A Fundação Nacional de Artes realiza, nos dias 8, 9 e 10 de novembro, de quinta-feira a sábado, no Complexo Cultural Funarte, em Campos Elíseos, na capital paulista, a Mostra Paralela de Artes Cênicas Funarte. Convidados têm prioridade na entrada mas, se houver lugar, o público tem entrada franca.
A atividade está inserida na programação do Mercado de Indústrias Criativas do Brasil (MicBr) 2018, realizado pelo Ministério da Cultura e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Na mostra estão previstos dois espetáculos por dia, das 13h30 às 15h30, na Sala Renée gumiel, realizados por seis reconhecidas companhias de circo, dança e teatro. Elas apresentam versões compactas de peças do seu repertório.
“O objetivo da mostra é construir elos entre a produção artística brasileira de excelência e os curadores e programadores de festivais de Artes Cênicas do mundo todo, além de estimular que eles realizem intercâmbios”, informa Fabiano Carneiro, coordenador de Dança da Funarte, que também coordena a mostra de artes cênicas.
Sobre o MicBR
Em sua primeira edição, o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil será realizada de 5 a 11 de novembro, no chamado “corredor cultural da Avenida Paulista”. O MicBR tem como proposta ser um megaevento de negócios, cuja meta é reunir centenas de empresas e milhares de criadores e empreendedores, do Brasil e de outros países, dos setores de circo, dança, teatro (artes cênicas), música, audiovisual, animação e jogos eletrônicos, design, moda, produção editorial, museus e patrimônio, gastronomia, e artes visuais.
Oito países sul-americanos confirmaram participação: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, além do anfitrião Brasil. O megaevento reunirá cerca de 500 empresas e aproximadamente 100 empresas compradoras de mais de 30 países. Os organizadores esperam receber diariamente dois mil participantes nas atividades de mercado e três mil na programação artística, além de movimentar mais de US$ 10 milhões em negócios.
“Participando do MicBr 2018, a Funarte marca presença como instituição responsável por fortalecer a participação das artes cênicas brasileiras no exterior”, observa Fabiano Carneiro. Ele acrescenta que, no âmbito do Ministério da Cultura, esta é uma atribuição Funarte – como responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas para artes visuais, circo, dança, teatro e música; pela valorização das artes como setor estratégico para o país, compreendendo essa área tanto em termos econômicos, como atividade produtiva geradora de emprego e renda, quanto como meio de afirmação da identidade e da diversidade culturais do Brasil.
O alvo do MicBR é “impulsionar a internacionalização da produção cultural brasileira e o intercâmbio entre os países, em especial da América do Sul” – reporta o Ministério da Cultura. Na programação, estão incluídas rodadas de negócios (colocando em contato direto produtores e compradores) espaços para contatos profissionais (“networking”), oportunidades de apresentação de produtos e serviços (“pitchings”), além de atividades de capacitação para empreendedores, como palestras, seminários, oficinas e clínicas de mentoria. Apresentações artístico-comerciais (“showcases”) de artes, moda e gastronomia também fazem parte do programa. “O MicBR nasce inspirado em experiências exitosas realizadas em outros países, como o Mercado de Indústrias Criativas Argentinas (MICA) e o Mercado de Indústrias Culturais do Sul (Micsul)”, informa o site oficial (acesse-o abaixo).
Mostra Paralela de Artes Cênicas Funarte – MicBR 2018
Novembro de 2018
Programação
- Dia 8, quinta-feira: Balé Teatro Castro Alves (BA) & Cia. Híbrida (RJ)
- Dia 9, sexta-feira: Jorge Garcia Cia de Dança (SP) & Cia. Solas de Vento (SP)
- Dia 10, sábado: Circo Mínimo (SP) & Focus Cia. de Dança (RJ)
Horário: das 13h30 às 15h30
Local: Sala Renée Gumiel
Complexo Cultural Funarte São Paulo
Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos – São Paulo (SP)
Sinopses dos espetáculos
8/11, quinta
Balé Teatro Castro Alves (BTCA) – Salvador (BA)
Lub Dub
Versão compacta do espetáculo
Criação do dançarino, coreógrafo e compositor sul-coreano Jae Duk Kim, a coreografia de Lub Dub é “uma intensa alternância de movimentos de tração e estremecimento, dinamismo e relaxamento, ritual e contemporâneo”. O título faz referência ao som das batidas do coração. “Para a medicina, os dois primeiros (ou principais) sons cardíacos são denominados ‘lub’ e dub’, que representam a bolha produzida pela abertura e fechamento das válvulas que permitem a passagem do sangue”, diz o Balé Teatro Castro Alves. Assim, o título seria uma metáfora dos “sons e batidas da vida, da própria humanidade e sua energia vital, que motiva e sustenta o movimento do corpo: o corpo que pulsa, medita, protesta e luta”. Em Lub Dub, os dançarinos têm a percussão como inspiração sonora e física. O próprio Jae Duk Kim assina a trilha, que tem como base instrumentos percussivos das culturas oriental e ocidental e canto ao vivo.
O espetáculo vem conquistando plateias por onde passa.
