Capulanas Cia de Arte Negra entra em cartaz na Funarte SP

'Ialodês – Um manifesto da cura ao gozo'. Foto: divulgação.

De 14 a 30 de setembro, a Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte SP recebe o espetáculo Ialodês – Um manifesto da cura ao gozo, da Capulanas Cia de Arte Negra. A peça fica em cartaz sextas e sábados, às 20h30, e domingos, às 19h30. O grupo também faz duas apresentações extras nos dias 19 e 26 de setembro, quartas, às 20h30.

Com texto de Dione Carlos e direção de Kleber Lourenço, o espetáculo conecta a estética afrofuturista e o pensamento teatral contemporâneo. A direção musical é assinada por Naruna Costa, com trilha sonora original de Danielle Lima (Dani Nega). A construção cênica também é composta pelos trabalhos do visagista Gil Oliveira, a cenografia de Clau Carmo e os figurinos de Isaac Silva.

No espetáculo, cinco atrizes dão vida a Ialodês, mulheres-abelhas-guerreiras, que governam a Colmeia, uma cidade/mundo herdada de suas ancestrais. As guerreiras lutam para manter vivas as riquezas deixadas por sua avó e sua mãe, que as ensinaram o valor do mel, do ouro e da música. Para combater ameaças que surgem em mundos paralelos, as Ialodês usam o prazer como arma sagrada e reveladora de sentimentos nobres, como honra, poder, afetividade, sensualidade, liberdade e ancestralidade.

A encenação apresenta uma dança constante e natural, buscando revelar, por meio de narrativas visuais, sonoras e textuais, o exercício consciente de construção de espaços potenciais de poder para a mulher negra. Em cena, múltiplas plataformas de arte convergem e constroem narrativas paralelas. Essas paisagens narrativas são apresentadas de maneiras sobrepostas, como camadas interligadas, que unem o passado, o presente e o futuro.

Ialodês – Um manifesto da cura ao gozo é resultado do processo de pesquisa desenvolvido no projeto Ialodês – Trilogia da Mulher Negra, uma Ficção Afrofuturista, contemplado na 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo. A pesquisa buscou compreender, por meio de oficinas e vivências, três aspectos principais da população negra: a autoimagem, a saúde e o prazer. As oficinas aconteceram na Goma Capulanas, sede da companhia no bairro Jardim São Luís (São Paulo – SP), e contaram com a participação de moradoras da região, em sua maioria mulheres negras.

Sobre a Capulanas Cia de Arte Negra
A companhia busca dialogar com a sociedade brasileira sobre as descobertas, os anseios e as percepções das mulheres negras e periféricas no mundo contemporâneo. Seu trabalho dramatúrgico procura tornar presentes a força e a herança cultural da oralidade e das escrituras silenciadas na diáspora africana. No Brasil, esses elementos fazem parte das culturas populares negras, rurais e urbanas, que se manifestam de formas distintas nas diversas regiões do país. O foco da pesquisa são as culturas negras que surgiram no século XX e preservam a integração dos mundos natural e cultural, seja em termos de conhecimentos práticos de cura por herbários, seja nas formas de espiritualidade e manutenção do sagrado. O objetivo é a revalorização de saberes tradicionais e memórias ancestrais, não como arcaísmo ou volta ao passado, mas como construção de um novo futuro. O grupo inspira-se em autores como Maria de Lourdes Valle Nascimento e Abdias do Nascimento, Margarida e Solano Trindade, Teresa Santos e Eduardo de Oliveira e Oliveira. A companhia também apresenta influências do Teatro experimental do Negro, Teatro Popular Solano Trindade, da Associação Cultural do Negro, entre outros.

Sobre o diretor
Kléber Lourenço é bailarino, coreógrafo, ator, encenador e arte-educador. É mestre em artes pela UNESP, no programa Estética e Poética da Cena, e graduado no curso de Licenciatura em Artes Cênicas da Universidade Federal de Pernambuco. Também é diretor artístico e fundador do Visível Núcleo de Criação, além de integrar o grupo Terreiro de Pesquisas e Investigações Cênicas, coordenado pela professora Marianna Monteiro (UNESP/SP). Dirigiu o espetáculo teatral Sangoma, da Capulanas Cia. de Arte Negra/SP. Com o Visível Núcleo de Criação, é autor dos espetáculos Jandira (2005), Negro de Estimação (2007), O Acidente (2010), Estar aqui ou ali (2011), Daquilo que move o mundo (2012) e Curta Teatro (2010). Reside há sete anos em São Paulo e já fez temporadas no Centro Cultural São Paulo e nas unidades do SESC Pinheiros, Campo Limpo e Ipiranga. Participou da Mostra de Teatro do Gueto do Grupo Clariô de Teatro, Festival Vozes do Corpo, Itaú Cultural, Mostra Estéticas da Periferia, Centro de Referência da Dança de São Paulo, entre outras atividades e projetos.

Sala Carlos Miranda – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)

Espetáculo: Ialodês – Um manifesto da cura ao gozo
Dia 14 a 30 de setembro. Sextas e sábados, às 20h30, e domingos, às 19h30.
Dias 19 e 26 de setembro. Quartas, às 20h30.
Gratuito
Classificação etária: 16 anos. Duração: 70 minutos.

Fica técnica:
Texto: Dione Carlos | Direção: Kleber Lourenço | Colaboração musical: Naruna Costa | Elenco: Adriana Paixão, Carol Rocha Ewaci, Débora Marçal, Flávia Rosa, Priscila Obaci | Designer de luz: Dedê (Clébio Ferreira) | Designer gráfica: Ione Maria | Trilha sonora original: Danielle Lima | Cenografia e adereços: Clau Carmo | Figurino: Isaac Silva, Dayo Atelier e Capulanas Cia Arte Negra | Visagista: Gil Oliveira | Preparação corporal: Wellington Campos | Preparação corporal pilates: Carol Rocha Ewaci | Operadoras de som: Nina Oliveira e Gabriela Barbara | Operador de luz: Dedê (Clébio Ferreira) e Natália Peixoto | Pintora de arte: Alessandra Siqueira | Produção: Renan Jordan e Euler Aves | Assistente de produção: Luciano Dimis | Contra-regra: Tom Martins | Assessoria de imprensa: Douglas R. Moura (Elo Negro)

Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes do espetáculo)
funartesp@gmail.com

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