No dia 13 de outubro, sábado, às 20h, a banda Isca de Polícia apresenta, na Sala Guiomar Novaes do Complexo Cultural Funarte SP, o show de lançamento do álbum Isca Volume 2 – Irreversível. A entrada é gratuita.
O disco autoral é continuação do Volume 1, lançado em abril de 2017, e apresenta músicas compostas pelos integrantes da banda, em parceria com outros artistas: Luiz Chagas assina, com o baixista e diretor musical Paulo Lepetit, a faixa de abertura Danou-se; a cantora e compositora Alzira E. contribui em Meus olhos; a poeta portuguesa Ana Vidal faz versos de Às vezes; Vange Milliet é coautora das canções Super eternos, com Serena Assumpção, Asas e azares, com Paulo Leminski, e Tomara, com Itamar Assumpção.
“Itamar foi a pessoa que primeiro me incentivou a compor. Ele e Chico César. Pegava os meus cadernos, escolhia escritos e trazia as melodias. Fizemos algumas músicas juntos – uma delas entrou no meu disco e no dele, simultaneamente. Foi a forma que escolhemos para explicitar a parceria. Tomara é a continuação dessa parceria. Uma homenagem ao amigo. Já Super eternos traz uma letra que a Serena fez especialmente para a Isca. Fala do pai dela e da banda. A música nasceu de forma espontânea, mas depois de um período de decantação. Estava lendo o poema na padaria, tomando um café, depois de uns três anos que ela tinha me dado a letra e a música saiu. Asas e azares é a minha segunda parceria com Leminski. Mostrei toda tímida pra Alice Ruiz, ela gostou muito e comentou que ‘a gente precisa passar por certas coisas na vida para fazer uma canção dessas’”, conta Vange.
O disco também tem a participação de Arrigo Barnabé (em Consciência contemporânea), Chico César (em Bolino) e Zélia Duncan (em Se não tô bem). As três canções foram compostas pelos músicos da Isca de Polícia em parceria com Lepetit. O álbum traz, ainda, uma gravação inédita de Itamar Assumpção, Denúncia dos Santos Silva Beleléu, que, em 1981, rendeu ao compositor o prêmio de Melhor Pesquisa Musical no Festival MPB Shell da Rede Globo. “Cantávamos em shows da Isca e sempre foi uma das músicas recebidas com grande entusiasmo. Fico feliz que agora esteja registrada num disco nosso”, comemora Suzana Salles.
Sobre a banda Isca de Polícia
Fundada por Itamar Assumpção em 1979, a banda Isca de Polícia tinha o propósito de acompanhá-lo nos shows e nas gravações independentes. “É uma data para comemorar muito pela sua importância. Há quatro décadas surgia uma nova linguagem na música popular brasileira. Uma linguagem que continua evoluindo e influenciando gerações. Arrigo, Rumo, Premê e Isca: todos seguem em contínua atividade, trazendo novidades a cada trabalho. Estamos na meia idade musical, com muito gás para fazer da música uma constante surpresa para velhos e novos ouvidos”, diz Lepetit.
Após a morte de Itamar Assumpção, em 2003, Lepetit passou a organizar o grupo, com a participação de Jean Trad (guitarra), o único que estava na formação inicial da banda e no primeiro disco de Itamar Assumpção; Suzana Salles (voz) e Luiz Chagas (guitarra), que passaram pela banda em diferentes fases; Vange Milliet (voz) e Marco da Costa (bateria), que assumiu o lugar de Gigante Brazil (1952-2008). Desde 2017, Vitor Cabral reveza com Marco na bateria.
Todos os músicos realizam trabalhos próprios, mas a identidade da banda, sua sonoridade específica, só acontece quando a Isca está reunida. “Assim que Itamar se foi, eu e Suzana ficamos apreensivas quando nos chamaram para interpretar seus clássicos. Ao longo do processo, desenvolvemos um jeito de cantar juntas, timbrar as vozes e dividir o espaço cênico, que se incorporou à essência da Isca”, explica Vange.
Em 2010, a Isca de Polícia envolveu-se no projeto Caixa Preta, que lançou, pelo Selo Sesc, toda a discografia de Itamar Assumpção. Também participou da gravação de outros dois álbuns com obras inéditas. “Foi uma mistura de fatores: os lançamentos da Caixa e do documentário Daquele instante em diante, em 2011, com alguns projetos em homenagem a Itamar pelo Brasil, e também o sucesso de Anelis Assumpção, Tulipa Ruiz, Dani Black e Leo Cavalcanti, filhos da Vanguarda Paulista, e de outros jovens que beberam na nossa fonte, como Kiko Dinucci, Iara Rennó e Andreia Dias. Tudo isso junto despertou a curiosidade dessa molecada pelas origens. E Itamar e Isca estão lá”, pondera Lepetit.
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Show: Isca Volume 2 – Irreversível
Dia 13 de outubro. Sábado, às 20h
Gratuito
Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes do espetáculo)
funartesp@gmail.com