De 11 de agosto a 24 de setembro, a Galeria Mario Schenberg do Complexo Cultural Funarte SP recebe a exposição Iminência de Tragédia, com curadoria de Fabricia Jordão e Talita Trizoli. Selecionada pelo Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais, a mostra coletiva reúne trabalhos de seis artistas visuais do Nordeste, do Sul e do Sudeste. Depois de São Paulo, a exposição seguirá para João Pessoa (PB), onde será montada no Casarão 34. A entrada é franca nas duas cidades.
A realização da mostra em São Paulo permitirá a divulgação do trabalho das artistas nordestinas no Sudeste, onde ainda têm pouca circulação. Da mesma forma, a exibição em João Pessoa possibilitará a circulação das artistas de São Paulo ou radicadas em São Paulo por uma região onde não são muito conhecidas.
A mostra reúne trabalhos das artistas Denise Alves-Rodrigues, Fabiana Faleiros, Marta Penner, Marina Zilbersztejn, Noara Quintana e Potira Maia, e tem como elemento norteador as respostas plásticas que elas dão aos conflitos enfrentados em seu cotidiano. Diante das “urgências do nosso tempo”, as artistas apresentam em suas produções a constatação da “falência dos modos de vida”, além de tentativas de mapeamento do mundo e proposições utópicas para o futuro. A curadoria de Iminência de Tragédia considera estratégica a circulação da mostra por São Paulo e João Pessoa, tão distantes geograficamente e tão diferentes, mas tão próximas quanto a certas questões mobilizadoras da produção artística e cultural.
Sobre as artistas
Denise Alves-Rodrigues (SP) vive e trabalha em São Paulo. Iniciou seus estudos em Ribeirão Preto (SP) e é bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. É tecnóloga autodidata, artista plástica e astrônoma amadora. Sua pesquisa se apoia na invenção e montagem de aparatos (eletrônicos ou mecânicos). Participou de diversas coletivas em Ribeirão Preto, São Paulo, Recife, Belém, Vitória, Maceió, Rio de Janeiro, Madrid e Sevilha (Espanha), Valparaíso (Chile), La Paz (Bolívia) e Quito (Equador); e residências artísticas em Liberdade (MG), Visconde de Mauá (RJ), São Paulo e Qundío (Colômbia). As obras que Denise expõe na mostra tratam de “coisas estranhas, tecnologias falhas, teorias duvidosas e também das ciências impuras”.
Fabiana Faleiros (RS/SP) vive em São Paulo, onde cursou mestrado em Comunicação e Semiótica na PUC/SP. É escritora, artista visual e performer. Desde 2012, desenvolve o projeto “Lady Incentivo”, no qual incorpora a persona de uma cantora que questiona a terceirização da cultura pelas Leis de Incentivo. Realizou individuais e projetos recentes que incluem Mastur Bar (São Paulo, 2015), Museu da Polícia Militar (Recife, PE, 2014), Festa Própria (Belo Horizonte, MG, 2011, com Olga Robayo e Vitor Faleiros) e Libertad A La Orden, (Bogotá, Colômbia, 2012, com Rafael RG). Para a mostra, Faleiros desenvolve um projeto a partir de comentários sobre a “falência dos afetos nas relações heteronormativas”.
Marina Zilbersztejn (SP) vive e trabalha em São Paulo, e é formada em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo. Paralelamente, atua como designer gráfica e desenvolve pesquisa a respeito de métodos não convencionais de impressão. Desde 2012, ministra oficinas relacionadas a arte impressa, e participa de feiras de publicação com o selo independente Ganga. Em 2015, participa do programa de Residência em Arte Impressa da Folhetaria do Centro Cultural São Paulo (CCSP). Em 2017, participa do International Contemporary Printed Art Exhibition & Symposium em Tóquio, mostra que teve itinerância em Xangai, Bratislava e Wroclaw. Nos últimos anos, trabalhos seus estiveram expostos em mostras coletivas no Centro Universitário Maria Antônia, Oficina Cultural Oswald de Andrade e CCSP em São Paulo. É representada pela galeria Quadra, no Rio de Janeiro. Para a mostra, Marina discute, a partir do uso de variadas técnicas de impressão e tendo como referência mapas topográficos, cartas náuticas e mapas táticos de pilotagem, “as práticas cartográficas como uma tentativa de reconstituir e disciplinar o mundo físico”.
