No fim de semana, Teatro Cacilda Becker encerra ocupação que destaca cultura de matriz afro-brasileira

De 1º a 26 de novembro a Ocupação Diálogos, contemplada pela Funarte no edital de ocupação do Teatro Cacilda Becker, apresenta no espaço, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio de Janeiro, um programa com atividades de dança e diversas outras expressões de arte. Os ingressos têm entrada franca, ou são por contribuição voluntária, ou preços populares.

Marcada para novembro por ser este o mês comemorativo da consciência negra, a programação promove diálogos “corporais e verbais”, através de espetáculos de dança e performance, apresentação musical dançante, mostra de artes visuais permanente, oficinas, mesa-redonda, projeção de filme com debate e show musical. A ocupação está em cartaz de quarta-feira a domingo.

ÚLTIMAS ATRAÇÕES

24 de novembro – sexta-feira, às 20h

Oficina de Danças Brasileiras
Por Tião Carvalho

A atividade apresenta brincadeiras cantadas, danças e jogos populares brasileiros e incentiva os participantes a “compreender o corpo e a voz como veículos de expressão e de consciência corporal” – diz o ministrante, Tião Carvalho. Na oficinal, ele utiliza danças de caixas (cacuriá,quadrilha e bambaê), ciranda de roda, bumba meu boi, tambor de crioula, maculelê e outros folguedos e folias tradicionais.

Entrada franca e/ou contribuição consciente (voluntária)
Classificação etária: Livre
Duração: 2h

Música e dança

Sábado, dia 25 às 20h

Tião Carvalho

Tião Carvalho apresenta o repertório dos CDs Quando dorme Alcantara e Tião Canta João – que reúne canções autorais e de outros compositores maranhenses. O show dançante conta com recursos cênicos, com participação da indumentária tradicional de festejos como o bumba meu boi e o tambor de crioula.

O instrumentista, compositor, cantor, dançarino, ator, brincante, capoeirista e educador Tião Carvalho é considerado como um dos principais representantes das tradições maranhenses em São Paulo. Há mais de 40 anos contribui com essa difusão cultural. Considerado um mestre da cultura popular brasileira, por deter conhecimentos sobre danças, cantigas, brincadeiras e festividades , atua na difusão desses saberes, para diferentes públicos, no Brasil e no exterior, através das apresentações musicais e oficinas que realiza. Dedicado pesquisador dos ritmos brasileiros, foi um dos pioneiros em trazer o forró para São Paulo (com o trabalho das Bandas Mafuá e Mexe com Tudo, nos anos 1980), contribuindo para popularizar este ritmo, antes restrito ao gosto dos imigrantes nordestinos. Fundador e diretor do Grupo Cupuaçu, em São Paulo, realiza a festa de Bumba meu boi no Morro do Querosene desde 1986 – num ritual cíclico, de três festejos anuais, seguindo a tradição maranhense.

Ingressos: R$20 e R$10 (meia)
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 2h

26 de novembro, domingo, 19h

Henrique Menezes e Grupo Cupuaçu

Nascido em São Luis, Maranhão, Henrique Menezes pertence a uma destacada família de artistas populares da Casa Fanti-Ashanti (centro religioso que é referência na cultura do estado). No show, Menezes apresenta o repertório do seu CD autoral Passaporte!, ccomposto de diversos ritmos e agremiaões tradicionais maranhenses – como o Tambor de Crioula, diversos formas de Bumba-meu-boi, o Tambor de Mina, Bloco Tradicional, entre outros. Radicado em São Paulo há mais de 15 anos, ministra oficinas de percussão e danças populares em escolas e universidades e atuou sob a direção de José Celso Martinez nos espetáculos “Os Sertões” e “Bacantes”. É diretor Geral do Grupo Pé no Terreiro, grupo de pesquisa e dança maranhense em São Paulo.

Foto: Nathalia Meyer/Divulgação

Artes visuais

De 1º a  26 de novembro – de quarta-feira a domingo, a partir das 19h
Exposição permanente
O Preto no Espaço

Pedro Pessanha, responsável pela concepção, é um estudante de artes visuais que procura identificar a cor preta no espaço e retratá-la, “tanto como forma no papel, como quanto identidade no mundo”. O artista investiga o que é característico e específico no ser negro hoje; e o que é “contínuo e circular” nesta condição – sempre a partir de uma pesquisa visual.
Classificação etária livre
Entrada franca

Sobre a Ocupação Diálogos

O intuito do projeto é valorizar e fortalecer a memória, a diversidade e os novos caminhos da cultura brasileira; debater e questionar temas relevantes da sociedade contemporânea; dar espaço a novas produções culturais e a novas formas de fazer arte “pensando na tradição como algo vivo e em constante movimento e transformação”. Laura de Castro idealizadora do projeto, realizado em parceria com a produtora mineira Lazuli Cultura, considera que a ocupação é uma oportunidade para que se estimule o encontro de pensadores, questionadores e artistas, de diferentes gerações, que se ocupam da cultura brasileira de matriz africana e indígena; e de seus encontros com a cultura européia.

Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Largo do Machado
Telefone: 21 – 2265-9933
O espaço tem recursos de acessibilidade para cadeirantes

Projeto contemplado pela Funarte no Edital de Ocupação do Teatro Cacilda Becker