O quarto programa da série Música nas Américas, realizada pela Fundação Nacional de Artes – Funarte e pela Rádio MEC FM – RJ, tem como tema O Imaginário como inspiração, no dia 28, quinta-feira, às 22h.
Músicas com a inspiração percussiva de Carlos Chávez (MEX), do argentino Rolando Mañanes, do chileno Fernando García e de participantes das bienais de Música Brasileira Contemporânea da Funarte (entre elas uma de Esther Scliar), são as atrações. O programa também pode ser ouvido em tempo real, no site da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)/MEC FM – RJ.
Os intérpretes das várias obras são: o Cron Ensemble; a Sinfonietta Carioca, com solo de fagote de Aloysio Fagerlande e regência de Ubiratã Rodrigues; o Ensemble Rio; Valene Georges, na requinta (pequena clarineta) e Susana Szlukier ao piano.
A série Música nas Américas, que divulga a produção musical dos dois continentes, é transmitida toda quinta-feira e tem como produtor e apresentador José Schiller, da Coordenação de Música de Concerto da Funarte. “Este quarto concerto tem um repertório mais direcionado para obras que se baseiam no imaginário, ou exploram suas temáticas”, anuncia o maestro, pesquisador e produtor musical.
Série Música nas Américas
Programa 4 – 28/06/2018
O imaginário como inspiração
Luã Almeida (Brasil) – Inconstâncias: A Funarte selecionou a obra para participar da XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em 2017. Em suas palavras, ele buscou expressar na música o sentido de mudança e instabilidade da vida. “A peça tem esta dimensão, que privilegia a inquietude, o caminho, em vez de uma chegada conclusiva”, observa José Schiller.
Inconstâncias – Luã Almeida
06’30
Execução
Cron Ensemble
Marcos Passos – clarineta
Jeferson Souza – fagote
Taís Soares – violino
Janaína Salles – violoncelo
Rafaela Calvet – vibrafone
Rolando Mañanes (Argentina) – Interior y Fugaz
José Schiller observa que o compositor Rolando Mañanes transita com liberdade por várias tendências musicais da atualidade. “A música contemporânea é um cenário de convivência das mais diferentes linguagens e estéticas. Talvez seja o período histórico de mais diversidade que se conhece. A partir do Século XX, surgiram técnicas experimentais, todas as espécies de tonalismo, atonalismo, aleatoriedade, e tantas outras – convivendo com formatos acadêmicos, e combinações variadas entre elas”. Um exemplo seria exatamente Interior y Fugaz – obra para bandoneón e contrabaixo. “Nela reconhecemos citações episódicas ou estruturas, que vão de Piazzolla ao tango, em um tratamento absolutamente pessoal, revestido de experimentações”, conclui o pesquisador.
Interior y Fugaz – Rolando Mañanes
11’49
Execução
Miguel Varvello – bandoneón
Enrique Guerra – contrabaixo
Carlos Chávez (México) – Xochipilli, una música azteca imaginada
“Carlos Chávez foi um dos marcos no impulso ao protagonismo da percussão na música do Século 20. Teve um desempenho fundamental para a formação de uma escola mexicana da música de concerto”, considera Schiller. Xochipilli, una música azteca imaginada é para quatro instrumentos de sopro e percussão. Tenta recriar o que o autor imagina ser a possível música pré-colombiana, com base nas poucas informações a respeito: “alguns instrumentos musicais e as anotações feitas pelos espanhóis durante a conquista”, informa o maestro.
Xochipilli, una música azteca imaginada – Carlos Chávez
07’15
Execução
Tambuco e La Camerata
Eduardo Mata, regente
Esther Scliar (Brasil) – Imbricata
Retomando o repertório da história da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, da Funarte, este programa inclui a compositora Esther Scliar, considerada uma das mais importantes mestras de várias gerações da criação musical brasileira da atualidade; e participante das primeiras bienais. “Imbricata, para flauta, oboé e piano, é uma das mais emblemáticas peças de sua produção”, considera Schiller.
Imbricata – Esther Scliar
05’20
Execução
Ensemble Rio
Eduardo Monteiro – flauta
Luis Carlos Justi – oboé
Maria Teresa Madeira – piano
Fernando García (Chile) – De los sueños
A obra é para requinta (a clarineta menor dessa família instrumental) e piano. Foi composta por encomenda e dedicada ao duo formado por Valene Georges e Susana Szlukier, intérpretes desta gravação. É dividida em três movimentos, associados a citações do poeta chileno Pablo Neruda.
- 1. Ola innumérable (…Tu energía / parece resbalar sin ser gastada / parece regresar a su reposo”)
- 2. Cetáceos en el fondo (…montañas hundidas de repente / bajo la soledad de los planetas)
- 3. Aves marinas (… caen como flechas / sobre el volumen verde)
Execução
Valene Georges – requinta (pequena clarineta Eb)
Susana Szlukier – piano
Marcos Cohen (Brasil) – Concertino para fagote e cordas
Concertino para fagote e cordas foi uma das peças que integraram a XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Funarte (2017). Essa edição do evento garantiu a estreia de centenas de obras, compostas especialmente para ele. O compositor, Marcos Cohen, usa recursos de polifonia. Também cria uma estrutura de polirritmia. O fagote solista é de Aloysio Fagerlande. Com a vinda de Schiller para a Funarte, ele trouxe a pauta de programas para a instituição.
Concertino para fagote e cordas – Marcos Cohen
08’46
- 1. Introdução
- 2. Exposição
- 3. Reexposição
- 4. Conclusão
Execução
Solista: Aloysio Fagerlande – fagote
Sinfonietta Carioca
Regência: Ubiratã Rodrigues
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Os programas Música nas Américas anteriores podem ser acessados por este portal, na página: www.funarte.gov.br/musica-nas-americas/.
Sobre a série
O programa recebe convidados, além de apresentar obras de compositores das três Américas e gravações exclusivas de música latino-americana. Tem as seguintes linhas de pauta: Entrevistas – com compositores, músicos e pesquisadores; Repertório –obras das três Américas, com destaque para a música latino-americana; e Intérpretes – gravações exclusivas com músicos convidados.
José Schiller dirigiu e roteirizou séries radiofônicas de música por 35 anos na TVE/TVBrasil, e na MEC-FM, com a mesma da nova série. Há anos, Schiller pesquisa a música de concerto, especialmente a latino-americana.
Uma parceria da Funarte com a Empresa Brasil de Comunicação abriu espaço para alguns programas da Fundação serem apresentados nas rádios do sistema EBC e concertos da rádio se realizarem em espaços da entidade. Com a vinda de Schiller para a Funarte, ele trouxe a pauta de rádio para a instituição.
Rádio MEC – FM (RJ) – 99,3
O programa é acessível via internet, no site da emissora: http://radios.ebc.com.br/mecfmrio
Realização: MEC – FM – RJ e Fundação Nacional de Artes – Funarte
A MEC é uma emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
Mais informações
musicanasamericas@gmail.com