Funarte MG recebe o espetáculo ‘Projeto Maravilhas’

Em cartaz a partir desta sexta-feira, dia 26 de outubro, na Funarte MG, em Belo Horizonte, o espetáculo Projeto Maravilhas parte das experiências e vivências do elenco – formado por Aisha Brunno, Bremmer Guimarães, Igor Leal e Pedro Henrique Pedrosa – para percorrer uma cartografia dos desejos nos espaços públicos da cidade e repensar uma ideia de comunidade entre pessoas LGBTs. A montagem, contemplada no chamamento público Laboratório da Cena Funarte 2018, é realizada pela Plataforma Beijo, com direção de Cláudio Dias e dramaturgia de Marcos Cole. A temporada vai até 11 de novembro, de quinta a domingo, sempre às 20h (exceto domingo, dia 28 de outubro). Os ingressos custam R$ 20 (inteira), e as vendas são na bilheteria do teatro, uma hora antes do espetáculo.

O conceito de “projeto” surgiu ao longo dos ensaios, aproximando a montagem de um experimento, uma criação em constante processo, um convite pra uma experiência compartilhada com o público. Como podemos somar forças entre nossos pares e criar uma cultura de paz, em vez de continuar as violências que também se propagam na nossa comunidade? Projeto Maravilhas incita à construção de um “jardim”, um espaço pensado como possibilidade de resistência e vazão para novos modos de vida e existência, de luta contra o preconceito e a intolerância.

A peça dialoga com textos dos estudos culturais queers; com a obra literária Paraíso das Maravilhas, do pesquisador Luiz Morando, que investiga o primeiro assassinato registrado por homofobia em BH, no Parque Municipal, nos anos 1940; com o dispositivo de pesquisa cênica e corporal do contato-improvisação, pesquisa do diretor Cláudio Dias; e com a memória da arte LGBT, lembrada pela figura de resistência do encenador Ronaldo Brandão, atuante na cena da cidade durante o período da ditadura militar.

Sobre o coletivo
A Plataforma BEIJO é um coletivo de pessoas LGBTQs que estão em movimento, buscando criar novas visões de mundo e de pensamento. Com atuação marcante na cidade de Belo Horizonte (MG), iniciou sua trajetória em 2014, quando Igor Leal e Will Soares, artistas residentes na capital mineira, realizaram uma intervenção de mobilização pelo respeito à diversidade de gênero durante o carnaval de BH, pregando lambes pelas ruas, como o do Disque 100, o Disque Direitos Humanos.

Em setembro do mesmo ano, o coletivo estreou a cena curta Não Conte Comigo Para Proliferar Mentiras, dirigida por Alexandre de Sena (Grupo Espanca!), e selecionada pela crítica para compor a temporada das mais votadas do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto. Desde então, a plataforma vem aliando experiências artísticas-culturais, ativismo e pesquisa acadêmica. Em 2015, o BEIJO criou a Marcha da Diversidade, bloco carnavalesco que desfila com intuito de sensibilizar foliãs e foliões no combate à homofobia, à transfobia e à violência sexual e de gênero.

Em 2016, a plataforma expande sua formação e ganha novos integrantes, Bruno Lelis e Bremmer Guimarães. O ano marca também o início do processo de ESPÉCIE, primeiro espetáculo do BEIJO, em parceria com a plataforma O QUE VOCÊ QUEER, das artistas Ana Luisa Santos (Indicada ao prêmio PIPA 2017) e Fernanda Branco Polse. Em 2017, a plataforma apresenta a cena-curta/performance Minha História Que Nunca Vi, que problematiza o uso de banheiros e vestiários segundo a identidade de gênero, um tema de grande relevância na atualidade. O projeto, que busca pensar uma cena expandida do teatro, foi selecionado pelo Festival Cenas Curtas do Galpão Cine Horto e também se apresentou na Ocupação TransArte BH 2017, na Funarte MG. O BEIJO participou também de duas edições da Virada Cultural de Belo Horizonte.

Nesses anos de existência, trabalhando de forma totalmente independente, o BEIJO participou ainda de seminários, festivais e eventos dedicados à temática queer e às artes da cena em Minas Gerais e por todo o país. Dentre eles, FETO – Festival Estudantil de Teatro (2015); 7º Festival Breves Cenas de Teatro, em Manaus (2015); Seminárix de Estéticx Queer da Escola Guinard (2016); Forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico (2016); e Mostra Hífen de Pesquisa-Cena, no Rio de Janeiro (2016), Festival de Teatro de Curitiba – Mostra Fringe 2018 e FIT – Festival Internacional de Teatro de Palco e Rua de Belo Horizonte – 2018. A Plataforma realiza, em parceria com a Cia Luna Lunera, a Quarta Queer – Mostra Permanente de Arte.

Ficha Técnica
Direção e preparação corporal: Cláudio Dias
Dramaturgia: Marcos Coletta
Atuação: Aisha Brunno, Bremmer Guimarães, Igor Leal e Pedro Henrique Pedrosa
Iluminação: Marina Arthuzzi
Figurino e adereços: Thálita Motta
Cenário: Cláudio Dias e Thálita Motta
Projeto gráfico: André Victor
Operação de luz e som: Will Soares
Assessoria de imprensa: Bremmer Guimarães
Produção: Bruno Lélis
Apoio: Cia Luna Lunera, ENTRE – uma casa que se torna, Funarte MG, Galpão Cine Horto e Teatro Invertido
Realização: Plataforma BEIJO

Serviço:

Projeto Maravilhas

De 26 de outubro a 11 de novembro
Quinta a domingo, às 20h (exceto dia 28/10)

Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 18 anos

Ingressos: R$20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Vendas na bilheteria do teatro uma hora antes do espetáculo
(Não são aceitos cartões)

Funarte MG
Rua Januária, 68 – Centro – Belo Horizonte (MG)
Telefone: (31) 3213- 3084