Noara Quintana (SC/SP) iniciou seus estudos em artes visuais na Universidade do Estado de Santa Catariana, em 2010, e na Faculdade de Belas Artes da Universidad del Pais Vasco, em Bilbao (Espanha). Sua pesquisa se volta para a desconstrução de paisagens com foco em questões de temporalidade, fronteiras e delimitações espaciais, tanto em termos de geografias urbanas como não urbanas. Esses conceitos estruturam seu trabalho, que se expressa na escrita, escultura, intervenções, vídeo e fotografia. Em 2014, completou um mestrado em Artes Visuais na Universidade Estadual Paulista. Já expôs seus trabalhos no Museu de Artes de Ribeirão Preto, no Memorial Meyer Filho, na Galeria Gentil Carioca, e ganhou o Prêmio Aquisição no 21º Salão em Anápolis. Participou também de programas de residência no Brasil e no exterior, dentre os quais: Cité Internationale des Arts com EHESS (França) e Residência Artística FAAP (São Paulo). Para a exposição, Noara apresenta uma instalação escultórica composta por dois elementos por meio dos quais investiga o comportamento ao mesmo tempo moldável e moldante do cimento.
Potira Maia (BA/PB), natural de Vitória da Conquista (BA), vive entre João Pessoa (PB), onde também atua como professora no processo de inclusão de pessoas com deficiência na educação básica, e Lisboa, onde desenvolve suas pesquisas no Mestrado em Pintura pela Universidade de Lisboa. Realizou individuais na Galeria Archidy Picado João Pessoa, no SESC João Pessoa, Aliança Francesa de João Pessoa e participou de diversas coletivas em Curitiba, Campina Grande, João Pessoa e Vitória da Conquista. Foi também contemplada com o prêmio aquisição no Salão de Artes Visuais do SESC (2018) e pelo Prêmio Laurea acadêmica pela Universidade Federal da Paraíba (2016). Potira desenvolve seu trabalho a partir de registros fotográficos desdobrados em pinturas que são como crônicas de seu cotidiano. Na mostra, ela apresenta um conjunto de pinturas com personagens do meio urbano que tentam “encontrar alguma lucidez, sobriedade, equilíbrio, deleite, ou agir com desembaraço em um contexto dito marginal”.
Marta Penner (DF/PB) trabalha e reside em João Pessoa. Possui Bacharelado em Pintura (1995) e mestrado em Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília (2001). Atualmente é professora da Universidade Federal da Paraíba, atuando principalmente nos seguintes temas: processos criativos em educação artística, curadorias, trabalhos colaborativos, arte contemporânea. Iniciou sua trajetória artística como gravadora e, posteriormente, desenvolveu pesquisa em novos suportes. Na exposição, Marta apresenta Instabilidades Tropicais, uma leitura do mapa astral do Brasil, projeto desenvolvido em parceria com o coletivo brasiliense Grupo Entorno. Apresenta também seu trabalho Autorretrato com bandeira.
Galeria Mario Schenberg – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos)
Exposição Iminência de Tragédia
Visitação: de 12 de agosto a 24 de setembro. De segunda a sexta, das 10h às 18h; sábado e domingo, das 14h às 21h.
Abertura: 11 de agosto, sábado, a partir das 15h
Agendamento de visitas: educativoiminencia@gmail.com
Mais informações:
(11) 3662-5177
funartesp@gmail.com