A Fundação Nacional de Artes – Funarte encerrou na noite do último domingo, dia 29 de novembro, na Sala Cecília Meireles, no Centro do Rio de Janeiro, a XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Foram apresentadas obras inéditas de Ângelo Martins, Marco Antônio Machado, Marcos Cohen, Roberto Victorio e Rodrigo Cicchelli.
Realizada pelas Funarte, por meio do seu Centro da Música (Cemus), o evento contou com parceria da Academia Brasileira de Música e da Sala Cecília Meireles e patrocínio do Ministério da Cultura. A Bienal reuniu ao todo, 61 peças inéditas de compositores de diversos estados brasileiros. Quinze deles tiveram obras encomendadas pela Funarte e 46 foram selecionados pelo Prêmio Funarte de Composição Clássica 2016. As obras que compõem as edições da Bienal são dos mais diversos estilos de concerto, desde a música orquestral à eletroacústica.
De acordo com o diretor do Centro da Música, Marcos Souza, a missão foi cumprida. “Conseguimos fazer um evento bonito, com excelente nível técnico, graças ao apoio dos músicos que tocaram na Bienal e tiveram compreensão da situação difícil de orçamento. A Funarte conseguiu honrar com o pagamento dos compositores, que estava em aberto desde o ano passado”, afirmou. Ele agradeceu às orquestras, aos músicos, aos compositores, aos apoiadores, à Sala Cecília Meireles, ao Theatro Municipal e à Academia Brasileira de Música.
Marcos Souza disse já estar pensando na reformulação da XXIII Bienal, em 2019. “A ideia é ter um novo formato, mais realista e com parcerias com as universidades e os cursos de composição pelo Brasil para termos uma aproximação dos estudantes de composição para que eles estejam mais perto, não só durante a Bienal, mas também na pré-Bienal”, disse.
A abertura da Bienal foi realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dia 23/11. Durante sete dias, os concertos foram apresentados na Sala Cecília Meireles, parceira desde o início da Bienal, em 1975. Ao todo, participaram deste evento 140 músicos – além dos integrantes da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, da Orquestra de Câmara Carioca da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Orquestra Sinfonietta Carioca (de cordas). O maestro Marlos Nobre foi o mais votado pelo colegiado de estudiosos e outros compositores, com Preambulum e Toccata para orquestra, op. 126 – interpretada em estreia mundial.
Fiel a seus princípios e ao compromisso de refletir e estimular todas as manifestações da música brasileira de concerto contemporânea, em sua diversidade estética, de linguagens, meios e formações, a XXII Bienal fez três homenagens in memoriam: aos compositores Sergio Roberto de Oliveira (1970/2017) e Olivier Toni (1926/2017), e ao Embaixador Vasco Mariz (1921/2017), historiador, musicólogo e pesquisador da música brasileira. E a homenagem especial é para Flávio Silva, cujo nome e atuação estão vinculados decisivamente às Bienais de Música Contemporânea.
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