8/11, quinta
Cia Híbrida – Rio de Janeiro (RJ)
Olho Nu
Versão compacta do espetáculo
Considerado uma das melhores montagens de dança de 2014 Jornal O Globo (RJ), Olho Nu é a terceira parte da trilogia que lança um debate sobre o hip hop e a fragilidade. No trabalho, a Cia. Híbrida pretende incitar discussões como “o papel do artista como alguém que tem de entreter aquele que o assiste”. O espetáculo recebeu diversos prêmios, de dimensão nacional e municipal. Foi apresentado dezenas de vezes em vários lugares do Brasil e na França. Foi criado para ser apresentado em espaços alternativos nas ruas, com público ao redor, ou em formato de arena, mas também pode ser encenado em palco italiano. A peça contém texto, que pode ser interpretado em português, espanhol, inglês ou alemão.
9/11, sexta
Jorge Garcia Companhia de Dança – São Paulo (SP)
Nihil Obstat
Versão compacta do espetáculo
Nihil Obstat (em latim “Nada Impede”) é a expressão de consentimento oficial, do ponto de vista moral e doutrinário, para exibição de uma obra que aspira ser publicada, registrada por um censor da Igreja Católica Romana. O solo, com o bailarino Jorge Garcia, tem como proposta transmitir a liberdade e a possibilidade de transformação “do lugar, do momento e do próprio corpo”. Inicialmente criado por Henrique Iwao, pesquisador e músico experimental, e atualmente desenvolvido com a improvisação de Eder O. Rocha, o trabalho é conta com elementos como mini–amplificadores, distribuídos pelo espaço cênico, e um cavalinho de brinquedo. Esses recursos servem para gerar impressões sonoras diversas, que surgem para interferir na movimentação do intérprete.
9/11, sexta
Companhia Solas de Vento – São Paulo (SP)
Versão compacta do repertório da companhia
A Companhia Solas de Vento formou-se em 2007, em São Paulo (SP). Surgiu da parceria entre um brasileiro, Ricardo Rodrigues, e um francês, Bruno Rudolf. Uma das marcas da dupla é a soma da diversidade da história e da cultura de cada um dos artistas. Por isso, o trabalho deles direcionou-se para a reflexão em torno das relações interpessoais, de um imaginário sobre terras e culturas distantes e, ainda, sobre o que permite aproximá-las. Suas performances cênicas mesclam teatro, artes circenses, teatro físico, dança contemporânea e projeção de vídeo. As criações da companhia, como Homens de Solas de Vento (2007), Os Perdidos (2010), A Volta ao Mundo em 80 Dias (2011) e Viagem ao Centro da Terra (2015), abordam, muitas vezes sem o uso de palavras, temas relacionados a viagens; encontros com outras culturas e horizontes, reais e imaginários.
10/11, sábado
Circo Mínimo – São Paulo (SP)
Simbad, o Navegante
Versão compacta do espetáculo
Simbad, o Navegante, é o 18º espetáculo da multipremiada trupe Circo Mínimo, especializada em mesclar técnicas circenses em narrativas teatrais. Nesta história, o heroí coleta grandes riquezas, em sete viagens – sempre escapando por pouco da morte, que chega para quase todos os seus companheiros de viagem. Dois artistas de rua são os narradores. Eles se confrontam o tempo todo, na clássica situação da dupla de palhaços – artistas mambembes, que vão de cidade em cidade e de praça em praça, contando suas histórias; e sempre brigando, para ver quem fará o papel do herói. Com as técnicas que o circo lhes ensinou, viajando em sua carroça de bambus, eles usam esse material para criar imensos animais (como pássaros, serpentes e elefantes) e barcos; e simular desfiladeiros e tempestades.
“As aventuras de Simbad são, na verdade, as aventuras da humanidade, e não apenas as de um herói”, diz o grupo.
10/11, sábado
Focus Cia. de Dança – Rio de Janeiro (RJ)
Versão compacta do espetáculo Still Reich
Still Reich reúne, em um programa único, peças compostas a partir de músicas do compositor contemporâneo norte-americano Steve Reich. “Inspirado pelo vigor das construções musicais de suas composições, Alex Neoral apresenta duas de suas obras neste espetáculo”, comenta a Focus. Além da peça recém estreada Keta, a companhia apresenta Pathways. A palavra iorubá “Keta” significa “terceiro” – Reich compôs Drumming (a música da coreografia) em uma viagem que fez à Gana. Esse universo tribal e ritualístico africano é levado para a cena através de uma construção coreográfica “veloz, viva e orgânica, mostrando corpos em sua máxima potência em um trabalho vigoroso e ao mesmo tempo profundamente humano”, dizem os bailarinos. Já Pathways traz, em sua construção, uma síntese da linguagem da Focus e o desafio de criar uma nova obra, a partir de trechos pré-existentes. Apresentado inicialmente em Stuttgart (Alemanha), foi um trabalho elogiado pelo público e pela crítica. Já foi apresentado na França, Itália, Panamá e no Brasil.
A Focus Cia. de Dança é patrocinada pela Petrobras.
MicBr – Mercado das Indústrias Criativas do Brasil – 2018
Primeira edição
Mostra Paralela de Artes Cênicas Funarte
Coordenador: Fabiano Carneiro
Coordenador de Dança – Centro de Artes Cênicas – Fundação Nacional de Artes – Funarte
Convidados têm prioridade na entrada. Caso haja lugares vagos, o público tem entrada franca.
Mais informações
danca@funarte.gov.br
Tel. (21) 2279 8014
Mais informações sobre o MicBR
Site oficial: MicBR – Ministério da Cultura