A música brasileira está de luto. Ou, quem sabe, em festa pela contribuição deixada por Cecilia Conde em toda uma vida de entrega e realizações. A presença dela transbordava qualquer limite, foi uma educadora incansável, sensível, aberta a todas as possibildades criativas. Sempre apoiou os músicos, independente de gêneros ou linguagens musicais, pessoalmente e em todos os cargos públicos que ocupou. Soube renovar a herança de berço, a família de músicos e educadores. Filha da cantora Amália Conde, sobrinha do compositor Oscar Lorenzo-Fernandez, teve sua trajetória intimamente ligada ao Conservátorio Brasileiro de Música, criado por seu tio, dirigido por sua mãe, a quem sucedeu na direção, e foi responsável por uma série de iniciativas inovadoras e renovadoras, como a criação do curso de Musicoterapia, do programa de pós-graduação em música, que completam uma estrutura que compreende cursos livres, técnico e superior.
Entre os cargos que ocupou, foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Educação Musical através da Arte; presidente do Comitê Latino-americano de Musicoterapia; coordenadora do Programa Especial de Educação na Secretaria Extraordinária de Programas Especiais do Estado do Rio de Janeiro; coordenadora do Projeto Música na Escola da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro; membro honorário do Foro Latino-americano de Educação Musical. Teve uma produção expressiva de trilhas para teatro (O Arquiteto e o Imperador da Assíria (1970); Hoje é dia de Rock (1971), A China é Azul (1982) e cinema – recebeu diversos prêmios no período em que atuou nesta área.
A vida musical do Rio de Janeiro e de todo o Brasil agradece o legado inestimável de Cecília Conde.
Tim Rescala enviou também um comentário que cabe citar, indicando o autor
“Eu a chamava de Santa Cecília, pois ela, sem dúvida alguma, era uma padroeira dos músicos e da música. Mente brilhante, generosidade sem fim. Curiosidade e entrega pela música, sem distinção de gênero e de maneira absolutamente abnegada. Uma educadora nata. O bem que ela fez à música e aos músicos brasileiros só é equivalente à falta que vai fazer.
A sua benção, Santa Cecília…