Nota de pesar: Luhli – cantora, compositora, instrumentista e escritora

A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta profundamente a morte de Luhli, ocorrida no dia 26 de setembro, em Friburgo (RJ). A cantora, compositora, violonista, percussionista, luthier de percussão e escritora faleceu com 73 anos. Integrou a dupla Luhli e Lucina, atuante da década de 1970 até 1996. Foi vítima de insuficiência respiratória, hospitalizada há um mês, em Friburgo (RJ).

Integrante do movimento conhecido como música indepente, Heloísa Orosco Borges da Fonseca (19/06/1945) começou a carreira musical em trabalho solo, em 1965, quando lançou um álbum. Adotou o nome artístico de Luhli nos anos 1990. Foi coautora das músicas O vira (1973) e Fala (1973), em parceria com João Ricardo, que se foram sucessos com grupo Secos & Molhados – que lançou o cantor Ney Matogrosso.

O movimento da música independente caracterizou-se por não se vincular a interesses empresariais e padrões convencionais para a criação musical. Sua discografia contabiliza 13 álbuns, lançados entre 1965 e 2014, ano em que lançou o disco solo Música Nova. Gravou sete álbuns em parceria com Lucina. Vários sucessos na voz de cantores renomados projetaram o nome de Luhli no cenário musical brasileiro. Suas músicas foram gravadas por Nana Caymmi, Joyce, Wanderléa, Tetê Espíndola, Rolando Boldrim, Zélia Duncan e principalmente Ney Matogrosso, que também deu sua voz a Napoleão e Bandolero, recentemente regravadas, Pedra de Rio, Aqui e Agora, De Marte, Êta nóis!, Me rói, Coração Aprisionado, Chance de Aladim e Bugre, entre outras.

A artista registra, em seu site, que tinha “ativa participação no movimento ecológico”. Com ideais humanistas e de uma vida ligada à natureza, geralmente adotava como ambiente de criação o cenário bucólico do seu sítio, no município praiano de Mangaratiba (RJ). Tocava e confeccionava tambores artesanais, feitos de bambu, fervido com técnicas indianas, e couro natural, entre outros materiais.

O diretor do Centro da Música da Funarte Marcos Souza relata: “Conheci Luhli na época do movimento dos independentes que meu pai, Chico Mário criou ao lado de Antônio Adolfo! Me lembro de suas musicas e batuques mágicos no teatro Ipanema!! A música independente brasileira perde uma referência!!”

“Sendo a soma de tudo me aceito humana e divina e numa espécie de mágica a música nunca termina” – deixou registrado a cantora em seu site oficial – onde pode ser encontrada sua biografia musical e mais informações: http://www.luhli.mpbnet.com.br.

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