dia 8. A programação conta ainda com a palestra A Dramaturgia Contemporânea do Nordeste, no dia 22 de outubro, e o debate A Construção e Desdramatização da Cena, no dia 27 de outubro.
Programação
As Bondosas
6 de outubro a 12 de novembro
De sexta a domingo, às 19h
Com texto do maranhense Ueliton Rocon, o espetáculo aponta questões sobre o comportamento da mulher numa sociedade conservadora e a influência da igreja com seus preceitos religiosos; questiona as máscaras do convívio social, a liberdade de expressão e a repressão da igreja e da sociedade como fonte opressora do livre arbítrio.
Com direção do pernambucano Tom Pires, a montagem provoca uma maior reflexão destes temas, ao colocar um discurso feminista na boca de atores do sexo masculino, no caso, os também pernambucanos Gerson Lobo, Leandro Mariz e Sidcley Batista, e o próprio Tom Pires, que se reveza entre a atuação e direção do espetáculo.
Duração: 60 minutos /Recomendação: 16 anos / Gênero: Comédia
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Desatinos
11 de outubro a 8 de novembro
Quartas, às 19h
A peça, escrita e dirigida pelo pernambucano Samuel Santos, destaca as questões que acontecem nas pequenas e diversas cidades brasileiras. A loucura e a esquizofrenia são temas colocados à margem numa sociedade que atua dentro de conceitos morais preestabelecidos, deliberando, sem limites, suas convicções em desrespeito e detrimento ao outro indivíduo. A peça apresenta vários aspectos das relações humanas. A intolerância com as diferenças, seja ela em qualquer condição, definindo-se em manifesto partidário contra o outro. Na peça, o ator Gerson Lobo se desdobra em quatro personagens.
Duração: 60 minutos /Recomendação: 16 anos / Gênero: Drama
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Um Certo Lampião
12 de outubro a 9 de novembro
Quintas, às 19h
O espetáculo aborda uma narrativa fictícia do bisneto de Lampião, que desmistifica o homem lendário, representando um povo que resiste e luta contra o poderio das classes superiores. Através da ficção, o bisneto de Lampião vem a público revelar segredos de sua família, que nenhuma biografia jamais revelou sobre uma das figuras mais temidas e admiradas da história recente do Brasil, o rei do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O espetáculo, em forma de monólogo, tem interpretação do ator Sidcley Batista, que apresenta vários momentos e personagens da história do cangaço. O texto e a direção são do cearense Gilvan Balbino.
Duração: 50 minutos /Recomendação: 16 anos / Gênero: Drama
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Encanta (Infantil)
18 de outubro
Quarta-feira, às 15h
Em uma época marcada pela urgência da informação e pela intolerância, é de suma importância levar aos palcos contos populares que já alimentaram a imaginação de tantas gerações mundo afora. Em geral, os espetáculos infantis são baseados em contos de fadas clássicos, adaptados para as telas pelos grandes estúdios de cinema norte-americanos. Neste caso, o grupo O Que Conta o Sabiá usa narrativas populares, como Couro de Piolho, reescrita pelo folclorista brasileiro Câmara Cascudo; Rumpelstiltskin, compilada pelos irmãos Grimm, na Alemanha; e as adapta para o Nordeste brasileiro, incluindo sonoridade e canções populares executadas ao som de zabumba, triângulo, violão e instrumentos de percussão.
Palestra – A Dramaturgia Contemporânea do Nordeste
22 de outubro
Domingo, às 20h (Após a apresentação do espetáculo As Bondosas)
Mediada pelo professor e pesquisador Wellington Júnior. Será abordado o tema da ocupação – a Dramaturgia Contemporânea Nordestina e oferecendo uma visão panorâmica da produção dramatúrgica no Nordeste, com referência às três últimas décadas. A palestra se assentará na análise crítica da obra de alguns dos principais autores deste período: Ueliton Rocon, Rafael Martins, Cleise Mendes, Ronaldo Brito, Luiz Felipe Botelho, Newton Moreno, Giordano Castro, entre outros. Analisará também as diferentes abordagens do texto em cena, considerando os processos colaborativos entre coletivos e escritores. Neste sentido, serão avaliados e discutidos espetáculos de diversas companhias nordestinas, tais como: Coletivo Angu, Grupo Bagaceira, Clowns de Shakespeare, Coletivo Alfenim e Bando de Teatro Olodum.
Debate – A Construção e Desdramatização da Cena
27 de outubro
Sexta, às 20h (Após a apresentação do espetáculo As Bondosas)
Debater a desdramatização do trabalho do ator em As Bondosas, fazendo uma reflexão de como o dramático se traduz na cena contemporânea a partir do trabalho de narrativa do texto, a partir do trabalho de movimentação na composição da cena, e como o processo de desdramatização pode resultar num tipo novo de teatro. Palestrantes convidados: Wellington Júnior, Newton Moreno e Claudia Pfeffer.
A Cumadre Fulôzinha (Infantil)
8 de novembro
Quarta-feira, às 15h
Duas crianças vão passar férias no sítio do avô e lá se deparam com uma figura misteriosa: uma pequena mulher que vive na mata coberta pelos próprios cabelos e por flores. Essa mulher se diverte fazendo traquinagens com os animais e sequestrando crianças que não são batizadas. Ela é popularmente conhecida como A Cumadre Fulôzinha.
Fulôzinha é chamada de cumadre, pois ela batiza crianças pagãs, simbolizado através das tranças que são verdadeiros nós. Como uma das crianças não é batizada, ela a sequestra, obrigando o avô e a outra criança a enfrentar os perigos da mata e artimanhas da Fulôzinha.
Saiba mais sobre o projeto De Olho no Nordeste – Porta Aberta
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Telefone: (21) 22404879