Espetáculo ‘Gritos’, da Cia. Dos à Deux, retorna ao Teatro Dulcina, no Rio

'Gritos', da Cia Dos à Deux - Foto: Renato Mangolin

De 2 de fevereiro a 11 de março, o Teatro Dulcina, um dos espaços culturais da Funarte no Centro do Rio, vai receber o espetáculo Gritos. A montagem conta com a concepção, dramaturgia, cenografia e direção de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, da Cia. Dos à Deux. Em cartaz de quarta a domingo, sempre às 19h, a peça é formada por três poemas gestuais metafóricos criados a partir de um tema: o amor. Em uma atmosfera onírica, os três poemas que compõem Gritos são revelados por meio de uma partitura gestual sutil e minuciosa. Os ingressos são a preços populares de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).

A dramaturgia, criada durante o processo de pesquisa artística, é inspirada em temas da atualidade. As pessoas invisíveis na sociedade, o preconceito, o desprezo, os refugiados, a guerra e o amor permeiam os três poemas gestuais – os três gritos. Com colaboração da marionetista russa Natacha Belova e do brasileiro Bruno Dante, André e Artur tiveram partes dos seus corpos – cabeça, mãos, pés e braços – esculpidos com gesso e depois trabalhados em diferentes materiais. Há anos se dedicando ao teatro gestual, a dupla experimenta, nesta nova montagem, a transformação de seus próprios corpos em bonecos de proporções humanas, como se estivessem refletidos no espelho.

“Essa pesquisa, na fronteira entre artes plásticas, formas animadas, teatro e dança, nos fez ter uma nova sensação gestual que, até então, não havíamos experimentado. Um gestual potente, complexo e contido”, explica Artur Luanda. “Ao longo da criação, na pesquisa de formas animadas, nós fomos dando vida ao invisível dos corpos, aos poucos. Como se a vida tivesse arrancado um pedaço desses personagens, nos obrigando a dar poesia e intenção a objetos que se tornaram corpos, e corpos que se tornaram objetos”, relata André Curti.

A cenografia de Gritos é uma instalação plástica composta por estruturas de colchões de mola, que vão se transformando em objetos insólitos ao longo da peça. Em alguns momentos, os colchões formam labirintos de onde os personagens procuram uma saída. Em outros, um quarto para um encontro amoroso. Na pesquisa da Cia. Dos à Deux, a cenografia é mutável, com arquitetura servindo organicamente à dramaturgia – à qual, assim como nas criações anteriores, a luz se funde, sublinhando os espaços cenográficos criados pelos idealizadores.

A montagem se divide em três vertentes: Grito 1: Louise, Grito 2:  O homem e Grito 3:  Kalsun.

Grito 1: Louise

Louise nasceu num corpo de homem que ela não quer. Ela deseja ser invisível aos olhares dos outros, mas se choca sempre num turbilhão de preconceitos, intolerância e homofobia. A mãe de Louise é uma velha senhora doente, também invisível perante a sociedade e depende totalmente de seu filho (a) para existir.

Grito 2:  O homem

Um poema metafórico sobre o homem que perdeu a cabeça. Um muro os divide. A cabeça de um lado, dentro de uma gaiola, o corpo de outro. Um poema gestual entre o sonho, o onírico e o absurdo.

Grito 3: Kalsun

Numa atmosfera surrealista, uma mulher vestida de negro surge revelando sua beleza e seus gestos lentos. Uma dança de amor misteriosa começa, com som de bombas ao longe. Uma bomba interrompe a noite de amor.

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Montagem 'Gritos' - Foto: Renato Mangolin

Serviço:

Espetáculo Gritos, da Cia Dos à Deux

Temporada: de 2 de fevereiro a 11 de março (Atenção: não haverá espetáculo durante o Carnaval, entre os dias 9 e 15 de fevereiro)

Dias e horários: de quarta a domingo, às 19h

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia- entrada)

Classificação indicativa: 14 anos
Gênero: drama
Duração: 1h30

Ficha Técnica:

Concepção, dramaturgia, cenografia e direção: Artur Luanda Ribeiro e André Curti
Interpretação: Artur Luanda Ribeiro e André Curti
Pesquisa e realização objetos/bonecos: Natacha Belova e Bruno Dante
Assistente de realização objetos/bonecos: Cleyton Diirr
Grito 1
Criação musical: Fernando Mota
Colaboração: Beto Lemos e Marcelo H
Gritos 2 e 3
Direção musical: Beto Lemos
Criação musical: Marcelo H
Cenotécnico: Jessé Natan
Iluminação: Artur Luanda Ribeiro e Hugo Mercier
Figurinos: Thanara Schonardie
Contramestra: Maria Madelana Oliveira
Comunicação visual: Bruno Dante
Técnico de luz : PH
Técnico de som: Gabriel Reis
Contrarregra: Jessé Natan e Leandro Brander
Direção de produção: Sergio Saboya
Equipe de produção: Alex Nunes, Silvio Batistela, Maria Albergaria
Difusão – França: Drôles de Dames
Realização próteses: Dra. Rita Guimarães de Freitas
Fotos: Renato Mangolin
Produção: Cia Dos à Deux e Galharufa Produções Culturais

Local: Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2240-4879