Série Música nas Américas apresenta ‘Repertório – Sincretismo cultural’, inspirado na cultura boliviana

Índios da etnia Quíchua em cerimonial - região de Pelechuca - Bolivia: Foto Erland Nördenskiold 1877-1932/Museum of World Culture (CC)

Nono programa da série Música nas Américas, Repertório – Sincretismo cultural, será apresentado na próxima quinta-feira, dia 19 de julho, às 22h, na Rádio MEC FM RJ. O programa pode ser acessado pela internet, em tempo real, no site da Empresa Brasil de Comunicação – EBC. O maestro José Schiller, que também é coordenador de Música de Concerto da Funarte, comanda a atração semanal.

Sobre o ‘Repertório – Sincretismo cultural’, por Schiller
Entre os fatores que distinguem a música de concerto produzida entre nós, nas Américas, está a visão de mundo e da vida calcada em valores das diferentes vertentes étnicas e culturais de nossa história. No programa, teremos algumas peças que traduzem a dimensão resultante da interação cultural e da sua presença na música dos compositores. A Bolívia é formada por cerca de 40 etnias indígenas que mantêm sua linguagem própria e um mundo simbólico em convivência com a cultura oficial herdada pela colonização espanhola. O quechua, mais do que um idioma majoritário entre os nativos, traz consigo mitos e lendas, e servem de inspiração para compositores contemporâneos.

Série Música nas Américas

Programa nº 9 – Dia: 19/7/2018

Repertório – Sincretismo cultural

Leyenda quéchua, de Eduardo Caba (Bolívia)
04’06

Execução:
Mariana Alandia – piano


Yaravi et Yumbo
, de Diego Luzuriaga (Colômbia)
12’28

Execução:
Fabio Londono – flauta
Cuarteto Q-Arte

Sobre a obra
Yaravi et Yumbo
revela presença da cultura indígena, fonte de criação dos compositores latino-americanos. É inspirada em dois gêneros musicais indígenas que dão nome às peças que simbolizam uma viagem inconsciente ao mundo da cultura musical dos Andes Equatorianos.

Tempuê, de Paulo Costa Lima (Brasil)
12’51

Execução:
Orquestra Sinfônica Nacional (UFF)
Tobias Volkmann – regência

Sobre a obra
Tempuê
teve sua primeira audição mundial na XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea (2017). Foi interpretada pela Orquestra Sinfônica Nacional e regida pelo maestro Tobias Volkmann. Segundo o compositor, a obra tem o sentido narrativo de uma oferenda, que abre os caminhos e renova o significado a cada retorno. Cria encruzilhadas, numa espécie de canto de risco e afirmação.

Meu Tio Iauaretê, de Gustavo Bonin (Brasil)
06’02

Execução:
Eduardo Monteiro, Afonso Oliveira e Felipe Marateo – flautas
José Augusto Lacerda – vibrafone

Sobre a obra
Meu Tio Iauaretê
também estreou na XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea (2017). Segundo o compositor, a peça foi inspirada em um conto do escritor Guimarães Rosa. A obra fala sobre um onceiro (cão adestrado para a caça) que vai se transformando em onça quando conta sua história. Trama impregnada de termos das línguas africanas e tupi, formadores da cultura brasileira. Simbolicamente, Meu Tio Iauaretê representa esta transformação do personagem em onça, através de uma presença cada vez maior de sons guturais emitidos pelos flautistas.

Tres cantos indios, de Isabel Aretz (Argentina)
11’25

Execução:
Voz e Ensemble Contemporáneo Taky

Sobre a obra
Tres cantos indios
é um trabalho inspirado em canções tradicionais da serra peruana e, também, o resultado expressivo dos estudos etnomusicológicos da compositora argentina. A versão apresentada traz um arranjo feito pelo músico boliviano Gastón Arce, interpretada pelo Ensemble Contemporáneo Taky. O grupo é formado por Sofia Ayala, mezzo-soprano, e um conjunto instrumental.

O acervo dos programas anteriores pode ser acessado por este portal, na página: https://sistema.funarte.gov.br/noticias-antigas/musica-nas-americas/

Sobre a série

O programa recebe convidados e apresenta obras de compositores das três Américas, além de  gravações exclusivas de música latino-americana. Tem as seguintes linhas de pauta: entrevistas, repertório e intérpretes.

José Schiller dedica-se à pesquisa da música de concerto, especialmente a latino-americana, há vários anos. Dirigiu e roteirizou séries radiofônicas de música por 35 anos na TVE / TV Brasil, e na MEC-FM.

Uma parceria da Fundação Nacional de Artes – Funarte com a Empresa Brasil de Comunicação – EBC, abriu espaço para que alguns programas da Fundação sejam apresentados nas rádios do sistema EBC e concertos da rádio se realizem em espaços da instituição.

Rádio MEC – FM (RJ) – 99,3
O programa é acessível via internet, no site da emissora: http://radios.ebc.com.br/mecfmrio

Realização: MEC – FM – RJ e Fundação Nacional de Artes – Funarte
A MEC é uma emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

Mais informações
musicanasamericas@gmail.com